F1: os Mercedes e Aston que vão à pista, mas não competem
Conheça os safety cars e carros médicos que serão usados na temporada 2022 - e um breve histórico dos carros de serviço da Fórmula 1
A Fórmula 1 revelou os carros da Mercedes que serão utilizados como veículos de serviço da categoria em 2022. Assim como em 2021, haverá um rodízio com a Aston Martin no fornecimento de carros de segurança e carros médicos. Os modelos da marca inglesa para 2022, por sua vez, já haviam sido mostrados durante os dias de testes coletivos em Barcelona.
Já falamos sobre o W13 e o AMR22, os carros que serão utilizados pelas equipes Mercedes e Aston Martin, respectivamente, na temporada de 2022 da F1. Chegou a hora conhecermos mais dois carros de cada marca, mas que serão vistos nas pistas ao longo do ano apenas nos momentos em que a competição estiver parada. Mas, antes de chegarmos aos novos carros, um pouco de passado.
Até 1992, a presença do safety car não era obrigatória nas corridas de Fórmula 1. Sua disponibilidade era determinada pela organização de cada GP, que também ficava responsável pela escolha do modelo a ser utilizado. Só a partir de 1993 que a F1 passou a exigir a presença de um carro de segurança, mas ainda sem qualquer padronização. Quem não se lembra do Fiat Tempra que “resgatou” Ayrton Senna do meio da multidão no GP do Brasil de 1993, por exemplo?
Além do Tempra, via-se nas pistas da Fórmula 1 uma variedade de modelos liderando o pelotão nos momentos de paralisação das corridas. Desde esportivos, como os Porsche 914 e 930 e os Lamborghini Countach e Diablo, até carros mais “normais”, como Ford Escort Cosworth, Escort XR3, Opel Vectra GSi, Honda Prelude e o até Renault Clio, na versão esportiva Williams.
Foi só em meados 1996 que a F1 assinou um contrato com a Mercedes-Benz, que passou a fornecer tanto o safety car quanto o medical car para todas as provas. Os carros escolhidos sempre foram da AMG, a linhagem esportiva da fabricante alemã. Entre 96 e 97, o safety car era o C43 AMG. De 97 a 99, o CLK 55 AMG. Nos anos seguintes, a Mercedes rodou bastante sua linha de esportivos. Passaram pela F1 o CL 55 AMG, SL 55 AMG, CLK 55 AMG (em nova geração), SLK 55 AMG, CLK 63 AMG e SL 63 AMG.
Em 2010, o icônico SLS AMG passou a ser usado, ficando até 2014 na função com algumas melhorias. Desde 2015, a atribuição de safety car está com o AMG GT. A versão S atuou por três anos, sendo substituída pela R, que ficou até 2021, ano em que a Mercedes passou a dividir a tarefa com a Aston Martin. Para 2022, o AMG GT R dá lugar à versão ainda mais radical, o...
Mercedes-AMG GT Black Series
Black Series é a denominação que a AMG dá para a versão final de seus esportivos, quando o carro atinge o máximo do desenvolvimento. O modelo que passa a ser usado na F1 esse ano utiliza o mesmo motor V8 biturbo de 4.0 litros do anterior, mas retrabalhado para entregar mais potência e torque. O salto é impressionante: de 575 para 730 cavalos de potência, e de 700 para 800 NM de torque.
O carro conta ainda com aerodinâmica ativa, suspensão retrabalhada e extenso uso de fibra de carbono para alívio de peso. A Mercedes alega que o carro vai a 100 km/h em 3,2 segundos, ou 0,4 segundos a menos que o GT R. A velocidade máxima é de 325 km/h. Em 2020, o modelo chegou a quebrar o recorde de carros de produção da pista de Nurburgring, na Alemanha, com um tempo de 6min43s616.
Para ser usado na Fórmula 1, o carro ganha gaiola de proteção, toda a instrumentação para controle de bandeiras e comunicação e um sistema de iluminação e sinalização no aerofólio traseiro, substituindo o tradicional “giroflex” instalado no teto. Assim como no ano passado, a pintura não será no clássico prata, mas em vermelho, graças a um patrocínio de uma empresa do setor de segurança digital.
O Black Series será sempre acompanhado do medical car da Mercedes. A marca optou por não utilizar uma de suas peruas, tradicionais na função, em lugar de um sedã esportivo (ou devemos dizer cupê de quatro portas?). Sai de cena o C63 AMG Estate e entra o...
Mercedes-AMG GT 63 S 4MATIC+
O complexo nome se refere a um carro que é tido como a versão de quatro portas do AMG GT. Ele utiliza o mesmo motor 4.0 biturbo, mas com uma calibragem diferente: são 639 cv de potência e 900 NM de torque. O torque - aliado à tração integral - ajuda o GT 63 S a fazer o mesmo tempo de 0 a 100 km/h do Black Series: 3,2 segundos.
Quando em uso na Fórmula 1, o carro poderá levar uma equipe de até três médicos e seus equipamentos de primeiros socorros, além de extintores de incêndio.
A dupla da Mercedes estará em ação 11 vezes ao longo do ano, incluindo nas duas primeiras etapas, na Barein e na Arábia Saudita. A partir da terceira corrida, na Austrália, entra em cena a Aston Martin. O safety car inglês segue sendo o mesmo do ano passado, o...
Aston Martin Vantage V8
Não e só na Fórmula 1 que os carros da Aston Martin recebem unidades de potência Mercedes. A parceria entre as empresas acontece também em alguns carros de rua. O Vantage é um dos modelos ingleses a receber os motores alemães. Trata-se do mesmo motor V8 biturbo da dupla da Mercedes, mas com um tratamento diferenciado, em que entrega 535 cv de potência. Mesmo menos potente, a aceleração se mantém bem próxima à dupla alemã, indo aos 100 km/h em 3,5 segundos.
Para ser o safety car, o carro também recebe toda a instrumentação da direção de prova e gaiola de proteção. A sinalização continua sendo feita da forma clássica, com uma barra de luz montada sobre o teto. Ao contrário da Mercedes, que fugiu de sua cor tradicional, a Aston Martin preferiu se manter fiel ao verde britânico. O tom é o mesmo adotado no AMR22. A cor pode ser encontrada também no medical car da marca, o...
Aston Martin DBX
O SUV utilizado como medical car estreou em 2021 e segue firme em sua função. O enome utilitário inglês é mais um a utilizar o onipresente V8 biturbo da Mercedes, e mais um a receber uma calibragem diferente. Nesse caso, são 550 cavalos de potência e 700 NM de torque para puxar o corpanzil de mais de 2,2 toneladas. O carro chega aos 100 km/h em 4,5 segundos – bom tempo, a julgar pelo alto peso.
Também dentro dos padrões FIA, a versão medical car do carro é capaz de levar uma equipe de 3 pessoas, seus equipamentos e extintores. A dupla da Aston dará as caras em 12 etapas ao longo de 2022.
Seja qual for o safety car, o piloto será, claro, o alemão Bernd Maylander. O alemão vai para sua 23ª temporada com a responsabilidade de tocar o carro de segurança da Fórmula 1. Quanto ao carro médico, o condutor costumava ser o sul-africano Alan van der Merwe desde 2009, mas ele se recusou a tomar a vacina contra a covid e perdeu as corridas finais de 2021 por tal motivo. A F1 não confirmou se ele retornará à função em 2022 ou se será substituído. Certeza mesmo só que o principal passageiro continuará sendo o Dr. Ian Roberts, médico da Fórmula 1.