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Relação de Vini Jr. e Virgínia tem mais engajamento que megaoperação no RJ

O estudo indica que o engajamento superior em torno de um assunto classificado como de menor importância coletiva reflete um "paradoxo algorítmico da atenção", segundo a análise da pesquisadora Dra. Lilian Carvalho

1 nov 2025 - 14h20
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A atenção da internet brasileira concentrou-se na última terça-feira (28) em dois acontecimentos distintos: a oficialização do relacionamento do jogador de futebol Vinícius Júnior com a influenciadora digital Virgínia Fonseca e uma megaoperação policial no Rio de Janeiro, resultando em 121 mortes. Um levantamento conduzido pela Dra. Lilian Carvalho, especialista em Marketing Digital e coordenadora do Centro de Estudos em Marketing Digital da FGV/EAESP, revelou uma disparidade no volume de engajamento entre os temas.

Segundo especialista Lilian Carvalho, a lógica da viralização financia e amplifica a indignação e o choque
Segundo especialista Lilian Carvalho, a lógica da viralização financia e amplifica a indignação e o choque
Foto: Canva Fotos / Perfil Brasil

Em menos de 24 horas, a publicação sobre o romance do casal Vini Jr. e Virgínia Fonseca acumulou mais de 11 milhões de curtidas e gerou um movimento de mais de 44 mil menções nas plataformas digitais. No mesmo intervalo, a megaoperação no Rio de Janeiro registrou 43 mil menções. O estudo indica que o engajamento superior em torno de um assunto classificado como de menor importância coletiva reflete um "paradoxo algorítmico da atenção", segundo a análise da pesquisadora.

A especialista Lilian Carvalho argumenta que o questionamento inicial levantado pelos dados é sobre a prioridade cívica, considerando se a segurança pública Rio e as mortes no Complexo do Alemão não deveriam receber mais atenção. No entanto, o funcionamento dos algoritmos das redes sociais favorece a visibilidade de conteúdos que provocam uma resposta emocional imediata. O tema de celebridades, como o namoro Vini Jr. e Virgínia, proporciona o que a pesquisadora chama de gratificação instantânea. Em contrapartida, uma tragédia social exige reflexão moral e uma implicação política, elementos menos favorecidos pela arquitetura digital.

Segundo a Dra. Carvalho, a lógica da viralização financia e amplifica a indignação e o choque. Essa dinâmica foi tema de suas pesquisas sobre o papel dos algoritmos na formação das bolhas comportamentais. A conclusão da especialista é que a "arquitetura digital molda o que vemos, o que importa e, em última instância, quem somos como sociedade," evidenciando o poder dos mecanismos digitais na definição da agenda de relevância social.

A análise da Megaoperação Rio pela pesquisa também incluiu o teor das menções online. Os resultados apontaram que 67% das interações foram neutras, e 27% negativas. Um ponto de destaque levantado pela especialista foi a "normalização algorítmica da barbárie," observada em postagens que continham imagens explícitas dos corpos e, em alguns casos, manifestações de satisfação com a violência.

Ao avaliar o sentimento predominante nas menções sobre a ação policial, a análise revelou que tanto o medo quanto o nojo representaram 22% cada. É notável que 11% dos usuários expressaram alegria diante da violência. A pesquisadora Lilian Carvalho conclui que os algoritmos não se posicionam, mas atuam como reprodutores e exacerbadores do que é mais barulhento e emocional dentro dos grupos sociais.

Os termos mais recorrentes no debate digital sobre a operação incluíram "Complexos do Alemão e da Penha," "CV," "segurança pública," "Operação Contenção," "Polícia Militar," "crime organizado," e "facções criminosas." O governador do Estado, Cláudio Castro, foi mencionado em quase 10% do total de interações, o que pode indicar suporte por parte dos internautas que manifestaram satisfação com a ação policial. Os números do Engajamento Redes Sociais destacam o papel crescente dos algoritmos na determinação das prioridades e no consumo de informação da população.

Perfil Brasil
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