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Fórmula 1: o que os testes da pré-temporada mostraram

No último dia dos testes de pré-temporada da F1, Verstappen terminou com o melhor tempo e Hamilton tentando segurar o carro na pista

15 mar 2021 - 14h18
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Os testes de pré-temporada da Fórmula 1 realizados no Bahrein no último final de semana deram uma ideia de como os carros estão sendo desenvolvidos para 2021. Apesar de ainda ser inverno no hemisfério norte, com pilotos e equipes enfrentando uma tempestade de areia no primeiro dia e temperaturas despencando quando o sol se põe no deserto, as atividades de pista estiveram mais próximas das condições do primeiro final de semana de corrida, que acontecerá em duas semanas nessa mesma pista. Mas já é algo diferente dos testes que foram realizados nos anos anteriores em Barcelona, na Espanha, com temperaturas baixas e com a temporada começando semanas depois na Austrália.

Max Verstappen concluiu o último dia de testes na liderança, registrando também o melhor tempo dos três dias no Bahrein: 1:28:960. Também equipada com motor Honda, a AlphaTauri de Yuki Tsunoda garantiu o segundo lugar. Carlos Sainz, com a Ferrari, foi o terceiro mais rápido, seguido de Kimi Raikkonen, da Alfa Romeo. Apesar de sentir o W12 instável durante os testes, Lewis Hamilton conseguiu deixar a Mercedes com o quinto tempo. George Russell (Williams), Daniel Ricciardo (McLaren), Sergio Pérez (Red Bull), Fernando Alonso (Alpine) e Charles Leclerc (Ferrari) foram os dez primeiros do domingo.

O trabalho das equipes realizado no circuito internacional do Bahrein mostra que ainda há  o que evoluir até o início da temporada, que começa em duas semanas. 

MERCEDES

O final de semana no Bahrein foi desafiador para a equipe alemã. Apesar de Valtteri Bottas ter concluído o segundo dia de testes na frente de Lewis Hamilton e registrado o melhor tempo do dia com 1:30:289, na sexta-feira pela manhã, a Mercedes de Bottas enfrentou problemas na caixa de câmbio e Hamilton, à tarde, teve sua sessão prejudicada pela tempestade de areia e seu assento não estar confortável. No dia seguinte, Lewis rodou na pista e sentiu dificuldades para controlar o carro.

Que a Mercedes é a especialista em fazer carros vitoriosos, não há dúvidas. Mas as mudanças para este início de ano ainda não “casaram” com o estilo de pilotagem de Hamilton. Foi a equipe com menos quilometragem durante os três dias da pré-temporada. Mesmo assim, tem duas semanas para fazer os ajustes necessários para voltar à normalidade. O W12 demonstrou que ainda é rápido em ritmo de corrida e a expectativa é de a equipe conseguir resolver a tempo os problemas que surgiram nos testes se quiser brigar pela pole na estreia da temporada. Mas a Mercedes também pode estar escondendo o jogo e depois, sabemos o que isso representa: mais um campeonato mundial. 

RED BULL

A Red Bull mostrou ser veloz em diferentes cenários, utilizando pneus duros, médios e macios durante o final de semana no Bahrein e com Max Verstappen sendo o único piloto a marcar tempo abaixo de 1 minuto e 29 segundos no último dia de testes. A equipe aparenta estar mais preparada nesse início das atividades, com um carro estável e mais confiável do que o modelo do ano passado e teve poucos problemas na pista. O RB16B é uma evolução do carro de 2020 e no Bahrein a equipe preferiu testar mais os aspectos aerodinâmicos do RB16B a liderar a quilometragem na pista. 

Sergio Pérez também pareceu estar animado com o potencial do carro e mais adaptado ao time, apesar de dizer que ainda está se familiarizando com o RB16B. Com confiança no carro que irá conduzir na temporada e a experiência na Fórmula 1, poderá trazer bons resultados à equipe em 2021. Em comparação com as Mercedes, aparentemente, não há problemas a serem resolvidos, o final de semana foi positivo e a Red Bull tem razões para se animar para a temporada. Estaria preparada para ameaçar a Mercedes?

McLAREN 

A McLaren, que já estava evoluindo nas últimas temporadas, apresentou um grau de evolução ainda maior para 2021, talvez agora também impulsionada pelo motor Mercedes. Pela expectativa das modificações para se adaptar à nova fabricante da unidade de potência, a equipe de Woking foi uma boa surpresa nos testes de pré-temporada. Além de contar com um piloto estreante, Daniel Ricciardo, que está bem otimista quanto à performance do MCL35M. 

