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O que muda na pista do GP da Austrália da F1

Depois de dois anos de ausência, circuito de Albert Park fica mais veloz para voltar a receber a F1

4 abr 2022 - 13h52
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O circuito de Albert Park passou por mudanças para receber a F1 em 2022
O circuito de Albert Park passou por mudanças para receber a F1 em 2022
Foto: @ausgrandprix / Twitter

Era março de 2020. O circo da Fórmula 1 estava montado e tudo pronto para a abertura da temporada em Melbourne, Austrália. Em paralelo, o então novo coronavírus se espalhava rapidamente e provocava lockdowns pelo mundo. Antes que os carros fossem à pista, o evento foi cancelado, todos voltaram para suas casas e a temporada como um todo foi adiada. O campeonato foi retomado alguns meses depois, mas a Austrália, ainda com severas restrições a viajantes, ficou de fora. Em 2021, novamente o país não constou no calendário da F1 em razão da pandemia. E, depois dessa longa espera, finalmente é chegada a hora de a categoria voltar à terra dos cangurus. 

Os dois anos de ausência serviram para que os organizadores do evento promovessem mudanças há muito esperadas por pilotos, equipes e fãs da F1. O circuito de Albert Park recebe a categoria desde 1996, e o traçado segue o mesmo desde então. Acontece que os carros evoluíram, cresceram e ficaram mais rápidos, e a pista se tornou um tanto quanto defasada para os padrões atuais. O circuito, que recebeu diversas corridas de abertura de temporada, tinha seu valor mais por matar a saudade da F1 depois de longas férias do que por corridas marcantes de fato. 

A prévia do GP da Austrália mostra quatro zonas de DRS
A prévia do GP da Austrália mostra quatro zonas de DRS
Foto: App F1

O plano inicial era apenas renovar o asfalto e alargar o pitlane. Por incrível que pareça, o piso era o mesmo desde 1996 - com o agravante de ser um circuito de rua, com carro e ônibus circulando sobre o mesmo chão na maior parte do ano. As ondulações eram um problema recorrente do Albert Park. 

E, já que o local ficaria fechado para recapeamento por alguns meses, por que não aproveitar e fazer algumas remodelações no traçado? Pois foi isso que fizeram. A organização consultou alguns pilotos para entender o que poderia mudar, elaborou o projeto e aproveitou o longo tempo que teria até a etapa de 2022 para promover mudanças que visam melhorar ação e, claro, gerar mais ultrapassagens. 

Confira o que mudou na pista de Albert Park: 

Curva 1: a apertada curva 1, que, na prática, é a primeira perna de uma chicane, foi alargada em 2,5 metros na parte interna. Apesar de ser a freada de um ponto de DRS, é um trecho de difícil ultrapassagem. A ideia é permitir que os carros contornem em mais velocidade e mais próximos, fazendo com que cheguem mais embolados à segunda freada forte da pista, a curva 3. 

Curva 3: falando nela, também foi alargada na parte interna, mas em 4 metros. Esse já era o ponto de ultrapassagem mais importante da pista, e deve continuar tendo destaque. Com mais largura, a ideia é permitir mais de um traçado e aumentar as possibilidades de ataque e defesa. 

Curva 6: antes lenta e estreita, essa curva foi alargada em expressivo 7,5 metros na parte interna. Isso muda completamente a tomada, e a expectativa é que a velocidade de contorno suba de 150 km/h para 220 km/h. 

Trecho entre as curvas 8 e 9 será nova zona de ativação do DRS
Trecho entre as curvas 8 e 9 será nova zona de ativação do DRS
Foto: F1 / Twitter

Antigas curvas 9 e 10: a chicane direita-esquerda antes da “reta” oposta foi removida, virando uma reta que liga direto a curva 8 à seção de alta que era formada pelas curvas 11 e 12 – que passam a ser as curvas 9 e 10. O novo trecho de aceleração terá abertura de DRS e deverá permitir velocidades de até 330 km/h. 

Curva 11: esse deve ser o novo ponto de ultrapassagem principal do circuito. Com a remodelação do setor entre as curvas 6 e 10, os carros devem chegar à freada da curva 11 mais juntos. Para garantir que isso proporcione ultrapassagens e ação, a organização alargou o trecho em 3 metros e mudou o ângulo da curva, tornando-a mais fechada. 

Curva 13: a penúltima e mais lenta curva do circuito também foi alargada em 3,5 metros na parte interna. 

Pitlane: para alargar o espaço de circulação dos carros nos boxes, o pit wall foi movido para a esquerda, no local onde antes havia uma faixa de grama rente à reta de largada. Com mais largura, a velocidade nos boxes será aumentada de 60 para 80 km/h. Isso significa que o tempo perdido ao se entrar nos boxes será menor, o que pode motivar as equipes a arriscarem estratégias diferentes, com mais paradas. 

Imagem aérea pega a novo trecho de alta do Albert Park
Imagem aérea pega a novo trecho de alta do Albert Park
Foto: @ausgrandprix / Twitter

As mudanças na pista criam novos trechos de aceleração plena e aumentam a velocidade média da pista. Para contribuir ainda mais nesse sentido, a FIA deve confirmar uma nova zona de abertura do DRS no Albert Park, que passaria a ter quatro zonas, a maior quantidade do calendário. 

A pista muda de perfil, passando a ser um circuito menos travado e mais fluído, e que demanda um acerto diferente do que as equipes tinham em seus registros do GP da Austrália. Os novos carros, que andam mais próximos uns aos outros em curvas de alta, também podem colaborar na equação para melhor ação no Albert Park.  

Se as alterações vão trazer o efeito desejado e provocar corridas mais agitadas, saberemos no próximo domingo (10). A nós, cabe torcer para que tudo dê certo e que seja mais um circuito a proporcionar boa ação na pista. 

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