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Teste: Kia Rio é um bom carro e tem atributos superiores

Importado do México, ele supera os rivais nacionais em alguns itens, como a potência e o porta-malas, mas não oferece airbags laterais

29 jan 2020 - 12h07
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Kia Rio EX 1.6 AT: estreia no Brasil para recuperar o tempo perdido.
Kia Rio EX 1.6 AT: estreia no Brasil para recuperar o tempo perdido.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

É uma pena que o Kia Rio tenha demorado tanto para chegar ao Brasil. O carro é bem construído e revela alguns atributos superiores aos de alguns rivais nacionais, como o Hyundai HB20 e o Chevrolet Onix. Em relação ao HB20 topo de linha, o Rio é 10 cv mais potente; em relação ao Onix, tem 14 cavalos a mais. Porém, o fato de ser importado o prejudica, pois seu preço é definido pelo câmbio da moeda brasileira em relação ao dólar. Alguns equipamentos importantes de segurança (como airbags laterais ou de cortinas) estão presentes nos concorrentes com o mesmo preço. Ainda assim, o Rio apresenta aspectos superiores ao HB20 1.6 AT, mas a diferença de preço fica em torno de R$ 16 mil.

Para se impor no mercado, o Kia Rio precisa da mística, ou seja, do fascínio que o nome Rio remete a muitos brasileiros. Nesse caso, ele está atrasado no tempo, pois no período pré Olimpíada a cidade e o nome estavam em alta. Na ponta do lápis, analisando o custo-benefício, o Rio perde para o Chevrolet Onix Premier 1.0 Turbo e para as duas versões do Hyundai HB20: Diamond Plus 1.0 Turbo e Vision 1.6 AT. Porém, vale a pena conhecer os atributos do Rio, que tem um bom espaço interno (com entre-eixos maior que o do Onix, HB20 e VW Polo), acabamento superior ao dos carros citados e um painel muito bem desenhado.

Um dos pontos altos do Rio é a ergonomia. O carro é tão bom nesse quesito que a ausência de ajuste de profundidade no volante simplesmente não faz falta. Da mesma forma, o volante de couro da versão EX avaliada tem mais qualidade do que o dos rivais. Se no Onix Premier as costuras do volante machucam as mãos, no Kia Rio elas passam despercebidas.

O Kia Rio tem um dos maiores porta-malas, com 325 litros.
O Kia Rio tem um dos maiores porta-malas, com 325 litros.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O câmbio automático de seis marchas é suficiente para dar conta dos 130 cavalos do motor 1.6 flex. Além de ter potência superior à dos rivais topo de linha, o Kia Rio também tem uma relação peso/potência melhor. São 8,8 kg/cv do Rio contra 9,1 do HB20 e 9,6 do Onix. A ausência do turbo prejudica a eficiência do motor 1.6 em comparação com os rivais, mas isso não seria problema se o desempenho não fosse afetado. Na aceleração de 0-100 km/h, o Rio é um pouco mais lento do que a dupla Onix/HB20.

No trânsito urbano, o Kia Rio nos pareceu um pouco amarrado. O torque de 162 Nm é bom, mas ele surge apenas a 4.500 rpm com etanol e a 4.700 rpm com gasolina. Considere-se também que a potência com gasolina cai de 130 para 123 cavalos. O consumo do Rio 1.6 AT é muito bom, nota B no Inmetro, mas também é mais alto do que o de seus rivais mais equipados e na mesma faixa de preço.

O painel é muito bem desenhado e a multimídia traz Android Auto e Apple CarPlay.
O painel é muito bem desenhado e a multimídia traz Android Auto e Apple CarPlay.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Por causa desses detalhes, o Kia Rio tenta se impor pela praticidade. Seu porta-malas de 325 litros é o maior e dá um banho no do Onix, que dispõe de apenas 275 litros de capacidade. Não é difícil se acostumar -- e apreciar -- as características do Rio. O carro tem um rodar silencioso, a suspensão nos pareceu um pouco mais firme dos que a dos rivais nacionais e a vida a bordo tende a ser agradável, não apenas para o motorista, mas também para os passageiros. Atrás, o carro tem uma entrada USB. O túnel central é baixíssimo e não incomoda o passageiro do meio. Na frente, o acesso a todos os instrumentos é muito fácil. O display central embutido no painel ficou muito bem resolvido e está na mesma altura do quadro de instrumentos. Este, tem números grandes e mais visíveis do que os da concorrência. Nesse ponto, o Rio é melhor do que o Onix e nem se compara ao HB20, que piorou o que era bom ao adotar um misto de digital com analógico.

KIA RIO EX 1.6
Item Conceito

Nota

(0 a 5)

Desempenho Bom 3
Consumo Muito bom 4
Segurança Muito bom 4
Conectividade Bom 3
Conforto Bom 3
Pacote de Série Bom 3,5
Usabilidade Médio 2
Veredicto Bom 3,2

Sem considerar o custo-benefício, o Kia Rio é uma boa compra. Mas, na ponta do lápis, sua posição perante os concorrentes é difícil. Ele tem apenas um equipamento não disponível nas versões 1.6 e 1.0 do HB20 e no Onix Premier: ar-condicionado automático. No calor brasileiro, talvez faça diferença. Seu grande diferencial, entretanto, é ser um carro exclusivo num nicho de mercado (compactos superiores) bastante congestionado pelas ofertas nacionais. Além disso, a Kia Motors tem histórico de bom atendimento em sua rede.

Os números

  • Ano: 2020
  • Preço: R$ 78.990
  • Motor: 1.6 flex
  • Potência: 130 cv a 6.000 rpm (g)
  • Torque: 162 Nm a 4.500 rpm (g)
  • Câmbio: 6 marchas AT
  • Comprimento: 4,065 m 
  • Largura: 1,725 m 
  • Altura:  1,450 m
  • Entre-eixos: 2,580 m
  • Peso: 1.141 kg
  • Pneus: 185/65 R15
  • Porta-malas: 325 litros
  • Tanque: 45 litros
  • 0-100 km/h: 10s5
  • Velocidade máxima: 191 km/h
  • Consumo cidade: 10,5 km/l (g)
  • Consumo estrada: 13,4 km/l (g)
  • Emissão de CO2: 115 g/km
Guia do Carro
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