Usuários relatam furtos em serviço de entrega por apps e deixam consumidores em alerta

Muitos são os relatos nas redes sociais descrevendo esse tipo de situação. No dia 10 de julho, uma usuária publicou na plataforma X que havia sido furtada por uma motorista da Uber e ainda teria sido informada pela plataforma que haveria uma taxa adicional, caso a motorista optasse por devolver o item.

"Acabo de ser roubada pela motorista da @Uber_Brasil! Ela fez a retirada da minha encomenda e finalizou a viagem sem me entregar, e o suporte lixo da Uber simplesmente fala que vai falar com o motorista e pra ele me devolver, tenho que pagar uma taxa de cinquenta reais!", escreveu a internauta, que anexou prints do diálogo que estabeleceu com o suporte da plataforma. O caso aconteceu em Brasília.

Nos dias posteriores, a usuária, identificada com Kerita Lopes, fez uma nova publicação, com prints anexados, informando que não havia chegado a uma solução para o caso junto com a Uber. Irritada, ela desaconselhou o uso do serviço e afirmou considerar levar o caso à Justiça.

"Depois de várias tentativas de resolver o problema numa boa, nada adiantou, a @Uber_Brasil seguiu sendo omissa ao roubo da motorista do Uber flash, NÃO USEM UBER FLASH, se você for roubado, a Uber não irá fazer nada!", disse.

Ressalta-se que, de acordo com a lei, quando o consumidor utiliza um serviço como o Uber Flash, é estabelecida uma relação de consumo regida pelo Código de Defesa do Consumidor, ou seja, tanto o motorista quanto a plataforma são responsáveis pelos danos causados.

No Rio de Janeiro, João Pires, que é Secretário de Proteção e Defesa do Consumidor, alertou a população nesta terça-feira, 5. "Cuidado! Novo golpe no Rio em aplicativos de entrega. Os entregadores somem com a sua encomenda", publicou ele em seu perfil no Instagram. A postagem, até o momento da publicação desta matéria, contava com 13 mil visualizações e 155 comentários.

Entre as respostas, chamou a atenção a da internauta Bia Morgado. "Aconteceu comigo. O Uber moto roubou o meu perfume e a plataforma simplesmente me devolveu o valor da corrida que não pagava nem 10% do valor do meu perfume", escreveu.

No fim de 2024, viralizou no TikTok um caso que aconteceu com o músico Guilherme Barros, em Belo Horizonte. Ao utilizar o serviço de entregas da 99 motos para enviar um relógio, ele foi vítima de um motoboy que furtou o objeto, avaliado em R$ 1.500.

Ao descrever a história, Guilherme conta que começou uma longa investigação a partir do diálogo que havia estabelecido um pouco antes de encontrar o motoqueiro para, depois de perceber o roubo, conseguir levantar os dados do rapaz a fim de localizá-lo. Ao cruzar informações na internet e solicitar imagens de segurança do prédio onde mora, descobriu que o endereço do motoboy ficava em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Dessa forma, ele fez um boletim de ocorrência e entrou em contato com o homem. Intimidado, o motoboy pediu desculpas para Guilherme e devolveu o relógio cerca de uma hora depois. "A 99 é uma empresa completamente não segura. Se eu não tivesse compartilhado a minha corrida com o meu amigo, eu não teria nem o nome do ladrão", disse ele, que, à época, afirmou não ter recebido nenhuma resposta da empresa.

Em nota, a 99 diz lamentar a experiência relatada pelo usuário. "Após registro da denúncia na Central

de Segurança, a empresa bloqueou o motociclista e uma equipe entrou em contato

com o usuário para prestar suporte e orientações."

Já a Uber disse encorajar a denúncia e registro de boletim de ocorrência em casos de roubo. "Caso a usuária acredite ter sido vítima de crime, a Uber encoraja que, além da denúncia no aplicativo, seja feito um boletim de ocorrência. A empresa está à disposição para colaborar com as autoridades no fornecimento dos dados necessários, nos termos da lei", apontou a empresa, que enfatizou no Uber Flash não é permitido enviar itens cujo transporte seja proibido por lei ou pelos termos de uso da modalidade de serviço, bem como itens com valor superior a R$ 500.

"Entretanto, o usuário também tem a opção de contratar uma proteção, que é oferecida por uma empresa parceira da Uber, podendo conferir os termos e valores no momento da solicitação do serviço. Antes de cada solicitação, as regras do Uber Flash são exibidas no aplicativo para que o usuário possa verificar e concordar antes de seguir com o pedido", completou a nota.