Varizes: entenda os riscos da doença e como prevenir o avanço silencioso
Especialistas alertam que as varizes vão muito além da estética e podem causar complicações graves, como trombose e úlceras. Saiba como reconhecer os sinais e quais os melhores métodos de prevenção.
Varizes: entenda os riscos da doença e como prevenir o avanço silencioso
As varizes são uma das doenças vasculares mais comuns no Brasil. Estima-se que mais de 38% da população adulta apresente sinais de insuficiência venosa, sendo as mulheres as mais afetadas. No entanto, especialistas ressaltam que as varizes não são apenas uma preocupação estética — elas podem evoluir silenciosamente e gerar riscos graves à saúde, como tromboflebites, úlceras venosas e até embolia pulmonar.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), os principais fatores de risco incluem hereditariedade, obesidade, gestação, sedentarismo e longos períodos em pé ou sentado. A boa notícia é que há formas eficazes de prevenir as varizes e controlar os sintomas quando a condição já está instalada.
Varizes: uma doença crônica que exige atenção
As varizes ocorrem quando há falha nas válvulas das veias, responsáveis por impulsionar o sangue de volta ao coração. Com o refluxo sanguíneo, as veias dilatam e tornam-se tortuosas, visíveis sob a pele — geralmente nas pernas. Mas antes mesmo da aparência estética mudar, os sinais podem aparecer em forma de:
- Dor ou queimação nas pernas
- Sensação de peso, principalmente ao final do dia
- Inchaço nos tornozelos
- Cãibras noturnas
- Coceira e formigamento
Nos estágios mais avançados, surgem manchas escuras na pele, endurecimento dos tecidos e feridas (úlceras venosas), que podem ser de difícil cicatrização. Além disso, há risco de trombose venosa profunda, uma condição perigosa que pode levar à embolia pulmonar — com risco de morte súbita.
A prevenção começa com hábitos simples
Embora a predisposição genética seja um dos fatores mais relevantes, prevenir as varizes também depende de mudanças no estilo de vida. Especialistas recomendam:
- Evitar permanecer muito tempo na mesma posição (em pé ou sentado)
- Realizar caminhadas leves ao longo do dia
- Utilizar meias de compressão sob orientação médica
- Controlar o peso e manter uma dieta equilibrada
- Praticar atividades físicas, especialmente exercícios que movimentem a panturrilha
- Elevar as pernas ao final do dia para facilitar o retorno venoso
De acordo com a SBACV, o uso de meias elásticas ajuda a conter a progressão da doença, e os medicamentos venotônicos aliviam sintomas como dor, peso e inchaço — mas não substituem os cuidados com a saúde circulatória.
Tratamentos modernos: menos invasivos e mais eficazes
O avanço da medicina trouxe novas opções de tratamento para varizes, que substituem a cirurgia tradicional em muitos casos. Os principais métodos incluem:
- Laser endovenoso
- Espuma esclerosante guiada por ultrassom
- Radiofrequência com cateter
- Escleroterapia com glicose ou medicamentos
Essas técnicas são minimamente invasivas, com recuperação rápida e poucos riscos. No entanto, não são indicadas para todos os pacientes. Por isso, o diagnóstico individualizado é fundamental.
Conscientização ainda é o maior desafio
Muitas pessoas ainda ignoram os sintomas ou consideram que as varizes são apenas um problema estético. Isso retarda o diagnóstico e aumenta o risco de complicações graves. O ideal é buscar avaliação médica logo nos primeiros sinais.
O cirurgião vascular ou o angiologista é o especialista responsável por diagnosticar e propor o melhor tratamento para cada caso. A detecção precoce é a principal aliada na luta contra as complicações da insuficiência venosa crônica.
As varizes devem ser tratadas com seriedade. A condição afeta milhões de brasileiros e, quando negligenciada, pode causar doenças graves que comprometem a saúde e a qualidade de vida. Prevenir as varizes é possível, e os tratamentos modernos oferecem soluções menos invasivas e eficazes.
Com informação, diagnóstico precoce e hábitos saudáveis, é possível prevenir as varizes e manter uma boa circulação sanguínea. Se você apresenta sintomas ou tem histórico familiar, não espere os sinais se agravarem — procure um especialista.