Apesar de ter andado menos que a Williams na pista do Bahrein, no último dia de testes Ricciardo trabalhou no carro na parte da tarde, com o objetivo de andar mais próximo da situação real de corrida. Assim como a Red Bull, a McLaren surpreendeu pela confiabilidade do carro durante a pré-temporada, como resultado da evolução nas duas últimas temporadas. Os carros-papaia podem incomodar em alguns momentos tanto Mercedes como Red Bull durante o campeonato. Com um carro mais competitivo e estável, tem grandes chances de liderar o pelotão intermediário, ficando à frente da Alpine e Aston Martin.

ASTON MARTIN 

A Aston Martin enfrentou muitos problemas na pré-temporada, entre eles o de perda de pressão e na caixa de câmbio, que complicou a estreia de Sebastian Vettel a bordo do AMR21 no Bahrein. O tetracampeão deu apenas 117 voltas durante os três dias, o menor número entre os pilotos que participaram das atividades na pista. E o que pode estar acontecendo com o novo chassi e o motor Mercedes? Pode existir uma falha de projeto da fornecedora dos motores ou uma falha com o projeto da Aston Martin?

Ainda que não seja possível fazer os ajustes para a primeira corrida, ainda há tempo para resolver os problemas até o próximo Grande Prêmio da Emilia-Romagna, que será disputado no dia 18 de abril. E esses problemas atrapalham Vettel na adaptação com o novo carro. Ainda não dá para saber o que esperar da Aston Martin, por isso o momento é de a equipe analisar e identificar a causa dos problemas que podem tirar preciosos pontos na disputa do pelotão intermediário e vencer a briga com a McLaren.

ALPINE 

A Alpine revelou muito pouco em desempenho durante as atividades no Bahrein. Priorizou testes de aerodinâmica e diferentes sistemas do A521, além de marcar o retorno do bicampeão mundial Fernando Alonso à Fórmula 1 depois de dois anos ausente da categoria. O espanhol, em ótima forma mesmo após o acidente de bicicleta no mês passado, dividiu a pista com o companheiro de equipe Esteban Ocon e aproveitou o tempo para entender e conhecer melhor o carro. Ainda é difícil definir a equipe em uma posição no pelotão intermediário. 

Alonso e Ocon trabalharam mais em ritmo de corrida, andando com pneus médios e duros. Ainda não se sabe o potencial do A521 em volta de classificação. Mas, apesar de não andar no ritmo da McLaren, é um carro confiável e tem potencial para vencer corridas. É possível que a Alpine, ex-Renault, tenha boas surpresas reservadas para a abertura da temporada no mesmo circuito do Bahrein.

FERRARI 

Apesar de ter iniciado os testes com problemas no carro de Charles Leclerc, a Ferrari começou a pré-temporada mais confiante. Depois de ver 2020 prejudicado pela perda de potência do motor, a principal prioridade da equipe foi entender ao máximo o comportamento do atual carro durante os três dias. Charles Leclerc e Carlos Sainz completaram 403 voltas na direção do SF21. Em comparação à temporada anterior, a Ferrari destaca o avanço no desenvolvimento da unidade de potência em 2021.

Em comparação ao ano passado, quando a equipe disputou o Grande Prêmio do Bahrein, tanto na corrida como na classificação o carro foi muito lento nas retas. Dessa vez, nos testes na mesma pista, ao menos nas retas a velocidade foi maior, mas em ritmo de corrida a Ferrari ainda deixou a desejar. Embora o motor foi um ponto importante nos testes de pré-temporada, a equipe também está tentando corrigir os pontos fracos na traseira do carro. É provável que em apenas três dias a equipe não tenha encontrado todas as respostas, mas olhar para um caminho de desenvolvimento e evolução para a melhora do carro pode dar alguma esperança para, quem sabe, o time de Maranello voltar a frequentar o top-3, ao lado de Mercedes e Red Bull.

ALPHATAURI 

O AT02 mostrou evolução bastante significativa em relação ao ano passado. Pierre Gasly conseguiu registrar o segundo melhor tempo no teste do sábado, enquanto Yuki Tsunoda também fez a segunda melhor marca no dia seguinte. Apesar de terem enfrentado alguns problemas durante as atividades, no geral, o carro é promissor e a confiabilidade dos motores Honda também é positiva para a temporada.

