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Mercado capixaba traz conceito tecnológico para o varejo

A rede de lojas Zaitt aposta em um conjunto de soluções para oferecer um processo de compra sem funcionários e sem filas

8 mai 2019 - 16h21
(atualizado em 10/5/2019 às 17h50)
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Em um espaço de 80m² no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo (SP), o mercado Zaitt traz aos paulistanos uma nova proposta para o consumo no varejo. Apoiado na tecnologia, o conceito da empresa é conduzir o consumidor por um processo sem funcionários e sem filas, que se inicia na entrada da loja via aplicativo até o autoatendimento na saída, quando a única atividade do cliente é confirmar o débito de sua conta corrente.

O processo, de acordo com um dos fundadores da Zaitt, Rodrigo Miranda, dura em média um minuto. “Nossa principal função é dar mais tempo para as pessoas, oferecendo uma experiência de consumo mais rápida”, diz. Para isso, a loja usou a tecnologia a seu favor para contornar pontos comuns de irritação. No caso das filas para atendimento no caixa, por exemplo, a solução foi usar um sistema de radiofrequência, que detecta, por meio de sinais de rádio, os produtos que o cliente pegou, sem precisar de um leitor de código de barras.

Saiba como é o 1º mercado sem caixa, fila e funcionário:

A tecnologia de IRFD (Identificação por Radiofrequência) não é a única presente na loja autônoma. Ao entrar e sair, o consumidor tem de instalar e utilizar o aplicativo da empresa. Isso porque, para liberar os acessos ao empreendimento, é necessário escanear códigos QR que estão impressos nas portas do local. “Além dessas soluções, nós estamos desenvolvendo outras, como de reconhecimento de imagens, em que contamos com o apoio de uma pessoa na China”, conta o diretor de marketing da Zaitt, Christian Abramson.

O negócio, no entanto, nem sempre foi tecnológico dessa maneira. Fundada em abril de 2016 em Vitória, no Espírito Santo, a Zaitt surgiu como um delivery de bebidas por aplicativo. Os quatro fundadores - Mario Miranda, Renato Antunes Jr., Rodrigo Miranda e Tomas Scopel -  abriram uma loja de conveniência na capital capixaba, que era de onde saíam os produtos, e desenvolveram uma plataforma onde os clientes podiam pedir seus drinques.

No caso das filas para atendimento no caixa, por exemplo, a solução foi usar um sistema de radiofrequência, que detecta, por meio de sinais de rádio, os produtos que o cliente pegou, sem precisar de um leitor de código de barras
No caso das filas para atendimento no caixa, por exemplo, a solução foi usar um sistema de radiofrequência, que detecta, por meio de sinais de rádio, os produtos que o cliente pegou, sem precisar de um leitor de código de barras
Foto: Divulgação

Depois de um ano, os quatro idealizadores da empresa decidiram guinar o negócio para algo mais tecnológico. “Queríamos uma loja que tivesse uma experiência única para o cliente”, afirma Miranda. “A ideia mais latente em nossas cabeças era de um mercado autônomo, sem muitas barreiras para o cliente e fosse 24h.” A partir de maio de 2017, a Zaitt se tornou um mercado autônomo em Vitória, conquistou 10.000 cadastros em seu aplicativo, e veio para São Paulo em março deste ano.

No Brasil e no mundo

Em outros países, o modelo proposto pela Zaitt já é algo conhecido. Em Seattle e Washington, nos Estados Unidos, a empresa de tecnologia Amazon implantou o Amazon Go, projeto de mercado em que o cliente entra na loja utilizando o celular, escolhe os produtos e vai embora sem precisar passar por nenhum caixa ou painel de autoatendimento.

Pessoas na frente da loja Amazon Go em Seattle nos EUA
29/01/2018
REUTERS/Lindsey Wasson
Pessoas na frente da loja Amazon Go em Seattle nos EUA 29/01/2018 REUTERS/Lindsey Wasson
Foto: Reuters

O Alibaba, do empresário Jack Ma, introduziu na China algo semelhante. O mercado Hema é um empreendimento em que os consumidores leem o código dos produtos com o smartphone e finalizam a compra em um totem automatizado antes de sair da loja.

No Brasil, o conceito é visto com bons olhos pelo setor. “A Zaitt será a primeira empresa a implantar esse modelo por aqui e puxará a fila da inovação nesse setor”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. “Eles estão inaugurando um ciclo de modelos de lojas que vão começar a aparecer no nosso cotidiano.”

Apesar da viabilidade técnica do mercado autônomo brasileiro, Terra avalia que o êxito desse tipo de loja depende de outros fatores. “É necessário esperar como o cliente irá receber essa novidade”, diz. “O planejamento da escalabilidade e da estruturação do empreendimento também é determinante para o sucesso do negócio.”

Parceria com gigante do varejo

O modelo proposto pela Zaitt em Vitória (ES) chamou a atenção de uma das grandes marcas de supermercado do Brasil e do mundo: o Carrefour. As conversas entre as duas empresas resultaram em uma parceria específica para a loja de São Paulo (SP). O grupo francês ficou responsável por fornecer suporte logístico e o abastecimento de parte dos produtos disponíveis no mercado autônomo.

O modelo proposto pela Zaitt em Vitória (ES) chamou a atenção de uma das grandes marcas de supermercado do Brasil e do mundo: o Carrefour
O modelo proposto pela Zaitt em Vitória (ES) chamou a atenção de uma das grandes marcas de supermercado do Brasil e do mundo: o Carrefour
Foto: Reuters

Em contrapartida, o varejo tecnológico dá ao Carrefour “acesso privilegiado” a sua operação. “A parceria com a Zaitt permite que nós conheçamos o comportamento do cliente dentro deste novo formato de compras”, afirma a CEO do Carrefour e-Bussiness Brasil, Paula Cardoso. Segundo ela, entender de perto o funcionamento do mercado autônomo pode ajudar o grupo francês a encaixar o modelo em sua estratégia de negócios.

Planos futuros

Apesar de não divulgar o faturamento do negócio, a Zaitt já planeja acelerar a sua expansão. O plano, segundo o gerente de marketing da empresa, Christian Abramson, é chegar até o fim de 2019 com 20 lojas. Embora tenha recebido ofertas de levar o modelo para outros países, o foco do mercado autônomo será o Brasil.  “Nós devemos concentrar nossa operação principalmente em São Paulo”, afirma.

Em um espaço de 80m² no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo (SP), o mercado Zaitt traz aos paulistanos uma nova proposta para o consumo no varejo
Em um espaço de 80m² no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo (SP), o mercado Zaitt traz aos paulistanos uma nova proposta para o consumo no varejo
Foto: Divulgação

Para alcançar a meta de empreendimentos deste ano, Abramson diz que a Zaitt está em negociação com novas parcerias. O foco, segundo ele, é atuar utilizar suas soluções tecnológicas para adentrar em novos setores do comércio. “Nossa ideia é desenvolver lojas autônomas para terceiros”, diz. “Assim, poderemos ter unidades autônomas no ramos de bebidas alcoólicas, cosméticos ou roupas.”

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Fonte: Redação Terra
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