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Relembre a relação entre Cesare Battisti e o PT

Italiano que foi extraditado da Bolívia para Roma conseguiu asilo político no Brasil durante o segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva

14 jan 2019 - 10h59
(atualizado às 11h22)
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O italiano Cesare Battisti, enviado da Bolívia para a Itália após fugir do Brasil, estreitou sua relação a esquerda brasileira após ter vindo para o Brasil em 2007. Na época, ele foi preso no Rio de Janeiro e, depois, teve status de refugiado político concedido pelo então ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro. A decisão foi criticada na Itália, que pediu a extradição por entender que os crimes não eram políticos. Ele é acusado de cometer quatro homicídios nos anos 1970.

No último dia do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2010, o então presidente concedeu asilo político a Battisti e, mais tarde, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu um habeas corpus a Battisti, afirmando que a decisão de Lula de não extraditar Battisti era um "ato soberano". A Corte determinou a soltura do italiano, que passou a viver no interior de São Paulo, em Cananeia.

Battisti estava foragido desde novembro, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, revogou uma liminar que impedia a prisão do italiano, No último mês, o então presidente Michel Temer pediu a extradição de Battisti.

Cesare Battisti em Belo Horizonte (MG) em 25/05/2012
Cesare Battisti em Belo Horizonte (MG) em 25/05/2012
Foto: Alisson Gontijo / Estadão

Na campanha eleitoral, ele foi constantemente associado por Jair Bolsonaro a partidos como o PT e o PSOL. Battisti afirmou mais de uma vez que escolheu o Brasil porque o País vivia naquela época um governo de esquerda e conhecia outros refugiados por aqui.

Após a extradição de Battisti, no entanto, lideranças do Partido dos Trabalhadores como a deputada federal eleita Gleisi Hoffmann (PR), presidente da sigla, e o deputado federal Paulo Pimenta (RS), líder da bancada da Câmara dos Deputados, não se manifestaram em suas redes sociais sobre a situação.

Ligações com o comunismo

Battisti nasceu no ano de 1954 em uma família de comunistas. Desde jovem, fez parte do Partido Comunista Italiano (PCI) e, na década de 1970, se envolveu com o grupo guerrilheiro Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).

Os quatro homicídios de que Battisti é acusado ocorreram em ações desse grupo. Ele foi acusado de participação nos crimes pelo ex-companheiro Pietro Mutti, que fez delação premiada em troca de redução de pena. Em 1987, Battisti foi julgado à revelia e condenado à prisão perpétua — sentença que seria confirmada em 1993.

Relembre a captura de Battisti

A Polícia Federal fez ao menos 32 operações para capturar Battisti. Ele estava foragido desde o dia 14 de dezembro, após o presidente Michel Temer decidir por sua extradição. Cesare Battisti foi preso pela unidade da Polícia da Bolívia que representa a Interpol, com base em informações fornecidas pela polícia italiana. Ele chegou a Roma na manhã de 14 de janeiro.

Battisti foi condenado à prisão perpétua pelos assassinatos de quatro pessoas na Itália: dois policiais, um açougueiro e um joalheiro. Os crimes ocorreram entre 1977 e 1979, mas ele nega as acusações. Ao "Estado", o italiano disse que o acusam de um homicídio que aconteceu quando ele já não estava mais no país.

Veja também:

Italiano Cesare Battisti é preso na Bolívia:
Estadão
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