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Policiais matam homem já rendido em Paraisópolis e são presos após revolta na região

11 jul 2025 - 17h08
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Uma abordagem da Polícia Militar terminou com um homem morto mesmo após se render, na favela de Paraisópolis, Zona Sul da capital paulista. O caso ocorreu na noite de quinta-feira (10) e provocou reações violentas na região. Dois policiais foram presos em flagrante após a análise das imagens gravadas pelas câmeras corporais utilizadas durante a ação.

PM andando armado por Paraisópolis
PM andando armado por Paraisópolis
Foto: Reprodução/ TV Globo / Perfil Brasil

O que motivou os disparos contra alguém já imobilizado?

De acordo com o coronel Emerson Massera, responsável pela comunicação da PM, os agentes chegaram a uma residência onde quatro suspeitos de tráfico de drogas tentavam se esconder. Os fugitivos haviam invadido o imóvel de um morador que, segundo a corporação, não tinha ligação com o grupo.

Durante a abordagem, os policiais teriam efetuado disparos contra Igor Oliveira de Moraes Santos, que já estava rendido, com as mãos sobre a cabeça. "O homem já estava rendido quando os policiais efetuaram os disparos. (...) A ação dos policiais foi ilegal", declarou Massera em entrevista à imprensa, que classificou a conduta dos agentes como criminosa.

"A ação começou completamente legítima. (...) Num determinado momento, esse homem já estava rendido quando os policiais efetivaram os disparos, sem nada que os justificasse", completou o coronel. Os policiais usavam câmeras do novo modelo, que precisam ser ativadas manualmente, mas que, uma vez ligadas, acionam outras próximas automaticamente por bluetooth.

Além das prisões, outros dois policiais envolvidos na abordagem foram indiciados. A investigação do caso será conduzida como homicídio doloso (quando há intenção de matar), com prazo inicial de 20 dias, podendo ser estendido por mais 40. As imagens das câmeras corporais devem ser divulgadas após o encerramento do inquérito.

Na casa onde os suspeitos se abrigaram, a polícia apreendeu três armas de fogo, carregadores, drogas, dinheiro e celulares. Três homens foram presos no local, dois deles sem antecedentes criminais.

A morte de Igor desencadeou uma série de protestos nas redondezas. Um quarto homem foi detido por envolvimento nos atos, que se espalharam pelas ruas próximas à Avenida Giovanni Gronchi, no bairro do Morumbi.

Pelo menos cinco motoristas foram atacados por manifestantes. Três viaturas policiais sofreram danos, e um sargento da Rota foi baleado no ombro. Ele está fora de risco, mas deverá passar por cirurgia. O confronto durou cerca de quatro horas. Nesta sexta-feira (11), a comunidade amanheceu sob forte presença policial.

"Foram condutas criminosas", declarou Massera. Ele enfatizou que a corporação não tolera desvios e que os agentes serão responsabilizados. "Reconhecemos nosso erro e os policiais já estão sendo responsabilizados e vão responder por isso", afirmou. Segundo ele, a falha foi individual, e não relacionada à formação dos agentes. "Houve o erro do policial, não falta de treinamento ou preparo", concluiu.

Mesmo diante das críticas, o coronel garantiu que a PM continuará agindo contra o crime: "A PM reconhece seus erros, mas não irá retroceder no trabalho de combate à criminalidade".

Perfil Brasil
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