‘Se o Brasil não der certo, o mundo não consegue dar certo’, diz Ana Toni, CEO da conferência
Diretora-executiva espera que ao menos 100 países entreguem relatório com metas climáticas durante a conferência
Ana Toni, CEO da COP30, destacou a importância da conferência em Belém para discutir soluções climáticas práticas, priorizando temas como agricultura, floresta e mineração, e ressaltou os legados de proteção à natureza e adaptação às mudanças climáticas.
Ana Toni, diretora-executiva da COP30, declarou na tarde desta quinta-feira, 7, que o Brasil terá uma oportunidade inédita de mostrar para outras nações que é um "provedor de soluções climáticas" durante a conferência em Belém (PA). "Se o Brasil não der certo, o mundo não consegue dar certo. A gente tem uma oportunidade muito grande na nossa COP30 de mostrar um Brasil que dá certo como provedor de soluções climáticas", afirmou.
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A fala da CEO ocorreu durante o quarto dia da Climate Week 2025, no Cubo Itaú, em São Paulo, em meio a polêmicas em relação aos valores de hospedagens na capital paraense. "Sei que tem muita controvérsia sobre Belém, mas quero entusiasmar a todos para ir. Não tenho dúvidas de que quem for a Belém verá uma das melhores COPs que vamos ter, porque falará de uma maneira muito pragmática sobre soluções para mudanças do clima", disse.
De acordo com Toni, a COP30 pretende deixar “legados concretos” para as próximas que virão. “Na nossa COP, um grande legado que vamos deixar é que não existe combate à mudança do clima sem a proteção da natureza. O segundo legado está atrelado à adaptação, porque é a primeira COP que estamos fazendo depois de a Terra ter ultrapassado 1,5º C. Não poderemos mais computar o custo da inação, porque ele chegará a todos”, explicou.
Entre os temas que serão priorizados nos acordos internacionais da conferência estão agricultura, florestas e mineração: 'Nas outras COPs a gente fala muito sobre energia. É fundamental, porque ela é responsável por 70% das emissões de gases de efeito estufa. Mas, na nossa COP, esses serão os temas”.
A diretora-executiva afirmou que o Brasil foi o segundo país a entregar as NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) durante a COP29. Até o momento, apenas 22 países entregaram suas NDCs. “A gente espera que pelo menos 100 países entreguem suas NDCs na COP30. "A reunião de líderes será fundamental para demonstrar que essas metas devem ser mais ambiciosas", completou.
As NDCs, ou metas climáticas, têm como base o Acordo de Paris firmado em 2015. O Brasil se comprometeu a reduzir as emissões líquidas de gases-estufa de 59% para 67% até 2035, em comparação aos níveis de 2005.
Com isso, o teto de carbono do País deve ficar entre 0,85 e 1,05 gigatoneladas (GtCO2) até 2035. Ou seja, as emissões nacionais de todos os setores precisam estar limitadas a esses valores nos próximos 10 anos.