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Onix RS tem visual esportivo digno, mas o motor não brilha

Chevrolet Onix RS tem motor 1.0 turbo e agrada pelo conjunto e design, porém não pode ser confundido com esportivo. Confira nossa avaliação

16 nov 2020 - 06h00
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Onix RS ficou bom com o motor 1.0 turbo, mas ficaria ainda melhor com o 1.2 turbo.
Onix RS ficou bom com o motor 1.0 turbo, mas ficaria ainda melhor com o 1.2 turbo.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Faz décadas que os fabricantes de automóveis oferecem séries especiais ou mesmo versões com design esportivo. O Chevrolet Onix RS Turbo é um deles e passou por nossa avaliação durante uma semana. Apesar do visual, nem todos os carros são realmente esportivos, por isso eles são alvos de críticas. Existe até um neologismo para esse tipo de carro: “esportivado”. 

É preciso ter cuidado na avaliação dos carros que têm visual esportivo, mas mecanicamente são iguais ao restante da linha. Puristas e especialistas costumam criticar de forma enfática modelos “esportivados” como o Onix RS. Por outro lado, alguns consumidores deslumbrados acreditam que os adereços esportivos já são suficientes para chamar o carro de esportivo. Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. 

Aerofólio traseiro melhorou a traseira do Onix RS, que tem forte apelo visual.
Aerofólio traseiro melhorou a traseira do Onix RS, que tem forte apelo visual.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

No caso do Onix RS, a primeira coisa que devemos considerar é que a Chevrolet nunca prometeu um desempenho de carro esportivo. Pelo contrário, sempre deixou claro que se trata de um Onix cujo apelo de vendas é o visual esportivo da grife RS, que costuma equipar modelos de sucesso da marca. Mecanicamente falando, portanto, o Onix RS Turbo é igual aos demais Onix equipados com o motor 1.0 de três cilindros, turbo flex, de 116 cavalos.

O carro é bom; não por acaso é o líder do mercado brasileiro. O motor 1.0 proporciona ótimo desempenho na cidade e não faz feio na estrada. Dá para viajar a 120 km/h sem que o motor grite demais (gira em 2.500 rpm) e o câmbio automático de seis marchas é competente. A posição de dirigir é muito boa, os bancos são confortáveis e a direção é bem calibrada. Portanto, quem dirige o Onix RS sabendo que ele tem apenas visual esportivo, vai gostar.

Interior do Onix RS é igual ao do Onix LTZ, com ótima multimídia e bons instrumentos.
Interior do Onix RS é igual ao do Onix LTZ, com ótima multimídia e bons instrumentos.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Quem espera esportividade na tocada do Onix RS, entretanto, vai se decepcionar. O carro é bom de curva e tem as suspensões firmes para sua proposta, mas a aceleração apresenta um pequeno retardo na resposta do turbocompressor, o câmbio automático não oferece trocas manuais clássicas, por alavanca ou borboleta, mas sim um botão na lateral da manopla, que é pouco prático. 

Menos mal que o câmbio automático é adaptativo, ou seja, vai se acostumando com o estilo do motorista e passa a fazer as trocas de marcha ao gosto do freguês. Os adereços esportivos do painel se resumem à cor vermelha das costuras e dos detalhes de acabamento.

Apesar de ter boa empunhadura, o volante de direção tem costuras muito grossas. No dia a dia não incomoda, mas basta rodar três horas seguidas com o carro para que a parte interna do polegar da mão direita comece a doer. É um detalhe que já observamos também no Onix Premier e que merece atenção por parte da General Motors, fabricante do carro.

Na estrada, Chevrolet Onix RS tem desempenho digno em velocidades moderadas.
Na estrada, Chevrolet Onix RS tem desempenho digno em velocidades moderadas.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Sem novidades na parte mecânica, o Onix RS é um carro mais de exibição do que de condução. Isso porque o motor 1.0 turbo não brilha, embora seja eficiente. Em termos de conteúdo, a versão RS traz alguns dos melhores equipamentos aa linha Onix, como bancos inteiriços bem confortáveis, bom gosto nos detalhes e nova central multimídia MyLink 8”. O carro também conta com seis airbags.

