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Hamilton x Verstappen: a disputa no espelho da Fórmula 1

A etapa de Silverstone foi o capítulo que pode representar a virada na história da briga que esquenta a F1 atual

21 jul 2021 - 14h55
(atualizado às 14h56)
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Hamilton x Verstappen foi a grande briga da última semana.
Hamilton x Verstappen foi a grande briga da última semana.
Foto: Mercedes / Divulgação

Se você espera ler aqui uma análise do que aconteceu em Silverstone, aconselho você procurar outro texto para ler. Aqui mesmo no Parabólica, há um vídeo com o Lito Cavalcanti, Sergio Quintanilha e a Pri Cestari que fala muito bem sobre o assunto. Muito foi escrito, dito e divulgado. Mas, chega, é hora de olhar além.

Logo após Imola, escrevi uma coluna questionando se realmente teríamos um campeonato, já que tínhamos uma disputa entre Max Verstappen e Lewis Hamilton. Quase na metade, a resposta é positiva. E agora, uma disputa aberta após o choque na Copse.

A Liberty Media está adorando toda a repercussão. Afinal de contas, isso faz bem aos negócios: a repercussão fugiu da “bolha” da categoria, milhares de minutos foram gastos em colunas e vídeos e uma batida entre gênios, que pode render muito mais atenção ainda.

Este ponto sim pode fazer o jogo virar a favor dos americanos. Até algum tempo atrás, as notícias de que a Liberty poderia estar “passando o ponto” vinham se avolumando, já que o negócio não dava o retorno esperado, o que fazia os acionistas questionarem a viabilidade (não se esqueçam que a transação foi estimada em US$ 8 bilhões).

A montagem da narrativa da disputa Hamilton x Verstappen pode ser a cereja do bolo do processo. Um duelo deste tipo tem os elementos para uma montagem épica. E os momentos em que a categoria teve mais alcance foram justamente quando houve um “encontro de titãs”.

Mas não bastam serem os melhores da sua classe. Há a figura do multicampeão, que parece não encontrar seu momento de queda e segue escrevendo uma história de quebra de recordes. Do outro um lado, um jovem “veterano” (Verstappen tem 23 anos e está em sua sétima temporada), cujo talento é reconhecido por toda a F1 e que sabe que sua chegada ao topo é uma questão de tempo.

A impaciência em antecipar o tempo e a fome em gravar em pedra seu nome são os combustíveis desta briga. Como bem disse Toto Wolff neste fim de semana, para dançar um tango, são preciso dois. O jovem leão quer desbancar o senhor da selva. O Rei não quer perder sua coroa. E o bailado segue pelo salão.

São duas coisas que a F1 não vê há tempos: uma disputa tão franca entre iguais e uma passagem de guarda entre gerações dentro das pistas. Para ficar em tempos mais próximos, muitos questionam se Michael Schumacher teve concorrentes à altura. E até mesmo Lewis Hamilton teve este tipo de dúvida, embora tenha se batido com Sebastian Vettel (não são poucos que botam os quatro títulos na conta da Red Bull, mas é conversa para outro dia).

Hamilton e Verstappen são iguais? Certamente. E um é o espelho do outro. O inglês reconhece a impetuosidade e a necessidade de afirmação.  O holandês vê o que pode se tornar, uma meta a alcançar. Um necessita do outro para poder ir além. Hamilton precisava ser provocado. Verstappen quer provar que pode ser grande.

Para esta temporada que se desenha como a melhor da era híbrida e uma das últimas décadas, tudo conspira a favor para o lado financeiro, midiático e até mesmo desportivo. Vamos aproveitar e desfrutar dois grandes desfilando suas capacidades.

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