Pilotos da F1 se empolgam com a “nova” pista da Holanda
O circuito de Zandvoort, que não recebe a Fórmula 1 há 36 anos, causou impressão positiva nos pilotos; veja as dicas de Lito Cavalcanti
A Fórmula 1 já correu no circuito de Zandvoort, na Holanda, nada menos que 33 vezes. A última delas foi num já distante 1985, 36 anos atrás, e ficou marcada por ser a última vitória do grande Niki Lauda na F1. Quando essa corrida aconteceu, só três pilotos do grid atual haviam nascido: Kimi Raikkonen, Fernando Alonso e Lewis Hamilton. A experiência de andar com um carro de Fórmula 1 pela pista de Zandvoort é algo novo para todos, portanto.
Para receber a Fórmula 1, a pista passou por algumas modernizações de estrutura, mas o traçado à moda antiga não sofreu grandes mudanças, mantendo as curvas fluídas, áreas de escape de brita e pouca margem para erros. A grande novidade está no fato de três curvas (1, 3 e 14) passarem a ser inclinadas, como em circuitos ovais, algo incomum no calendário da F1.
Os pilotos tiveram o primeiro contato com a pista nessa sexta (03), nas duas primeiras sessões de treino livre. E a combinação de traçado “raiz” e curvas inclinadas agradou aos pilotos. O heptacampeão Lewis Hamilton, que venceu uma corrida de Fórmula 3 em Zandvoort em 2006, se mostrou entusiasmado com a pista. “Cara, essa pista é épica!”, disse ao site oficial da F1. “É fantástico! Me trouxe memórias assim que eu saí para a pista, porque eu não lembrava muito bem. Eu sabia que era ótima quando eu estava na Fórmula 3, mas é louco com um carro de Fórmula 1. A velocidade na curva 7, nossa! Isso é um circuito de verdade!”
Esteban Ocon, da Alpine, também gostou do que viu. “Foi puro prazer pilotar nessa pista. É muito divertido, não só as inclinações, mas o traçado em geral. Eu tinha ótimas memórias de quando andei aqui em 2016, mas de Fórmula 1 é ainda melhor. Diversão pura!” Pierre Gasly comparou a sensação de dar uma volta em Zandvoort a “descer um tobogã”, enquanto Mick Schumacher, da Haas, a uma montanha-russa.
Quem concorda é Nikita Mazepin, também da Haas. Ao site da F1, ele disse que a pista é muito mais divertida do que ele imaginava. E relatou a sensação diferente de tudo que já vivenciou na F1: “da primeira vez que eu passei pela inclinação da última curva eu senti uma sensação muito diferente no corpo, e foi muito legal. Foi uma experiência nova para mim na Fórmula 1.”
O tetracampeão Sebastian Vettel gostou tanto que sugeriu mais curvas inclinadas no futuro. Ao portal Autosport, ele disse: “devemos ter mais disso, curvas com cambagem positiva [inclinadas]”. Ainda sobre esse tipo de curva, ele prosseguiu: “acho que elas são legais visualmente e são empolgantes”.
Segundo Vettel, a experiência prévia no circuito com carros de outras categorias ajudou na adaptação, mas a pista está ainda melhor. “Ajuda que eu estive aqui muitos anos atrás e eles não mudaram muito a pista, o que é uma ótima notícia. E o pouco que mudaram, mudaram para melhor. Acho que ficou muito empolgante com as inclinações.” As curvas inclinadas dão mais variações de traçado para os pilotos, e Vettel falou sobre isso: “ainda não está claro qual é o traçado ideal, mas amanhã temos um pouco mais de tempo.”
Outro que saiu com boa impressão foi Valtteri Bottas, da Mercedes. “Eu realmente gostei dessas curvas inclinadas”, disse o finlandês ao site da F1. “É uma pista com uma fluidez muito legal”. Depois de tantos elogios, Bottas transpareceu a expectativa de boa parte dos fãs da Fórmula 1: “Espero que seja tão legal de assistir quanto é legal estando dentro do carro.”
Os carros voltam a andar na pista de Zandvoort neste sábado (4) no terceiro treino livre e na classificação para o Grande Prêmio da Holanda. Kii Raikkonen, que testou positivo para Covid-19, não vai correr. Sua vaga na Alfa Romeo será ocupada por Robert Kubika, que realizará sua 98ª prova na F1. Kubika correu pela última vez em 2019, pela Williams. A corrida acontece neste domingo (5).
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