Operação policial mira delegado que teria ligação com delator do PCC
Uma operação conjunta entre o Ministério Público de São Paulo e a Corregedoria da Polícia Civil foi lançada para investigar supostas ligações entre um delegado e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Na manhã desta terça-feira, mandados de busca e apreensão foram executados contra o delegado Alberto Pereira Matheus Junior, suspeito de envolvimento em um caso de corrupção ligado ao assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach.
O delegado Alberto, que ocupou altos cargos na Polícia Civil, está sob suspeita de receber pagamentos de um policial preso anteriormente. Os recursos que financiavam esses pagamentos seriam oriundos de ações corruptas em favor do PCC. A operação marca um novo capítulo na investigação do assassinato de Gritzbach, ocorrido no ano passado no Aeroporto de Guarulhos.
Qual a relação entre a polícia e o PCC?
Antônio Vinícius Gritzbach, em depoimentos prestados antes de sua morte, informou sobre a colaboração de policiais de São Paulo com membros do PCC. Ele se comprometeu a revelar a estrutura hierárquica deste esquema. Posteriormente, Gritzbach foi morto, levantando suspeitas sobre o envolvimento de agentes de segurança pública nesse crime.
Em resposta a estas acusações, o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil intensificaram as investigações, resultando na prisão de 26 indivíduos até o momento. Entre os detidos, encontram-se membros das forças de segurança e outros associados ao caso, destacando a profundidade da infiltração do PCC nas estruturas de segurança pública.
Como ocorreu o assassinato no aeroporto?
O homicídio de Gritzbach ocorreu nas mediações do Terminal 2 em Guarulhos. Segundo testemunhas e imagens de segurança, ao menos cinco homens desceram de um veículo preto e atiraram contra ele. As câmeras de vigilância capturaram o momento em que Gritzbach, ao perceber a situação, tenta fugir, mas é atingido por diversos disparos.
A Polícia Militar, após receber o alerta, encontrou um veículo que possuía características semelhantes ao usado no crime abandonado nas proximidades. Este assassinato, ocorrendo às 16h10 do dia 8 de novembro de 2024, desencadeou uma série de investigações que continuam a desvendar a ligação entre o submundo criminal e autoridades corruptas.
Quais são as implicações para o delegado investigado?
A defesa do delegado Alberto Pereira Matheus Junior afirma que ele sempre agiu de acordo com a lei. No entanto, a investigação busca esclarecer o seu papel e verificar se há indícios concretos de envolvimento nos casos de corrupção investigados. As operações de hoje representam uma tentativa de aprofundar as evidências e entender até onde as alianças com o PCC se estendem dentro das forças policiais.
O desdobramento deste caso pode ter implicações significativas para a polícia de São Paulo, destacando a necessidade de reformas e de estratégias eficazes de combate à corrupção para restaurar a confiança pública nas instituições de segurança.