PL da Dosimetria: "Minha proposta vai ter entre 350 e 370 votos na Câmara", diz Paulinho da Força
Em entrevista, o relator do Projeto de lei — que afirma ter "trânsito livre em todos os partidos" — detalhou sua estratégia para que a votação avance na Câmara e também no Senado. O parlamentar também antecipou uma possível data para a votação. Confira
O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do chamado PL da Dosimetria — que visa a redução de penas para os condenados pelos atos de 8 de janeiro —, esteve nos estúdios do Grupo Perfil Brasil nesta sexta-feira(17). Em entrevista exclusiva, ele deu detalhes sobre a intensa negociação no Congresso Nacional para garantir a votação da proposta, que, segundo ele, tem o poder de "pacificar o Brasil" em meio à polarização.
Em entrevista, o parlamentar — que afirma ter "trânsito livre em todos os partidos" — detalhou sua estratégia para o projeto. Ele afirma atuar no centro, conversando com a esquerda e a direita, mas admitiu que apenas dois partidos, PSOL e PDT, não o receberam.
A proposta foi aprovada em caráter de urgência no dia 17 de setembro, após meses de impasse.
PL da Dosimetria: negociação e expectativa de votação
A proposta de Paulinho da Força não trata de anistia, pois ele está convencido de que tal medida seria derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Por isso que eu optei de fazer essa coisa de redução de pena. Porque a gente vive hoje nessa polêmica, essa polarização que o Brasil vive. Ninguém aguenta mais isso," afirmou o deputado. "Eu tenho certeza que o Supremo iria barrar [a anistia]. Então, não dá para a gente ficar seis ou sete meses trabalhando numa questão para pacificar o país e depois ser paralisado de novo."
O mecanismo, portanto, é mexer no Código Penal para reduzir algumas penas. Na visão do relator, essa alteração seria suficiente para garantir a soltura de "todas as pessoas que foram presas no dia 8 de janeiro", mas não resolveria totalmente a situação do núcleo central dos condenados com penas mais longas.
A tramitação enfrenta entraves, sendo que o mais recente envolve o Senado. Paulinho da Força destacou que tem trabalhado para que o projeto não fique parado: "A ideia então é que a gente vote na Câmara e o Senado vote ou no mesmo dia ou no outro dia, exatamente para a gente poder resolver essa questão."
Fazendo um exercício de "futurologia", o relator demonstra otimismo quanto à aprovação na Câmara dos Deputados: "Eu acredito que a gente consegue pacificar isso este final de semana e acredito que na terça ou quarta-feira a gente pode votar na próxima semana na Câmara. A minha expectativa é que a minha proposta vai ter uns 350 [a] 370 votos."