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Startup TechGuru faz conserto a domicílio de dispositivos da Apple

Empresa tem menos de um ano de funcionamento e já registra mais de 5 mil atendimentos na grande São Paulo; demanda na quarentena fez faturamento crescer 120%

20 mai 2020 - 05h10
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Em tempos de pandemia, distanciamento social e home office, computadores e celulares viraram itens essenciais para se comunicar com o mundo lá fora — seja para trabalhar ou falar com parentes e amigos. Nessas horas, vale até tirar a poeira de um equipamento sem uso, encostado precisando de um conserto ou outro. De olho nesse público, a startup TechGuru vem oferecendo serviço de reparos de aparelhos da Apple a domicílio - segundo a empresa, a demanda para o conserto de dispositivos aumentou em até 200% em algumas regiões.

Especializado no universo Apple, a TechGuru iniciou as suas atividades em agosto de 2019 com um investimento inicial de R$500 mil, em um sistema a domicílio de conserto — cada reparo leva em média 30 minutos e é feito na casa do cliente. Em pouco menos de um ano de operação, a maior demanda da startup sempre foi a troca de telas e baterias de iPhone, mas a crise do coronavírus fez Phelipe Hamoui, fundador da TechGuru, ver a mudança nos pedidos de reparo — cerca de 60% no geral.

"Foi algo imediato. Logo nas primeiras semanas de casos de coronavírus no Brasil, algumas pessoas se auto isolaram, algumas empresas dispensaram funcionários, e a gente percebeu que explodiu a demanda de atualização de Mac. A gente percebeu que as pessoas estavam em casa, desenterrando notebooks e desktops", explicou Hamoui ao Estadão.

Desde meados do mês de março, a startup registrou números crescentes de pedidos para consertar computadores Mac, que estavam parados por algum motivo. A atualização desse tipo de dispositivo já saltou de menos de 2% do faturamento no início do ano para 8%, desde que a quarentena foi estabelecida.

Nas regiões Oeste e Sul de São Paulo, que concentram maior poder aquisitivo, a procura foi notável: o aumento foi de mais de 200% em cada região. Bairros como Vila Olímpia, Itaim e Pinheiros tiveram até 233% mais pedidos nos aparelhos deste tipo, de acordo com levantamento da startup.

O recorte de regiões também identifica necessidades diferentes entre os usuários. Na região Leste, por exemplo, o número de solicitações de reparo também surgiu, mas por lá a maior demanda é pelo conserto de modelos mais antigos de iPhone. Nesse requisito, a região teve 53% a mais de solicitações, Osasco 90%, Grande ABC 76% e Guarulhos 54%.

"A gente consegue até ver uma certa desigualdade social nesses registros por região. Nas regiões mais periféricas, as pessoas solicitam baterias e películas de proteção para iPhone 5, iPhone 6, para dar mais uso para esse aparelho. Na região Oeste, por exemplo, você vê uma explosão de home office, uma grande demanda para atualizar Mac, que são produtos caros", afirma.

O número de técnicos especializados também teve que aumentar. Antes da pandemia, eram 16 profissionais cadastrados na plataforma. Hoje, já são 39 trabalhadores ativos, 52 cadastrados e mais 200 em fila de espera.

"Nós somos super criteriosos com os nossos técnicos, porque eles precisam ser especialistas em Apple. A gente sentiu a procura [de profissionais] no começo de abril, quando as empresas viram que o sistema de quarentena ia demorar um pouco mais pra acabar. Tivemos um volume grande de técnicos querendo trabalhar com a gente e também tivemos que nos preparar, começou a aparecer muito mais candidatos e a gente não queria deixá-los sem trabalho".

A lógica de trabalho delivery, que acompanha a startup desde sua criação, juntamente com a crise, abre espaço para pensar em expansão e fortalecimento do modelo de negócio, de acordo com Hamoui. "Muitas pessoas ainda estão sem perspectivas de quando vão retomar as operações. Eu sempre me faço perguntas: 'será que as pessoas vão querer entrar em uma assistência técnica? Pegar fila em lugar fechado? Será que não é mais fácil trabalhar mesmo com esse modelo mais novo?' Então a gente está projetando que essa mudança de comportamento veio pra ficar".

Com o sucesso em tempos difíceis, a startup já amplia os planos de expansão que tinha no começo do ano. O faturamento da empresa cresceu 120% durante esse período, e em conjunto com a Rappi, a TechGuru espera chegar, até o fim do ano, nas cidades que registram os maiores números de usuários do app de delivery, como Campinas, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

O reparo pode ser requisitado pela plataforma da TechGuru, via aplicativo, ou pelo app da Rappi e o custo varia, mas custa em média R$ 480 por conserto. A parceria com a empresa de delivery colombiana rendeu uma aba dentro do aplicativo chamada "S.O.S iPhone" onde também é possível requisitar o serviço.

"A Rappi sempre foi grande parceira. Com o aumento de demanda, a empresa percebeu que a gente tem a possibilidade de expandir o TechGuru para outros estados, principalmente onde eles estão presente. Então, os nossos planos são expandir a TechGuru exatamente nos melhores lugares onde a Rappi está, porque existe uma necessidade de demanda nesses locais".

*É estagiária, sob supervisão do editor Bruno Capelas

Estadão
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