O que se sabe sobre R$ 400 mil encontrados em endereço do deputado Sóstenes Cavalcante?
A investigação aponta para um suposto esquema de desvio da cota parlamentar por meio de contratos fraudulentos com empresas de fachada, especialmente locadoras de veículos
Em ação da Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (19), os agentes encontraram aproximadamente R$ 400 mil em dinheiro vivo em um endereço ligado ao deputado federal Sóstenes Cavalcante.
O montante estava escondido dentro de um saco preto, guardado em um armário de um flat utilizado pelo parlamentar em Brasília. A investigação aponta para um suposto esquema de desvio da cota parlamentar por meio de contratos fraudulentos com empresas de fachada, especialmente locadoras de veículos.
Além de Sóstenes Cavalcante, a operação também mira o deputado Carlos Jordy. Os dois são suspeitos de utilizar recursos públicos para custear serviços que, na prática, não teriam sido prestados.
💸#OPERAÇÃOPF | PF apura desvio de recursos públicos oriundos de cotas parlamentares no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. Foram cumpridos 7 mandados de busca e apreensão.
➡️Saiba mais: https://t.co/3lBXWEqgov pic.twitter.com/yt0GSo8GgO
— Polícia Federal (@policiafederal) December 19, 2025
R$ 400 mil em dinheiro vivo
A ofensiva policial de hoje é um desdobramento de uma etapa anterior, realizada em dezembro do ano passado, que focou em assessores dos parlamentares e forneceu as provas necessárias para avançar contra os próprios políticos. As buscas e apreensões foram devidamente autorizadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os investigadores acreditam que as empresas envolvidas serviam apenas como caminho para que o dinheiro público retornasse aos envolvidos. A PF só chegou aos deputados após informações obtidas nos celulares de assessores.
Na decisão, o ministro Dino detalha a robustez de indícios que justifica a operação. "O pedido da Polícia Federal, amparado em relatórios de inteligência financeira e nas diversas conversas extraídas de celulares dos investigados, revela a existência de indícios robustos, bem como demonstra a imprescindibilidade das medidas requeridas para continuidade da investigação", diz o despacho.
O deputado Carlos Jordy publicou uma nota e um vídeo nas redes sociais que é vítima de perseguição, e que a empresa citada é usada por eles desde o início do mandato. Sóstenes Cavalcante ainda não se manifestou.
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