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Picape Renault Alaskan estreia na Argentina; Brasil aguarda

Lançada no finalzinho de 2020 na Argentina, nova picape Alaskan pode ser a solução para a Renault equilibrar sua operação no Brasil

20 fev 2021 - 08h41
(atualizado em 22/2/2021 às 11h19)
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Novíssima picape Renault Alaskan: estreia na Argentina com duas configurações de motor.
Novíssima picape Renault Alaskan: estreia na Argentina com duas configurações de motor.
Foto: Renault / Divulgação

Depois de idas e vindas, a Renault decidiu lançar sua inédita picape Alaskan somente na Argentina. O Brasil ficou sem a picape, por enquanto. Assim, a Renault permanece fora de um dos melhores mercados do momento, o de picapes médias com carroceria sobre chassi, que vendeu 107 mil unidades no ano passado. Mas a Renault Alaskan tem atributos para ser vendida no Brasil? Sim -- e muitos.

Lançada há apenas três meses na Argentina, a Renault Alaskan é vendida em sete versões, com opção de tração 4x2 e 4x4, câmbio manual e automático e duas configurações de motor. A mais barata custa 2.823.400 pesos argentinos (R$ 170.618). A versão Confort tem tração 4x2, câmbio manual de 6 marchas e é a única que utiliza o motor 2.3 turbo diesel de 160 cv de potência (3.750 rpm) e 403 Nm de torque (1.500 a 2.500 rpm). A versão Confort também está disponível com tração 4x4 e custa 3.275.400 pesos (R$ 197.932).

Nova picape média da Renault tem capacidade para transportar até 1.115 kg de carga.
Nova picape média da Renault tem capacidade para transportar até 1.115 kg de carga.
Foto: Renault / Divulgação

Nas outras versões (Emotion, Intense e Iconic) o motor é o mesmo 2.3 a diesel, porém biturbo, e a potência sobe para 190 cv a 4.000 rpm. O torque também é maior, de 450 Nm, na faixa de 1.500 a 2.500 rpm. A versão 4x4 com câmbio automático sequencial de 7 marchas só está disponível na versão topo de linha, por 4.942.700 pesos (R$ 298.687). Há uma explicação: ao contrário dos brasileiros, os consumidores argentinos preferem carros com câmbio manual.

Interior da Renault Alaskan segue o padrão da marca e tem bom visibilidade.
Interior da Renault Alaskan segue o padrão da marca e tem bom visibilidade.
Foto: Renault / Divulgação

Desenvolvida junto com a Nissan Frontier e a falecida Mercedes-Benz Classe X, a picape Renault Alaskan se destaca pela suspensão. A traseira é multilink de seis braços. A caminhonete tem capacidade de tração de 3,5 toneladas e consegue transportar até 1.115 kg de carga. Vendida apenas com cabine dupla, a Alaskan tem uma caçamba de 1,503 m de comprimento e até 1,560 m de largura (1,103 m na área das caixas de rodas). É uma picape com bons atributos off-road e 25,5 cm de distância do solo (22,9 cm abaixo das suspensões).

Renault Alaskan é vendias apenas com cabine dupla e tem seis versões com câmbio manual.
Renault Alaskan é vendias apenas com cabine dupla e tem seis versões com câmbio manual.
Foto: Renault / Divulgação

Mas, se a picape Alaskan tem atributos para concorrer com a Toyota Hilux, a Chevrolet S10 e a Ford Ranger, por que não é vendida no Brasil? Segundo uma fonte da Renault, “porque a economia argentina está numa situação ainda mais frágil do que a do Brasil, com 46% de inflação, e o câmbio não favorece”. Por isso, pelo menos por enquanto, a Renault continuará fabricando a Alaskan apenas na Argentina. Mas isso pode mudar, segundo a mesma fonte. “Não há planos imediatos para vender a Alaskan no Brasil, mas ela interessa, sim.”

Medias internas da inédita picape Renault Alaskan, que deve vir para o Brasil dentro de dois ou três anos.
Medias internas da inédita picape Renault Alaskan, que deve vir para o Brasil dentro de dois ou três anos.
Foto: Renault / Divulgação

De acordo com essa fonte, a questão que pesa no momento não é simplesmente importar a picape da Argentina, o que seria uma operação fácil. O problema é o momento da Renault, tanto na Argentina quanto no Brasil: “Para trazer a Alaskan precisaríamos investir em mídia, em treinamento da rede de concessionárias e em peças de reposição”. Porém, a ordem que veio do CEO mundial da Renault, Luca de Meo, é dedicar os próximos meses em rentabilizar os carros já disponíveis em cada mercado. Lançamentos foram congelados. A grande aposta da Renault para este ano, portanto, será no Kwid, que vende bem e é lucrativo (embora sua rentabilidade seja baixa) e no Captur reestilizado com um novo motor 1.3 turbo.

Picape da Renault tem boa capacidade off-road e espaço amplo na cabine dupla e na caçamba.
Picape da Renault tem boa capacidade off-road e espaço amplo na cabine dupla e na caçamba.
Foto: Renault / Divulgação

Em algum momento, nos próximos dois ou três anos, é bem provável que a Renault retome o plano original de vender a picape Alaskan também no Brasil, especialmente a versão de 190 cv, com dois turbocompressores. Afinal, a montadora francesa busca veículos de maior valor e que deixem boa margem de lucro. Por “sorte”, tem na prateleira uma bela picape fabricada no país vizinho. A Renault teme que a fragilidade da economia argentina possa tornar a produção da Alaskan muito cara, inviabilizando o preço do produto no Brasil. É questão de tempo para que o cenário fique mais previsível.

Multimídia moderna também faz parte dos equipamentos da Renault Alaskan na Argentina.
Multimídia moderna também faz parte dos equipamentos da Renault Alaskan na Argentina.
Foto: Renault / Divulgação

Quando chegar ao Brasil, a Alaskan fará companhia à Oroch, uma picape monobloco derivada do Duster e que foi pioneira no segmento (depois dominado pela Fiat Toro). Em 2020, a Renault Oroch vendeu 6 mil unidades, deixando um bom resultado para a Renault. Vale dizer também que, além das citadas Hilux, S10 e Ranger, a Renault Alaskan competiria no Brasil com a Volkswagen Amarok, a Mitsubishi L200, a Nissan Frontier e a prometida Peugeot Landtrek.

Suspensão traseira multilink é um dos destaques da picape Renault Alaskan.
Suspensão traseira multilink é um dos destaques da picape Renault Alaskan.
Foto: Renault / Divulgação
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