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Como a Renault restaurou o R25 V10 de Fernando Alonso

Chassi R25 e motor V10 de 2005 foram restaurados com a empresa alemã Rennwerk para marcar transição da Renault para a Alpine em 2021

15 dez 2020 - 18h06
(atualizado às 18h19)
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Fernando Alonso reencontrou o Renault R25 V10 de 2005 graças a uma restauradora alemã.
Fernando Alonso reencontrou o Renault R25 V10 de 2005 graças a uma restauradora alemã.
Foto: Renault / Divulgação

Foram mais de 40 anos na Fórmula 1, dois títulos mundiais com Fernando Alonso e dois campeonatos de construtores, além de 35 vitórias em 399 largadas até o Grande Prêmio de Abu Dhabi. O encerramento da temporada 2020 marcou a última corrida da equipe com o nome Renault, antes de passar o bastão para sua marca irmã, a Alpine, no próximo ano. O preto e amarelo darão lugar ao azul, branco e vermelho, as cores nacionais da França.

Esse legado foi celebrado durante uma apresentação de Alonso durante o evento no circuito de Yas Marina. O piloto fez três demonstrações comemorativas a bordo do R25, com o qual se consagrou campeão em 2005. Propulsionado pelo emblemático motor V10 Renault, que dominou a categoria nos anos 1990 e no início dos anos 2000, o chassi do R25 foi imediatamente reconhecido por seu visual característico, nas cores azul e amarelo. Em 2005, Fernando e seu companheiro de equipe Giancarlo Fisichella venceram 8 das 19 corridas, incluindo uma vitória em casa para a equipe francesa, além de sete pole positions e 18 pódios, oferecendo à Renault seu primeiro título de construtores e a primeira coroa mundial para Alonso. 

Fernando Alonso e Guanyu Zhou: experiência e juventude juntos no Renault R.S. 20.
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Foto: Renault / Divulgação

Quinze anos depois, o R25 retornou à pista após sua restauração pelas plantas da Renault Sport Racing em Enstone e em Viry, junto com a Rennwerk, empresa alemã especializada em restauro. Utilizado pela última vez durante uma demonstração, em 2006, o R25 foi integrado à coleção Renault Classic, até que um projeto de restauração foi iniciado em 2018, visando recuperar todo o esplendor do carro.

A restauração do chassi começou em 2019 com a Rennwerk, para que o carro pudesse estar pronto para ser exibido no Grande Prêmio da França de 2020, antes do adiamento do projeto devido à pandemia da Covid-19. O programa foi então relançado em outubro de 2020, exigindo mais de 50 horas de trabalho para revisar o motor em Viry. Apenas duas semanas mais tarde, o V10 ganhou vida na oficina da Rennwerk e o R25 deu sua primeira volta no circuito de La Ferté-Gaucher, em meados de novembro.

Fernando traz o número 14 de volta à Fórmula 1, mas em 2021 as cores serão outras.
Fernando traz o número 14 de volta à Fórmula 1, mas em 2021 as cores serão outras.
Foto: Renault / Divulgação

Para Cyril Abiteboul, diretor da equipe Renault DP World F1 Team, foi muito emocionante ver o R25 na pista. “Fazer o seu motor roncar novamente e a presença do Fernando ao volante é a cereja do bolo. A parceria entre o piloto e o carro de corrida marcou uma época na F1, com uma das mais belas performances da Renault no automobilismo esportivo”, declarou. Abiteboul disse que o carro simboliza as realizações passadas, enquanto Alonso reflete a forte ambição de sucesso para recuperar estes momentos e emoções incríveis. E lembrou que “todos estes resultados passam agora para o nome da Alpine, mas todos nossos futuros sucessos serão uma homenagem a este período excepcional da história da Renault na F1”. 

Símbolo de esportividade, elegância e agilidade, a marca Alpine será vista no chassi, prestando uma homenagem à expertise que deu origem ao modelo A110. Para a Alpine, trata-se de uma etapa importante para acelerar o desenvolvimento e a influência da marca. O motor da escuderia manterá o nome E-Tech e continuará se beneficiando da expertise do Grupo Renault em motorizações híbridas.

Tempos dos testes em Abu Dhabi: Alonso lidera perante os novatos.
Tempos dos testes em Abu Dhabi: Alonso lidera perante os novatos.
Foto: Renault / Divulgação

A assinatura do novo Pacto de Concórdia, que estipula um teto orçamentário, além da entrada em vigor de um novo regulamento técnico a partir de 2022, faz com que o grupo francês esteja mais determinado do que nunca a batalhar pelo pódio e pela vitória com suas novas cores.

Embora no Brasil a marca Alpine ainda seja desconhecida por uma boa parte da população, na Europa ela é sinônimo de automobilismo. É reconhecida nas categorias de endurance, como as 24 Horas de Le Mans, e nos ralis. A marca nunca apareceu como fabricante na F1 antes, embora a primeira incursão da Renault nos grandes prêmios, em 1977, foi com uma equipe formada pelos departamentos de competição Alpine e Gordini.

Os futuros chassis produzidos pela equipe com sede em Enstone serão designados como Alpine, mas o nome Renault permanecerá, já que os carros rodarão com motores híbridos Renault E-Tech, produzidos em Viry-Chatillon. 

Depois de duas temporadas longe da Fórmula 1, Fernando Alonso retorna à equipe em 2021 e terá como companheiro de equipe Esteban Ocon. O bicampeão mundial, que está participando dos testes pós-temporada da F1 em Abu Dhabi, junto com jovens pilotos, completou nesta terça (15) 105 voltas no circuito de Yas Marina e registrou 1min36s333, sendo o mais rápido de todos os 15 participantes. 

Alonso teve o primeiro contato "de verdade" com o carro que foi de Daniel Ricciardo.
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Foto: Renault / Divulgação

E foi anunciado que Jérôme Stoll deixará o cargo de presidente da Renault Sport Racing antes da transição da equipe para a Alpine, ao final do seu mandato em 31 de dezembro. Ele estava no cargo desde 2016, ano em que a marca retornou à Fórmula 1 como equipe própria. Stoll deixa o posto com a melhor temporada do time desde o retorno às pistas. Em 2020, a Renault conquistou o quinto lugar no mundial de pilotos, com 181 pontos, além de três pódios, sendo dois de Daniel Ricciardo – 2º lugar no GP de Eifel e 3º no GP da Emilia Romagna) e o 3º lugar – e primeiro pódio – de Esteban Ocon, no GP do Sakhir. Stoll disse que um novo caminho está se abrindo com a Alpine e “tenho certeza de que o melhor ainda está por vir. Estou feliz e orgulhoso de ter feito parte desta grande aventura com pessoas tão incríveis”. 

A partir de agora, a Fórmula 1 faz uma pausa depois de 17 grandes prêmios em cinco meses e meio de temporada. As datas dos testes de inverno na pré-temporada ainda não foram definidas, mas a expectativa é de que aconteçam no final de fevereiro, ainda sem local definido. E caso nada mais se altere no calendário da F1, a primeira corrida em 2021 será disputada no dia 21 de março, na Austrália.

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