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Planeta tem um Reino Unido de oceano morto

Zonas que, de tão desprovidas de oxigênio, não permitem a vida marinha se expandem rapidamente e já compreendem área de 245 mil km²

3 ago 2017 - 12h11
(atualizado às 12h28)
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As chamadas zonas mortas dos oceanos - águas que, de tão desprovidas de oxigênio, não permitem a vida marinha - estão se espalhando. A última estimativa é de que haja 405 dessas áreas em todo o mundo, cobrindo 245 mil quilômetros quadrados, o equivalente ao estado de São Paulo ou ao território do Reino Unido.

Vista aérea do Lago Erie (EUA)
Vista aérea do Lago Erie (EUA)
Foto: iStock

Só no Golfo do México, uma zona morta teria atingido mais de 20.700 km² - a maior expansão já registrada na região. A zona morta do Mar Báltico, por sua vez, aumentou para 60 mil km² nos últimos anos. As áreas com escassez de oxigênio podem se desenvolver naturalmente, mas cientistas acreditam que a ação do ser humano desencadeia ou agrava o surgimento das zonas mortas.

A água excedente de irrigação de fazendas e de sistemas de esgoto, rica em nitrogênio e fósforo, pode estimular um desenvolvimento explosivo de algas. E quando as algas morrem, se decompõem, absorvendo oxigênio enquanto afundam.

No caso da zona morta do Golfo do México, os adubos e os fertilizantes usados na produção de enormes quantidades de milho e soja destinados à alimentação de animais são os maiores culpados pelo seu surgimento, segundo um relatório da organização ambiental Mighty Earth. O grupo apontou a Tyson Foods, a maior produtora de carne dos Estados Unidos, como um dos maiores vilões.

O aumento das temperaturas da água por causa das mudanças climáticas também está agravando o problema, dizem cientistas.

A expansão das zonas mortas é má notícia para a indústria da pesca e também pode afetar banhistas com o fechamento de algumas praias devido à poluição e ao mau cheiro.

O aumento das áreas sem oxigênio nos oceanos não é inevitável, segundo cientistas: a expansão anual da zona morta do Golfo do México poderia ser reduzida de forma significativa, por exemplo, com uma queda de 59% nas águas excedentes de irrigação despejadas no Rio Mississippi.

Porém, os especialistas alertam que medidas como essa vão requerer ações rápidas de legisladores e da indústria.

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