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Região da Suíça bane burca

23 set 2018 - 13h12
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Em referendo no cantão de St. Gallen, dois terços dos eleitores votam a favor de proibir o uso público de vestimentas que cobrem o rosto, incluindo véus muçulmanos. Região é a segunda do país a implantar o veto.Em referendo neste domingo (23/09), os eleitores do cantão de St. Gallen, no nordeste da Suíça, aprovaram por grande maioria a proibição do uso de vestimentas que cobrem o rosto em espaços públicos, abrindo caminho para se tornar a segunda região do país a introduzir a medida.

Quase 67% dos participantes votaram a favor do veto, que se aplica a qualquer peça de roupa ou objeto que cubra totalmente o rosto ou só mostre os olhos, incluindo véus usados por mulheres muçulmanas como a burca e o niqab. A participação nas urnas foi de 36% dos eleitores.

A questão já havia sido levada ao Parlamento regional, onde recebeu apoio dos partidos populistas de direita e de centro. No entanto, o Partido Verde e a Juventude Socialista bloquearam a aplicação do veto com um pedido de referendo à população.

O texto que chegou ao Parlamento local estipula que "qualquer pessoa que se torne irreconhecível cobrindo seu rosto em espaço público e, portanto, coloque em risco a segurança pública ou a paz social e religiosa será multada".

Em texto de campanha, os defensores da proibição afirmaram que "é parte integrante de nossa cultura e de nossos valores poder olhar uns aos outros nos olhos sem se esconder".

O Conselho Central Islâmico da Suíça, por outro lado, condenou a proibição como "islamofóbica". Outros opositores insistiram que o veto é inútil, uma vez que pouquíssimas mulheres usam burcas ou outros véus que cobrem o rosto em St. Gallen.

Além disso, lembraram que já existe uma lei neste cantão que proíbe esconder o rosto em manifestações públicas que requerem autorização e eventos esportivos.

A proibição de tais vestimentas já está em vigor desde 2016 no cantão vizinho de Ticino. Uma análise publicada recentemente sobre o efeito dessa lei na região mostrou que os torcedores de futebol foram os mais impactados, enquanto as multas pelo uso da burca não passaram de cinco, informou a agência de notícias ATS.

O governo da Suíça se opôs no ano passado a uma iniciativa para criar uma proibição nacional da burca, decidindo que cabe às regiões determinar se tais medidas são apropriadas.

No entanto, os eleitores suíços devem ser convocados para decidir a questão nas urnas no próximo ano, depois de o populista de direita Partido Popular Suíço ter reunido as 100 mil assinaturas necessárias para convocar um referendo no país.

Outros países europeus, como França, Áustria, Bélgica, Dinamarca e Holanda, já aprovaram normas similares para proibir o uso público de vestimentas que impedem a identificação de pessoas.

EK/afp/efe/lusa/rtr

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