Quaest: 44% dos brasileiros temem volta de Bolsonaro; 41% receiam continuidade de Lula
A percepção do eleitor sobre o futuro político do Brasil segue praticamente inalterada. Levantamento da Genial/Quaest divulgado nesta quinta-feira (17) mostra que 44% dos brasileiros têm mais medo da volta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto 41% receiam a permanência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no poder.
Os percentuais indicam estabilidade em relação aos meses anteriores. Em maio, o temor quanto ao retorno de Bolsonaro era de 45%, e a continuidade de Lula assustava 40%. Em março, os números foram exatamente os mesmos da rodada atual: 44% e 41%.
O que preocupa mais o eleitor em 2026?
Mesmo com a margem de erro de dois pontos percentuais, o cenário se mantém tecnicamente empatado. O grupo que declara ter medo de ambos os nomes permanece estável: era de 6% em março, passou a 7% em maio e segue no mesmo nível neste mês.
Já aqueles que afirmam não temer nenhum dos dois recuaram: de 4% para 3%. Outros 5% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder — índice que permanece constante desde março.
A pesquisa ouviu presencialmente 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 10 e 14 de julho, em 120 municípios. O grau de confiança do levantamento é de 95%.
Lula lidera cenários para 2026, mas empata com Tarcísio
Além da percepção sobre medo político, a Quaest também mediu intenções de voto. Segundo o instituto, Lula lidera todos os cenários de primeiro turno testados para 2026. No segundo turno, aparece à frente de todos os nomes pesquisados, com exceção do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem empata no limite da margem de erro.
Outros possíveis candidatos testados foram Michelle Bolsonaro (PL), Ratinho Júnior (PSD), Eduardo Leite (PSD), Eduardo Bolsonaro (PL), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (União).
É a primeira vez, desde o início da série histórica em março, que Bolsonaro aparece atrás de Lula num eventual segundo turno. "As simulações de segundo turno mostram os efeitos negativos da associação de Bolsonaro ao tarifaço de Trump contra o Brasil. Na pesquisa anterior, ele e Lula estavam numericamente empatados, com 41% cada. Agora, Lula abriu 6 pontos de vantagem", diz Felipe Nunes, diretor da Quaest.
O mesmo impacto é atribuído a Tarcísio, que, em junho, estava um ponto atrás de Lula e agora aparece quatro pontos abaixo, ainda dentro da margem de erro.
Outro dado relevante da pesquisa mostra que a rejeição à reeleição de Lula caiu de 66% para 58%. Já os que se opõem a uma nova candidatura de Bolsonaro somam 62%, oscilando para baixo.
Entre os nomes da direita, Tarcísio e Michelle lideram como alternativas a Bolsonaro, com 15% e 13%, respectivamente. Ratinho Júnior empata com Michelle, mas ainda não alcança Tarcísio. Entre os que se dizem bolsonaristas, 33% defendem Michelle como sucessora. O mesmo percentual de direitistas não bolsonaristas prefere Tarcísio.