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Sobreviventes do Holocausto celebram Chanucá pelo mundo

4 dez 2018 - 22h47
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Em noite especial da tradicional festa das luzes, sobreviventes do genocídio homenageiam os cerca de 6 milhões de judeus mortos pelo regime nazista. Eventos ocorrem em Berlim, Nova York, Jerusalém e Moscou.Centenas de sobreviventes do Holocausto se reuniram nesta terça-feira (04/12), em todo o mundo, na terceira noite da Chanucá, a tradicional festa judaica das luzes, para homenagear os cerca de 6 milhões de judeus que foram mortos pelo regime nazista.

Cerimônias ocorreram em Berlim, Nova York, Jerusalém e Moscou. Desde o ano passado é celebrado durante o festival das luzes a Noite Internacional dos Sobreviventes do Holocausto. Estima-se que em todo o mundo ainda estão vivos cerca de 400 mil judeus que sobreviveram ao genocídio.

"Precisamos ter certeza de que mais e mais pessoas se lembrem. Esse evento nos dá esperança. É uma expressão de superação da tragédia, trazendo as pessoas das trevas para a luz", afirmou Shlomo Gewirtz, vice-presidente da Conferência sobre Reinvindicações Materiais Judaicas em Israel, organização que promove a Noite Internacional dos Sobreviventes do Holocausto.

Em Berlim, aproximadamente 300 sobreviventes e seus parentes se reuniram no maior centro judaico da capital alemã, localizado no bairro Charlottenburg. Antes de acender as velas da menorá, eles jantaram juntos. Muitos dos presentes migraram de países da ex-União Soviética para a Alemanha na década de 1990.

Segundo os organizadores, o evento deve ser uma festa feliz, mas também um sinal da vitória sobre o regime misantropo nazista. "Nós estamos aqui e vamos ficar aqui", disse a presidente da comunidade judaica de Munique, Charlotte Knobloch, que quando criança sobreviveu ao Holocausto se escondendo numa fazenda.

Knobloch criticou o crescente antissemitismo e lembrou as vítimas do Holocausto. "Muitos de vocês nunca mais verão as luzes do Chanucá de novo", destacou. Ao lado de Knobloch, Assia Gorban, de 85 anos, acendeu uma vela na menorá. Aos 9 anos, Gorban fugiu com sua mãe de um campo de concentração em Pechora, na Rússia.

Sara Bialas-Tenenberg, de 91 anos, que sobreviveu por quatro anos e meio no campo de concentração Gross-Rosen afirmou que era bom estar entre pessoas que tinham tanto em comum, mas disse que não é fácil participar do evento devido à lembrança de seus pais e irmã que foram mortos. "Eu era apenas uma criança, com 13 anos, que não sabia nada do mundo e nunca estive longe de meus pais. Sinto falta da minha mãe até hoje", ressaltou.

Em Jerusalém, cerca de 250 sobreviventes acenderam velas no Muro das Lamentações e dançaram músicas folclóricas tradicionais judaicas. A presidente do Centro de Organizações dos Sobreviventes do Holocausto em Israel, Colette Avital, disse que o trauma da morte de seus parentes a inspirou para promover a comemoração.

"As pessoas estão envelhecendo e ficando doente. Precisamos celebrá-los enquanto eles ainda podem", ressaltou Avital.

Com a Noite Internacional dos Sobreviventes do Holocausto, a Conferência sobre Reinvindicações Materiais Judaicas pretende mostrar que há muitos sobreviventes que podem promover a cultura da memória ao contar a um público mais amplo sua história.

"Um em cada três europeus sabe pouco ou nada sobre o Holocausto, um em cada 20 nunca ouviu falar do tema. Assim contribuímos para que nossa sociedade permaneça tolerante no futuro", ressaltou o representante da organização na Alemanha, Rüdiger Mahlo.

CN/kna/ap

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