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Honda é campeã da Fórmula 1 em sua despedida da categoria 

Marca japonesa conquista seu 6º título de pilotos como fornecedora de motores justamente em sua última corrida na F1. Por enquanto...

12 dez 2021 - 14h20
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Verstappen conquistou seu título empurrado por motores Honda
Verstappen conquistou seu título empurrado por motores Honda
Foto: Honda Racing F1 / Twitter

A Honda anunciou em 2020 que 2021 seria seu último ano na Fórmula 1. E a saída não poderia ser em melhor estilo: Max Verstappen, que pilota um Red Bull empurrado por motores Honda, se sagrou campeão mundial de F1. A conquista é o 6º título de pilotos da marca japonesa, encerrando um jejum de 30 anos, que já vinha desde o tricampeonato de Ayrton Senna, em 1991. 

A fornecedora de motores da Red Bull e da AlphaTauri optou por cortar os investimentos na categoria por uma decisão estratégica de posicionamento de marca, uma vez que o foco da empresa para os próximos anos é a eletrificação dos automóveis, algo que vai de encontro com a F1, que, apesar de híbrida, ainda usa motores à combustão. 

A atual passagem da Honda pela F1 se iniciou em 2015, como fornecedora de motores e sistemas de recuperação de energia da McLaren. A parceria não deu certo, e a Honda se aproximou do grupo Red Bull, que vivia relação conturbada com a Renault. Em 2018, a Toro Rosso passou a usar os motores japoneses, e a equipe principal do grupo da marca de energéticos os adotou no ano seguinte. 

A unidade de potência da Honda, que levou Verstappen ao título de 2021
A unidade de potência da Honda, que levou Verstappen ao título de 2021
Foto: Honda Racing F1 / Twitter

A sinergia entre as empresas foi boa. Mas, apesar de competitivo, o conjunto não era suficiente para bater a dominante Mercedes. Isso até 2021. Já com a saída da Honda anunciada, a Red Bull-Honda finalmente conseguiu ser uma rival à altura da marca alemã. Só esse ano, foram 11 vitórias, que culminaram no título de Max Verstappen e no vice-campeonato de construtores. No total, a passagem da Honda rendeu 17 vitórias, sendo 15 com Max Verstappen, uma com Pierre Gasly e uma com Sergio Pérez. 

A parceira foi tão bem sucedida que a Red Bull não quer abrir mão dos propulsores Honda após a saída da fabricante. A equipe adquiriu as propriedades intelectuais e maquinário da marca japonesa e vai seguir construindo e desenvolvendo os motores e sistemas para uso de seus times. O nome Honda sai de cena em favor de uma nova empresa, denominada Red Bull Powertrains. Na prática, uma continuidade da Honda sem a participação da Honda. 

A primeira passagem da Honda pela F1. Na foto, mecânicos observam motor do RA273 de 1966
A primeira passagem da Honda pela F1. Na foto, mecânicos observam motor do RA273 de 1966
Foto: Honda Racing F1 / Twitter

Honda tem passado longo na Fórmula 1

A história da Honda na Fórmula 1 é antiga. A marca chegou à categoria em 1964 como equipe, permanecendo na categoria até 1968. À exceção dos pilotos, o time era formado por japoneses em sua totalidade. Nesse período, foram duas vitórias, uma com Richie Ginther e outra John Surtees. A morte de Jo Schlesser foi o estopim para a saída da categoria. 

O primeiro retorno aconteceu em 1983, dessa vez apenas como fornecedora de motores. A primeira equipe a adotar os motores foi a Spirit, mas logo a Williiams embarcou no projeto. O bom motor turbo levou o time de Frank Williams aos títulos de construtores de 1986 e 1987, e ao tri de Nelson Piquet em 1987. 

Ayrton Senna começou a usar os motores Honda turbo ainda pela Lotus, em 1987. Senna e Honda chegaram juntos à McLaren para a temporada de 1988, que viria a ser o melhor ano da equipe e da marca na F1, vencendo 15 de 16 corridas e o título de construtores, além do primeiro campeonato de Senna. 

O domínio entre os construtores durou até 1991. Entre os pilotos, Alain Prost faturou o título de 1989, já com o motor V10. Senna venceu mais dois: em 1990, de V10, e em 1991, de V12.  

A Honda saiu da Fórmula 1 pela segunda vez ao fim da temporada de 1992. 

Ayrton Senna havia sido o último piloto a conquistar um título utilizando motores Honda, em 1991
Ayrton Senna havia sido o último piloto a conquistar um título utilizando motores Honda, em 1991
Foto: Honda Racing F1 / Twitter

O segundo retorno aconteceu em 2000, como fornecedora de motores da equipe BAR. O combo BAR-Honda rendeu um vice campeonato entre os construtores em 2004, o que motivou a Honda a adquirir a equipe em 2006 e voltar a ser um construtor, como fora nos anos 1960, não apenas fornecedor. Mas a empreitada não durou muito. Os resultados foram decaindo no triênio 2006-2007-2008, e com apenas uma vitória conquistada por Jenson Button no primeiro ano. 

A Honda pegou a todos de surpresa e saiu da F1 ao fim do campeonato de 2009, abortando o projeto de 2009. Esse projeto acabou sendo aproveitado por Ross Brawn e se tornou a vitorioso equipe Brawn, campeão de 2009. A estrutura foi comprada pela Mercedes, equipe dominante dos últimos anos. 

Mais uma vez, a Honda voltou como fornecedora, em 2015, na passagem que se encerra agora, com o fim da temporada de 2021 e o título de Max Verstappen. 

Dado o histórico de vai-e-vem da Honda com a Fórmula 1, talvez seja mais prudente dizermos um “até logo” à fabricante japonesa, e não um “adeus”. 

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