Depois da Rússia, agora é o governo do Irã que pretende banir Telegram no país
O governo iraniano pode banir nacionalmente o uso de Telegram. Em anúncio público liberado nesta quarta-feira (18), o líder do país, Aiatolá Khamenei, acusou o app de ter monopólio das comunicações na região, e disse que as entidades governamentais não mais usariam o Telegram. "Este movimento vem à frente dos planos das autoridades de bloquear o Telegram e tem como objetivo apoiar os aplicativos de mídia social domésticos", publicou o Aiatolá.
Atualmente, o país tem 40 milhões de usuários do aplicativo, sendo que a população conectada à internet é de 50 milhões de pessoas. Em março desde ano, o país já havia derrubado tanto o aplicativo de mensagens quanto o Instagram durante protestos. O governo passará a utilizar apenas outros aplicativos locais como iGap, Soroush, and Gap.
Iran's Supreme Leader (on Twitter as @khamenei_ir -filtered in Iran) announced on his Telegram page 'https://t.co/aHXGlxNYEB' this morning that his office will cease using the platform, and directs users to local alternatives like iGap, Soroush, and Gap to follow him #filternet pic.twitter.com/kRm6tCyhTB
— mahsa alimardani 🌒 (@maasalan) 18 de abril de 2018
Outro caso
Este anúncio do Irã vem cinco dias depois de a Rússia banir o aplicativo do país. O governo decidiu proibir o app após o Telegram ter se recusado a entregar chaves de criptografia para investigação de usuários por parte das autoridades. O projeto russo era de que o app fizesse parte de uma rede que colaborasse com o governo no combate ao crime, sobretudo terrorismo.
Um dos criadores do Telegram, Pavel Durov, se defendeu dizendo que esta é uma quebra do direito de sigilo dos usuários. Ele ainda denuncia o governo por tê-lo obrigado a sair de sua antiga companhia, a VK, uma das redes sociais mais populares da Rússia. Segundo Durov, ele teria sido forçado a vender sua parte da empresa por conta de pressão do governo, quando se recusou a remover perfis contrários ao governo de Vladimir Putin.