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Teste: Toyota Corolla XEI 2.0 se impõe pelo custo-benefício

Com o novo motor 2.0 de 177 cavalos e um câmbio automático de dez marchas, esta versão anda como a topo de linha e é muito mais em conta

15 out 2019 - 08h00
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O Corolla XEI tem rodas aro 17, como a versão topo de linha, porém na cor prata.
O Corolla XEI tem rodas aro 17, como a versão topo de linha, porém na cor prata.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Para quem não precisa ficar em dúvida entre o Corolla Altis 2.0 e o Corolla Altis Hybrid, já que os dois custam R$ 124.990, resta escolher entre as duas versões inferiores do Corolla. A de entrada é a GLI, que sai por R$ 99.990; a segunda é a XEI, que custa R$ 110.990. Ambas usam o mesmo motor 2.0 flex da versão Altis. Avaliamos a XEI, que oferece a melhor relação custo-benefício e será responsável pela maioria das vendas do novo Corolla. Seu grande apelo, claro, é o novo conjunto motor-câmbio, que combina uma entrega de potência de 177 cavalos com um inédito câmbio CVT de dez marchas.

Dinamicamente, o Corolla XEI de R$ 111 mil é melhor do que o Corolla Hybrid de R$ 125 mil. Afinal, são 74 cavalos de diferença! É uma cavalaria e tanto num carro muito mais acessível. Com o torque máximo de 210 Nm a 4.400 rpm, o Corolla XEI 2.0 não chega a ser um assombro em consumo, mas na estrada ele viaja com enorme suavidade. É fácil entender. Nas arrancadas urbanas, o carro demora um tantinho para encher o motor --

A traseira da versão XEI não tem as lanternas inteiramente de LED.
A traseira da versão XEI não tem as lanternas inteiramente de LED.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

raramente dirige-se acima de 4.000 giros na cidade, por isso o motorista vai usar menos torque. Porém, quando o carro embala e pede mais potência, aí sim os 177 cavalos farão diferença. Embora a potência máxima surja numa faixa alta, a 6.600 giros, o motor tem cavalos de sobra para entregar antes disso.

Para equilibrar a relação peso/torque, que não é excepcional, a Toyota dotou o novo Corolla de um inédito câmbio CVT que combina as polias com uma engrenagem. A engrenagem funciona apenas na primeira marcha, para garantir uma arrancada eficiente do carro. Da segunda à décima, funciona o sistema CVT. Aliás, a quantidade de “marchas” de um câmbio continuamente variável é mais uma opção de marketing do que técnica. Teoricamente, pode-se colocar quantas marchas o fabricante quiser, pois todas elas são eletronicamente simuladas.

TOYOTA COROLLA XEI 2.0
Item Conceito

Nota

(1 a 5)

Desempenho muito bom 4
Consumo muito bom 4
Segurança ótimo 5
Conectividade muito bom 4
Conforto muito bom 4
Pacote de Série muito bom 4,5
Usabilidade muito bom 4
Veredicto muito bom 4,1

Durante o tempo que rodamos com o novo Corolla XEI 2.0, o carro agradou não apenas pelo conforto na condução, mas também pela vida a bordo dos passageiros. A distância entre-eixos foi mantida nos bons 2,7 metros, o que garante espaço mais que suficiente para as pernas de quem senta atrás. É um carro para fazer viagens longas com a família sem problemas de espaço, pois o porta-malas também é grande (470 litros). 

Em relação à versão de entrada GLI, o Corolla XEI ganha os seguintes equipamentos de série: rodas aro 17, grade inferior dianteira em black piano, acabamento interno parcialmente revestido de couro, ar-condicionado automático, chave presencial, piloto automático, retrovisor interno com antiofuscamento eletrônico, modo de condução Sport, borboleta para troca de marcha no volante, destravamento das portas pela chave, botão de partida, faróis de neblina dianteiros de LED e temporizador no limpador do parabrisa.

