Quando a Toyota irá retomar produção no Brasil?
Com três fábricas no Brasil, todas localizadas no estado de São Paulo, a Toyota está com sua produção paralisada desde setembro, após uma tempestade com ventos de até 90 km/h atingir a unidade de Porto Feliz
Com três fábricas no Brasil, todas localizadas no estado de São Paulo, a Toyota está com sua produção paralisada desde setembro, após uma tempestade com ventos de até 90 km/h atingir a unidade de Porto Feliz. Evandro Maggio, presidente da Toyota no Brasil, anunciou ao g1 que a fabricante vai retomar a produção de veículos nas fábricas de Indaiatuba e Sorocaba apenas em novembro, contabilizando mais de um mês de paralisação.
A fábrica atingida é responsável pela produção e fornecimento de motores para as demais unidades. Por enquanto, ela segue parada e sem previsão de retomada. A planta produz 205 mil unidades por ano, cerca de 800 por dia. Destes, 21 mil são exportados para os Estados Unidos.
"A unidade continuará parada porque os danos foram severos. Em Indaiatuba e Sorocaba, a produção voltará de forma gradual, priorizando a segurança das pessoas e a qualidade dos veículos", afirmou Evandro Maggio.
Em busca de viabilizar a retomada da produção nas fábricas de Indaiatuba e Sorocaba, a Toyota irá importar motores do Japão. Apesar disso, segundo Maggio, a quantidade exata de motores a serem importados ainda não foi definida, uma vez que a demanda será avaliada mês a mês.
Quais serão os modelos disponíveis nesse retorno?
O presidente da fabricante também revelou que os primeiros modelos a voltarem à linha de montagem serão o Corolla e o Corolla Cross, que são dois dos veículos mais vendidos da marca. Por enquanto, a produção será voltada apenas para as versões híbridas flex.
Ainda segundo Maggio, a previsão é que as versões convencionais dos modelos, em conjunto com os demais carros a combustão, flex e gasolina, só voltem a ser produzidos entre janeiro e fevereiro de 2026.
Em algum momento, o Yaris hatch também deve entrar na linha de montagem, porém a sua produção não será distribuída em território nacional e será voltada à exportação, já que o modelo deixou de ser vendido no Brasil.
O que aconteceu em Porto Feliz?
Em 22 de setembro, uma tempestade atingiu a fábrica de Porto Feliz da Toyota, obrigando a marca a suspender sua produção de motores já no dia seguinte. Apesar dos danos estruturais no prédio, os equipamentos foram preservados. A unidade, localizada entre as duas outras fábricas, é crucial para o funcionamento da produção no Brasil.
"O plano de novembro e dezembro é recuperar o volume de híbridos não produzidos entre 23 de setembro e 31 de outubro", informou Maggio. "As máquinas tiveram apenas danos superficiais. Vamos transferi-las para outro local, na mesma área da fábrica de Porto Feliz, para evitar novos riscos."
A remoção dos escombros já aconteceu, mas a área ainda é considerada de risco e o prejuízo não foi contabilizado. Ainda não há data prevista para a retomada da produção de motores.
"Nossa prioridade é restabelecer a operação. Precisamos manter a cadeia produtiva funcionando, já que fornecedores e concessionárias dependem de nós. A produção voltará gradualmente", afirmou o presidente da Toyota.
Apesar do grande impacto da tempestade, não houve fatalidades. Foi informado que os 18 feridos receberam atendimento imediado e seguem recebendo acompanhamento, tanto físico quanto psicológico: "Estamos recebendo apoio da matriz e de fornecedores no mundo todo. Isso nos dá confiança para avançar na recuperação e manter nosso compromisso com a mobilidade sustentável na região", completou Maggio.
Após a paralisação, a Toyota iniciou, em 24 de setembro, negociações com sindicatos para preservar empregos nas três unidades e colocou todos os trabalhadores em férias emergenciais até 20 de outubro.
A novidade da retomada das fábricas, no entanto, alterou os planos da marca. Em Indaiatuba, 1.500 funcionários voltarão ao trabalho em 21 de outubro, enquanto Sorocaba retorna no mesmo dia com 5.800 empregados. Já na unidade de Porto Feliz, 800 pessoas seguirão em layoff, ou seja, suspensão temporária do contrato por tempo indeterminado.
Ver essa foto no Instagram