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Anfavea explica motivo do aumento nos preços de carros

Presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, diz que montadoras tem três desafios e pede vacinação de todos os brasileiros até setembro

5 mar 2021 - 12h33
(atualizado às 12h34)
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Moraes: "O setor está mais impactado por ser uma cadeia longa".
Moraes: "O setor está mais impactado por ser uma cadeia longa".
Foto: Sergio Quintanilha / YouTube / Anfavea

A Anfavea realizou nesta sexta-feira (5) sua tradicional coletiva mensal, analisando os números de fevereiro. Luiz Carlos Moraes, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores, disse que a indústria de carros enfrenta três desafios em 2021: a crise conjuntural, a situação estrutural e a crise sanitária. 

Segundo Luiz Carlos Moraes, a crise conjuntural (falta de insumos) e a situação estrutural (custo Brasil) são os principais vilões dos aumentos nos preços dos carros. Devido à pandemia de coronavírus, houve uma ruptura na logística da cadeia produtiva global, que levou à falta de insumos, a atrasos nos fretes e à falta de contêineres, entre outros problemas. As montadoras, portanto, tiveram grande pressão sobre os custos num momento de queda dramática nas vendas.

Presidente da Anfavea explica a pressão sobre os custos dos carros.
Presidente da Anfavea explica a pressão sobre os custos dos carros.
Foto: Sergio Quintanilha / YouTube / Anfavea

Os aumentos listados pela Anfavea são os seguintes: aço (+651%), resinas e elastômeros (+68%), pneus (+16%), alumínio (+13%), frete aéreo (+105%), frete marítimo (+339%), contêiner (+170%) e câmbio real/dólar (+39%). Como sempre faz, Moraes criticou o chamado custo Brasil, especialmente o “manicômio tributário”, com muitas regras diferentes e em constante mudança. “As bolas de ferro ainda estão nos pés das empresas”, disse Moraes.

Com pouco mais de 167 mil veículos licenciados em fevereiro, houve uma queda de 16,7% em relação aos quase 201 mil veículos emplacados há exatamente um ano, quando a pandemia de coronavírus ainda não tinha afetado o Brasil. Veja os números do setor.

LICENCIAMENTO EM FEVEREIRO
SEGMENTO 2021 2020 DIF.
TOTAL AUTOVEÍCULOS 167.391 200.997 -16,7%
VEÍCULOS LEVES 158.488 193.299 -18,0%
   Automóveis de passeio 128.111 165.150 -22,4%
   Comerciais leves 30.377 28.149 +7,9%
CAMINHÕES 7.781 6.412 +21,4%
ÔNIBUS 1.122 1.286 -12,8%

Na questão dos impostos, que impactam mais de 40% no preço final do carro, segundo a Anfavea, Moraes deu como exemplo os valores que incidem na compra de um carro de R$ 100.000. Na simulação, um carro usado de R$ 50.000 foi dado como entrada e o restante financiado. O hipotético cupom fiscal foi exibido durante a coletiva virtual (veja abaixo). No total, 10 itens impactam o preço do veículo, somando R$ 42.080 só de tributos

Cupom fiscal hipotético criado pela Anfavea para mostrar os tributos pagos pelo consumidor: mais de R$ 42 mil num carro de R$ 100 mil.
Cupom fiscal hipotético criado pela Anfavea para mostrar os tributos pagos pelo consumidor: mais de R$ 42 mil num carro de R$ 100 mil.
Foto: Sergio Quintanilha / YouTube / Anfavea

Para além disso, Luiz Carlos Moraes disse que o problema da falta de componentes para a produção de automóveis é global. O que mais preocupa o setor é a falta de semicondutores de fibra óptica, pois os carros modernos são conectados e precisam desse componente. Os semicondutores estão presentes nos chips eletrônicos que gerenciam vários sistemas dos veículos.

Com relação à crise sanitária, a Anfavea cobrou uma ação coordenada no país para que todos os brasileiros sejam vacinados contra Covid-19 até setembro. A Anfavea decidiu apoiar a iniciativa da empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, que busca mobilizar a sociedade civil, entidades, empresas, associações e ONGs, por meio de um movimento apartidário, para a vacinação em massa. “Estamos pedindo uma aceleração da vacinação neste país”, disse Moraes. Segundo ele, é preciso que os governos federal, estaduais e municipais atuem de forma coordenada “e não fiquem com briguinhas aqui e ali”.

Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea: "Estamos pedindo uma aceleração d a vacinação neste país".
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea: "Estamos pedindo uma aceleração d a vacinação neste país".
Foto: Sergio Quintanilha / YouTube / Anfavea
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