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Fabricantes de chips fazem lobby silencioso a favor da Huawei com governo dos EUA

17 jun 2019 - 10h41
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Fornecedores norte-americanos de chips da Huawei, incluindo Qualcomm e Intel, estão silenciosamente pressionando o governo dos Estados Unidos a diminuir a proibição de vendas para a gigante chinesa de tecnologia, apesar de a Huawei evitar o lobby típico sobre o governo, disseram pessoas a par da situação.

Logotipo da Huawei é visto no aeroporto de Shenzhen, na China. 17/6/2019. REUTERS/Aly Song
Logotipo da Huawei é visto no aeroporto de Shenzhen, na China. 17/6/2019. REUTERS/Aly Song
Foto: Reuters

Executivos das principais fabricantes de chips dos EUA, Intel e Xilinx, compareceram à uma reunião no final de maio com o Departamento de Comércio para discutir uma resposta à entrada da Huawei na lista negra, disse uma pessoa.

A proibição impede que fornecedores dos EUA vendam para a Huawei, a maior empresa de equipamentos de telecomunicações do mundo, sem aprovação especial, por causa do que o governo disse serem questões de segurança nacional.

A Qualcomm também pressionou o Departamento de Comércio sobre o assunto, disseram quatro pessoas. Fabricantes de chips argumentam que as unidades da Huawei que vendem produtos como smartphones e servidores de computador usam peças comumente disponíveis e não devem apresentar as mesmas preocupações de segurança que os equipamentos de rede 5G da empresa de tecnologia chinesa, de acordo com três pessoas.

"Não se trata de ajudar a Huawei. Trata-se de evitar danos às empresas americanas", disse uma das pessoas.

Dos 70 bilhões de dólares que a Huawei gastou comprando componentes em 2018, cerca de 11 bilhões foram para empresas dos EUA, incluindo Qualcomm, Intel e Micron.

A Associação de Indústrias de Semicondutores (SIA) reconheceu que organizou consultas com o governo dos EUA em nome das empresas para ajudá-las a cumprir e informar as autoridades sobre o impacto da proibição sobre as empresas.

"Para tecnologias que não estão relacionadas à segurança nacional, parece que elas não deveriam estar dentro do escopo da proibição. E nós transmitimos essa perspectiva ao governo", disse Jimmy Goodrich, vice-presidente de política global da SIA.

Em entrevista no México, Andrew Williamson, vice-presidente de assuntos públicos da Huawei, disse que a empresa não tinha pedido a ninguém especificamente para fazer lobby em seu nome.

"Eles estão fazendo isso por vontade própria porque, para muitos deles, a Huawei é um dos seus principais clientes", disse ele, acrescentando que os fabricantes de chips sabiam que cortar a Huawei poderia ter consequências "catastróficas" para eles.

Observadores da China dizem que os fornecedores norte-americanos estão tentando acabar com a situação - não querendo ser vistos como auxiliares de um suposto espião, ladrão e infrator de sanções, mas temerosos de perder uma boa cliente e encorajá-la a conseguir fornecimento em outros lugares.

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