PUBLICIDADE

Parabólica

Alfa Romeo, Sauber e Mercedes juntas na F1 em 2022?

A notícia de que a equipe ítalo-suíça estaria buscando os motores Mercedes para 2022 sacudiu as redes, mas ninguém sabe se isso é real

1 set 2021 - 08h00
(atualizado às 09h11)
Compartilhar
Exibir comentários
Sauber e Mercedes, juntas em 1993.
Sauber e Mercedes, juntas em 1993.
Foto: Sauber / Divulgação

Pode ter sido por conta da falta de ação dentro da pista no GP da Bélgica, mas o fato é que a situação ficou animada fora da pista, e esta terça-feira foi agitada em termos de boatos. Mais uma vez se falou na aposentadoria de Kimi Raikkonen e Bottas assumindo seu lugar na Alfa Romeo, George Russell indo para a Mercedes, Alex Albon, Nick De Vries... só que um boato chamou mais a atenção.

As redes sociais ficaram em polvorosa com a notícia de que a Sauber, atualmente correndo com a marca da Alfa Romeo, estaria negociando para deixar a Ferrari e ter motores Mercedes já a partir de 2022. A origem desta informação é o site alemão Sport1. Segundo eles, um dos donos da equipe, Finn Rausing (um dos bilionários suecos que vieram com Marcus Ericsson), estaria conversando com Ola Kallenius, que vem a ser CEO da Daimler, controladora da Mercedes.

Na esteira desta conversa, além de Bottas, também viria Nick De Vries, outro piloto protegido da Mercedes. Justamente por isso, seu nome vem sendo muito cogitado na Williams, que tem um acordo técnico com os alemães até 2025.

O casamento Sauber/Mercedes seria a reedição de uma parceria que durou dez anos. A equipe suíça foi a porta de entrada para o retorno oficial dos alemães às competições. Inicialmente, com os protótipos e posteriormente, na própria F1. Os suíços entraram na categoria em 1993 com forte apoio, mas por conta de problemas financeiros no ano seguinte, se bandearam para a McLaren e o resto é história.

A narrativa não deixa de ser interessante, entretanto, é preciso ver com calma. Sauber e Alfa Romeo anunciaram há poucas semanas a renovação do acordo de patrocínio até 2024. Embora tenha dito que o contrato seria avaliado a cada ano e que a Ferrari não teria tanta influência na escolha dos pilotos, fica complicado acreditar que uma empresa automotiva integrante de uma megacorporação (a Alfa Romeo hoje está sob o guarda-chuva da Stellantis, resultado da fusão entre a PSA e a FCA) aceitaria que fosse usado o motor de uma empresa de um grupo concorrente.

Embora não fosse mais parte formalmente do grupo FCA, e assim da Stellantis, a Ferrari ainda está ligada de forma umbilical a este grupo por conta da participação da empresa da família Agnelli, a Exor. Atualmente, a maior prova é a presença de John Elkann. O neto de Gianni Agnelli, o arquiteto da expansão da Fiat nos anos 1960 e 1970, acumula até esta semana o posto de CEO e de presidente do conselho de administração da Ferrari, além de ser presidente do conselho de administração da Stellantis. Desta forma, Ferrari e Alfa Romeo seguem tendo muito em comum.

Salvo alguma ação anterior, o C40 (ou C42) para o próximo ano foi concebido tendo com base o fornecimento de suspensões, cambio e motores da Ferrari. Qualquer mudança deste tipo implicaria em um gasto de recursos para adaptações, já que os projetos estão em fase final de desenvolvimento. Tal mudança teria que ter sido acertada alguns meses atrás.

Outro aspecto. Hoje, o regulamento esportivo da F1 diz que um fornecedor não pode atender mais do que três equipes sem a aprovação da FIA (item 8.3). Mas que esta autorização está vinculada a autorização dos demais fornecedores (item b do Anexo 9 do regulamento esportivo). A Mercedes atende quatro times, mas teve o aval dos demais. Em consulta feita pela Red Bull quando do anuncio da saída da Honda, Toto Wolff informou que não teria como atender mais um time, mas o contexto era outro. Afinal, fornecer para um concorrente direto?

E ainda tem o aspecto político: caso não haja mudança na atual formação, os alemães teriam metade do grid sob sua responsabilidade. A Ferrari também não teria interesse neste desequilíbrio de forças e a Renault olha com interesse para uma parceria de modo a aumentar o seu desenvolvimento. Talvez, para atender a Sauber, uma equipe teria que sair do “mundo Mercedes”. Mas quem?

Embora pudesse ser viabilizado, um movimento deste tipo soaria até viável para 2023. Mas para 2022, não parece ser tão possível de acontecer. Mas a F1 é pródiga em histórias improváveis.

Parabólica
Compartilhar
Publicidade
Publicidade