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Baidu está preparado para vencer o Google na China, diz presidente

Executivo respondeu aos rumores de que gigante americana estaria prestes a voltar ao mercado chinês após oito anos; buscador teria versão censurada para 'agradar governo'

7 ago 2018 - 14h14
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A empresa chinesa de buscas Baidu está preparada para ganhar do Google na China, disse seu presidente-executivo, em meio a rumores de que a empresa norte-americana de buscas na internet planeja um retorno ao mercado que deixou há oito anos.

A ferramenta de busca do Google está amplamente bloqueada na China desde 2010, quando a empresa saiu do mercado devido a preocupações éticas relacionadas às severas leis de censura no país asiático. Com o vácuo, surgiu a Baidu, que atualmente domina o mercado chinês de ferramentas de busca.

Na semana passada, a agência de notícias Reuters informou que o Google está desenvolvendo uma versão censurada de sua ferramenta de busca para entrar na China, citando informações de funcionários da empresa e de autoridades da China. Os planos foram inicialmente reportados pelo site The Intercept.

Em uma publicação em uma conta privada de rede social nesta terça-feira, 7, o presidente executivo da Baidu, Robin Li, disse que se as duas empresas se enfrentarem, a "Baidu vai ganhar". "Empresas chinesas hoje têm muita habilidade e confiança" para competir globalmente, acrescentou ele.

Uma porta-voz da Baidu confirmou a publicação, que foi compartilhada pela mídia local, como autêntica.

Os comentários de Li foram em reação a um artigo publicado no veículo estatal de mídia People's Daily, que dizia que o Google é bem-vindo na China, mas que precisa respeitar as leis locais. O texto foi retirado das contas do People's Daily no Twitter e no Facebook.

Originalmente, o artigo circulou em outro jornal estatal na segunda-feira.

O Google se recusou a comentar a reportagem e as declarações de Li.

Notícias sobre os planos do Google de retornar com um aplicativo de busca censurado, criticado por ativistas de direitos humanos como um golpe à liberdade de expressão, acontece em um momento em que a China ampliou o escrutínio de negócios envolvendo empresas de tecnologia dos Estados Unidos, incluindo Facebook, Apple e Qualcomm, em meio a intensificação de tensões entre os dois países.

A Apple removeu centenas de aplicativos de sua loja chinesa de aplicativos no ano passado devido às leis cada vez mais rigorosas de censura defendidas pelo presidente chinês Xi Jinping.

Já o Facebook, cujas redes sociais são proibidas na China, também está fazendo esforços para entrar no restrito mercado. No mês passado, o Facebook pediu licença para abrir um centro de inovação na cidade de Zhejiang, no leste do país. Apenas algumas horas depois do anúncio do registro, as autoridades locais removeram a licença - suspeita-se que devido à repercussão internacional do tema.

Estadão
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