Este ano será o último da parceria da Honda com a Red Bull e AlphaTauri. Tsunoda, que estreou na equipe nos testes no Bahrein e que chegou a testar a geração anterior do AlphaTauri-Honda AT01 no teste pós-temporada em Abu Dhabi no ano passado, relatou ter ficado impressionado com o desempenho da nova unidade de potência da fabricante japonesa para este ano. E que na verdade é o motor que a Honda planejou trazer para 2022, mas o antecipou por um ano, depois de anunciar sua saída da Fórmula 1. É um carro que vem na linha da Red Bull, mas mostra que tem identidade própria. Se fizerem um bom trabalho, Gasly e Tsunoda podem ficar de olho na vaga de Sergio Pérez, caso o mexicano não renove o contrato no final do ano com a Red Bull. 

ALFA ROMEO

A Alfa Romeo concluiu a pré-temporada satisfeita com o resultado: foram 422 voltas com o C41, sendo a equipe que mais andou no circuito do Bahrein, e o bom desempenho do motor Ferrari deixou o time mais confiante. Kimi Raikkonen terminou o terceiro dia de testes na quarta colocação e Antonio Giovinazzi, no sábado, ficou em quinto lugar. 

A melhora do motor Ferrari, que atingiu um patamar mais competitivo, alinhada às mudanças que a Alfa Romeo fez no carro, tornou-o mais rápido e melhor do que era no ano passado. Há potencial para ocupar espaço no pelotão intermediário de forma consistente, pois é um carro que continua mantendo uma identidade em relação ao de 2020. Agora, com mais potência e ajustes, o que deve levar ao melhor desempenho, a equipe pode marcar mais pontos no campeonato. 

HAAS 

O primeiro dia de testes da Haas marcou a estreia de Mick Schumacher e Nikita Mazepin na equipe americana. Mas, a primeira passagem de Schumacher foi marcada por um problema na caixa de câmbio que o limitou a apenas 15 voltas na pista. Mesmo com as condições climáticas variáveis no deserto do Bahrein, os testes serviram para que ambos pudessem se familiarizar com o VF-21. A temporada de 2021 será um momento de transição para a Haas, pois a equipe está focada em 2022 e por isso, limitaram o desenvolvimento do carro atual que conta com o motor Ferrari. 

Ainda que esse seja o carro do ano passado sem grandes mudanças, há algumas pequenas modificações e tentativas de desenvolvimento, mesmo gastando pouco. A Haas deve continuar sendo a equipe do final do grid, mas se conseguir um carro estável, que comece e termine as corridas, e uma dupla que entenda o seu papel durante a transição de regulamento, poderá evoluir, mesmo que de forma lenta. Mas, antes, os novatos precisam também se adaptar ao carro para dar o melhor que puderem a bordo do VF-21, mesmo se continuarem como a turma do fundão da F1.

WILLIAMS

A Williams dividiu as atividades nos treinos da pré-temporada entre Roy Nissany, Nicholas Latifi e George Russell. Piloto de testes da equipe, Nissany assumiu o volante do FW43B na sexta-feira, enquanto Nicholas Latifi guiou no sábado e Russell no domingo. Com a pista mais emborrachada, o time inglês preferiu colocar seu piloto mais experiente no último dia de testes e foi possível ver a equipe com um pouco mais de desempenho usando pneus macios e andando no ritmo das Mercedes.

Pelos testes, e por este ser o primeiro ano da equipe britânica sob a gestão da Dorilton Capital, que comprou a equipe em agosto do ano passado da família Williams, existe a possibilidade de ver o time de Grove em uma nova fase da história da Fórmula 1, reagindo no campeonato. Não somente melhorando na classificação, mas também sendo mais constante durante as corridas, possibilitando um avanço no pelotão intermediário. Não deve sair sem pontos desse campeonato.

Embora os testes tragam informações de como as equipes estão se preparando para a temporada, em alguns carros ainda há muito o que se fazer. Ter o carro mais competitivo também não significa que a Red Bull será a nova campeã mundial ou a hegemonia da Mercedes está ameaçada, por exemplo. 

Não tenho dúvidas de que a Mercedes será capaz de se recuperar da frustração desses dias de testes durante a temporada. Mas as verdadeiras respostas teremos quando os carros voltarem para a pista na abertura do campeonato a partir do dia 26 de março, no circuito internacional do Bahrein.

Parabólica
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