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Fundador do Megaupload diz que novo site é legal, não é vingança

21 jan 2013 - 15h55
(atualizado às 16h11)
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Kim Dotcom, o fundador do site de compartilhamento de arquivos Megaupload, disse que seu novo projeto não é vingança contra as autoridades norte-americanas que planejaram uma invasão a sua casa, fecharam o Megaupload e acusaram-no de pirataria online, o que o obrigará a enfrentar pena de prisão se considerado culpado.

No evento de lançamento, Dotcom simulou uma nova prisão com atores vestidos de policiais
No evento de lançamento, Dotcom simulou uma nova prisão com atores vestidos de policiais
Foto: Nigel Marple / Reuters

Dotcom disse que seu novo site, Mega.co.nz, que foi lançado no domingo mesmo enquanto ele e três colegas aguardam extradição da Nova Zelândia para os Estados Unidos, respeita a lei e alertou que tentativas de tirá-lo do ar serão fúteis.

"Esse não é um tipo de dedo do meio para o governo dos EUA ou para Hollywood", disse Dotcom em sua espaçosa propriedade nas colinas bucólicas de Coatesville, no exterior de Auckland, Nova Zelândia, um país mais conhecido por ovelhas, rugby e o Hobbit do que por extravagantes magnatas da tecnologia.

"Legalmente, não há nada lá que poderia ser usado para nos fechar. O site é tão legítimo e tem tanto direito de existir quanto Dropbox, Boxnet e outros rivais", disse ele, referindo-se a outros sistemas de armazenagem na nuvem.

Seu advogado, Ira Rotheken, acrescentou que o lançamento do site respeita os termos das condições de fiança de Dotcom. Promotores americanos argumentam que Dotcom disse em comunicado que não tinha intenção de começar outro negócio na internet até que sua extradição fosse resolvida.

Dotcom disse que o Mega é diferente do Megaupload, já que o novo site permite que usuários controlem exatamente que usuários podem acessar os arquivos enviados, diferentemente de seus predecessor, que permitia que usuários buscassem arquivos, alguns dos quais continham conteúdo registrado supostamente sem permissão.

Megaupload

O site foi desativado na noite de 19 de janeiro, quando foi fechado pelo FBI por integrar "uma enorme rede de pirataria virtual". Teve início então uma história que envolve confisco de bens, acusações de lavagem de dinheiro e espionagem, pontuada por carros de luxo, mansões e ataques de hackers. 

O site, à época com cerca de 150 milhões de usuários registrados em todo o mundo - com os brasileiros em 2º lugar -, teria causado, segundo as autoridades norte-mericanas, mais de US$ 500 milhões em perdas ao transgredir direitos de propriedade intelectual. O alemão Kim Schmitz, 37 anos, mais conhecido como Kim Dotcom, criador do Megaupload, e outros diretores do site foram presos. As autoridades confiscaram dos detidos e da empresa bens avaliados em US$ 4,8 milhões, além de US$ 8 milhões depositados em contas abertas em diversos bancos da Nova Zelândia, e os Estados Unidos pediram a extradição de Dotcom.

Kim Dotcom, um homem com 129 kg e quase 2 m de altura seria, de acordo com a imprensa local, uma das dez pessoas mais ricas da Nova Zelândia, considerado um apaixonado por carros de luxo, mulheres e mansões. A polícia inspecionou uma delas em Auckland, avaliada em US$ 30 milhões, na qual ele vivia com a família. Encontrou jóias, armas e até um Rolls Royce com placa "Deus".

Atualmente, Dotcom encontra-se em liberdade sob fiança na Nova Zelândia, o país onde vivia no momento de sua detenção. Alemão, ele enfrenta um pedido de extradição dos Estados Unidos, que desejam julgá-lo por violação dos direitos autorais. A audiência para sua extradição foi adiada em duas ocasiões e, até o momento, está prevista para agosto de 2013.

A justiça americana acusa os responsáveis do Megaupload de terem ganhado de forma fraudulenta US$ 175 milhões (135 milhões de euros) oferecendo cópias piratas de filmes, programas de televisão e outros conteúdos.

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