O quadro de instrumentos é muito bom e a multimídia agrada, mas podia ser melhor.
O quadro de instrumentos é muito bom e a multimídia agrada, mas podia ser melhor.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Na comparação com a versão Altis 2.0, o Corolla XEI perde: acabamento preto brilhante nas rodas, acabamento interno bege e marron, acabamento prata nas maçanetas internas, ar-condicionado dual zone, ACC (piloto automático adaptativo), regulagem elétrica no banco do motorista, rebatimento automático dos retrovisores, faróis e luzes traseiras inteiras de LED, teto solar, funções extras no volante, assistente de pré-colisão, farol alto automático, sensor de chuva e alerta de mudança de faixa. Como se vê, tanto para cima quanto para baixo, a maioria dos equipamentos é de conforto ou sofisticação. Por isso, podemos dizer que o Corolla XEI é a versão aristotélica desse Toyota, ou seja, tem a virtude no meio e não nos extremos, como pregava o filósofo grego Aristóteles.

Vale destacar que o Corolla XEI traz itens importantes, como o belíssimo quadro de instrumentos digital. A central multimídia também melhorou muito e tem ótima visibilidade, mas está longe de ser uma das melhores do mercado. Além disso, ela é responsável por um dos dois pênaltis internos do novo Corolla: a enorme caixa atrás da tela tátil, lembrando um antigo televisor. O outro pênalti é a alavanca do freio de estacionamento, que os rivais já abandonaram em troca do freio de mão eletrônico. Uma boa notícia é que o sedã agora tem duas entradas USB, e ambas com potência para carregamento da bateria do telefone celular.

O novo Corolla manteve a distância entre-eixos de 2,7 metros.
O novo Corolla manteve a distância entre-eixos de 2,7 metros.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Dirigindo, o motorista descobre as maiores virtudes do Corolla XEI. Em relação à geração anterior, alguns itens contribuíram para a enorme melhoria da dirigibilidade. Uma delas é a suspensão traseira independente, tipo duplo A. Mas não só isso. Ela veio acompanhada de uma nova carroceria, feita na plataforma TNGA, que baixou o centro de gravidade do carro em 10 milímetros. Parece pouco, mas esses valores milimétricos mudam bastante o comportamento de um automóvel. Por isso, o novo Corolla se tornou muito mais estável e seguro nas curvas de alta velocidade. A posição de dirigir também melhorou bem, apesar de na versão XEI ela não ser milimetricamente ajustada como na Altis. Vale dizer que o peso das versões Altis 2.0 e XEI 2.0 é o mesmo, o que dá a elas a mesma relação peso/potência de 7,9 kg/cv, um número muito bom.

O que é novo

  • Esta é a 12a geração.
  • Carroceria e design.
  • Motor 2.0 flex de 177 cv com etanol e 169 cv com gasolina.
  • Suspensão traseira independente tipo duplo A (double wishbone).
  • Volante, painel, quadro de instrumentos e central multimídia.

O que nós gostamos

  • Relação peso/potência muito boa.
  • Dirigibilidade, graças à nova suspensão traseira.
  • Design que manteve os três volumes.
  • Capacidade do porta-malas.
  • Espaço traseiro.
  • Quadro de instrumentos digital muito bem desenhado.
  • Borboleta para antecipar marchas.

O que pode melhorar

  • Freio de estacionamento tem uma alavanca antiquada..
  • Visual e interface da central multimídia.
  • Potência com gasolina.
  • Ausência de ar-condicionado dual zone.

Os números

  • Preço: R$ 110.990
  • Motor: 2.0 flex
  • Potência: 177 cv a 6.600 rpm (e)
  • Torque: 210 Nm a 4.400 rpm (g/e)
  • Câmbio: 10 marchas CVT
  • Comprimento: 4,630 m
  • Largura: 1,780 m
  • Altura: 1,455 m
  • Entre-eixos: 2,700 m
  • Peso: 1.405 kg
  • Pneus: 225/45 R17
  • Porta-malas: 470 litros
  • Tanque: 50 litros
  • Velocidade máxima: 208 km/h
  • 0-100 km/h: 9s2
  • Consumo cidade: 11,6 km/l (g)
  • Consumo estrada: 13,9 km/l (g)
  • Emissão de CO2: 107 gkm
Guia do Carro
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