A Chevrolet poderia ter equipado o Onix RS com o motor 1.2 Turbo do Tracker? Poderia. Nesse caso, o carro teria aquele algo mais que o design esportivo promete. O motor 1.2 de 133 cavalos do Tracker ficaria perfeito para o Onix RS. Certamente brilharia, pois teria uma relação peso/potência de apenas 8,1 kg/cv. Mas, nesse caso, ele teria de passar por testes de suspensão e frenagem, e precisaria de nova calibração para câmbio e acelerador. Tudo isso o tornaria mais caro e o Onix RS Turbo acabaria ficando num nicho.

O objetivo da GM ao lançar o Onix RS foi aumentar as vendas do modelo. Por isso, nesse caso, não se deu ao trabalho de modificar o carro. Trata-se do mesmo modelo disponível no mercado, porém numa versão com visual esportivo. Muitos consumidores gostam. Se não fosse assim, não haveria tanta procura por rodas esportivas, saias laterais, aerofólios e outros acessórios.

Rodas de liga leve de 16" pintadas de preto garantem visual agressivo do Onix RS.
Rodas de liga leve de 16" pintadas de preto garantem visual agressivo do Onix RS.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

No passado, eram os próprios consumidores que colocavam uma roda diferente, um farol auxiliar de neblina ou de milha (longo alcance). Era comum trocar até mesmo o volante, mas atualmente os carros vêm com airbag, por isso esse item não se troca. As marcas de luxo são mais generosas nesse aspecto e oferecem itens realmente exclusivos.

No Chevrolet Onix RS também há itens exclusivos, mas nenhum deles modifica a parte dinâmica do carro. A dianteira do Onix foi redesenhada e traz uma nova grade tipo colmeia, com a gravatinha Chevrolet em preto, e spoilers pronunciados nas extremidades do para-choque. Os faróis têm máscara negra e luzes DRL com moldura em preto brilhante. O emblema RS fica posicionado do lado esquerdo.

A lateral tem saias na cor do veículo, passando a sensação de que ele é mais baixo do que o habitual (12,8 cm do chão). As novas rodas de alumínio de 16” são pintadas de preto. Os retrovisores são pintados em preto metálico. Como em outros carros “esportivados”, de outras marcas, tudo é feito para que Onix pareça ser mais esportivo do que realmente é.

Chevrolet preferiu manter o Onix RS com a mesma mecânica que faz sucesso nas outras versões.
Chevrolet preferiu manter o Onix RS com a mesma mecânica que faz sucesso nas outras versões.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O motor 1.0 turbo flex entrega 116 cv a 5.500 rpm e 165 Nm a 2.000 rpm (com etanol). A potência com gasolina é a mesma, mas o torque é menor: 160 Nm. O Onix RS vai de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos. Com gasolina, o carro faz 15,1 km/l na estrada e 11,9 km/l na cidade. Com etanol, faz 10,7 km/l e 8,3 km/l. O Onix RS pesa 1.085 kg e tem uma relação peso/potência de 9,3 kg/cv.

O Onix RS Turbo custa R$ 1.000 a mais que o LTZ. A tabela de preços atualizada do Onix 1.0 Turbo automático é a seguinte: 

  • Onix básico – R$ 65.390
  • Onix LT – R$ 71.690
  • Onix LTZ – R$ 74.790
  • Onix RS – R$ 75.790
  • Onix Premier I – R$ 78.890
  • Onix Premier II – R$ 82.090

Nossa conclusão ao rodar com o Chevrolet Onix RS Turbo é que ele dá dignidade ao design esportivo. Como dissemos, não entrega um desempenho esportivo, mas não faz ninguém passar vergonha. O carro tem uma motorização moderna e boa lista de equipamentos de série. Poderia, entretanto, ter o mesmo preço do Onix LTZ, que já é bem salgado. 

Os números

  • Preço: R$ 75.790
  • Motor: 1.0 turbo flex
  • Potência: 116 cv a 5.500  rpm (g/e)
  • Torque: 165 Nm a 2.000 rpm (e)
  • Câmbio: 6 marchas AT
  • Comprimento: 4,163 m
  • Largura: 1,730 m
  • Altura: 1,476 m
  • Entre-eixos: 2,551 m
  • Vão livre: 128 mm
  • Pneus: 195/55 R16
  • Peso: 1.085 kg
  • Porta-malas: 275 litros
  • Tanque: 44 litros
  • 0-100 km/h: 10s1
  • Velocidade máxima: 187 km/h
  • Consumo cidade: 11,9 km/l
  • Consumo estrada: 15,1 km/l
  • Emissão de CO2: 101 g/km
Guia do Carro
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