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Triplo atentado atinge igrejas na Indonésia e mata onze

13 mai 2018 - 11h58
(atualizado às 12h51)
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Atentados suicidas promovidos por uma mesma família deixam ao menos 11 mortos e mais de 40 feridos em três templos cristãos no país de maior população muçulmana do mundo.Uma série de atentados suicidadas contra três igrejas cristãs deixou ao menos 11 mortos e mais de 40 feridos neste domingo (13/05) em Surabaia, Indonésia, país onde está a maior população muçulmana do mundo.

Igreja pentecostal em chamas: ataques também tiveram como alvo templo protestante e católico
Igreja pentecostal em chamas: ataques também tiveram como alvo templo protestante e católico
Foto: DW / Deutsche Welle

As primeiras investigações apontam que os ataques, que tiveram cristãos como alvo, envolveram seis pessoas, todas da mesma família, inclusive duas crianças e dois adolescentes.

Os atentados foram os maiores contra igrejas na Indonésia desde a série de ataques da véspera de Natal de 2000, que deixou 15 mortos e quase cem feridos. Minorias religiosas, especialmente cristãos, são alvo frequente de radicais no país.

Segundo o chefe de polícia Tito Karnavian, o pai explodiu um carro-bomba, dois filhos, de 18 e 16 anos, usaram uma motocicleta, enquanto duas meninas, de apenas 12 e 9 anos, estavam com a mãe no atentado à terceira igreja.

"O ato é bárbaro e ultrapassa os limites da humanidade, deixou vítimas entre os membros da sociedade, a polícia e até crianças inocentes", disse o presidente Joko Widodo, em visita à cena dos ataques.

A família se radicalizou na Síria. O "Estado IsIâmico" reivindicou os atentados através da agência de notícias Aamaq, mas o comunicado não menciona a presença de crianças. O texto fala apenas em três "combatentes".

"Primeiro, policiais tentaram segurá-los na entrada da igreja", conta uma testemunha, sobre ao ataque envolvendo a mulher e as crianças. "Mas a mulher ignorou, e conseguiu forçar a entrada na igreja. Ela abraçou um civil, e a bomba explodiu."

Os ataques aconteceram de forma simultânea durante a missa de domingo em três igrejas - uma protestante, uma católica e outra pentecostal - em Surabaia, a segunda maior cidade do país, no nordeste da ilha de Java.

A Indonésia tenta colocar sob pressão a cena extremistas desde que terroristas da Al-Qaeda mataram 202 pessoas em Bali, em 2002. Nos últimos anos, o país enfrentou uma nova ameaça, com o retorno de indonésios radicalizados pelo "Estado Islâmico" no Oriente Médio.

A província de Java Oriental é um dos palcos de ataques de movimentos extremistas islâmicos. Sua capital, Surabaia, é uma das cidades com maior diversidade religiosa no país de maior população muçulmana do mundo.

Os ataques a alvos cristãos acontecem dias depois de as autoridades indonésias terem posto fim a uma crise de reféns num centro de detenção perto de Jacarta, uma ação reivindicada pelo "Estado Islâmico".

Os cristãos, muitos deles de etnias minoritárias chinesas, representam cerca de 9% da população da Indonésia, que atinge 260 milhões de habitantes. Os muçulmanos são 88% do total.

A Indonésia fica em alerta máximo nas semanas que antecedem o Ramadã, que começa na terça-feira, época comumente escolhida pelos jihadistas no país para realizar ataques.

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