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O que se sabe do novo plano para pôr fim à guerra na Ucrânia

24 dez 2025 - 09h41
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Proposta prevê pacto com a Rússia fundamentado em garantias de segurança e impulso econômico para ucranianos. Cessões territoriais e controle sobre usina nuclear permanecem em aberto.O presidente Volodimir Zelenski revelou nesta quarta-feira (24/12) detalhes do plano de paz apoiado pelos Estados Unidos para pôr fim à guerra na Ucrânia. Em 20 pontos, a nova proposta, que reflete os desejos ucranianos, prevê um pacto de não agressão com a Rússia fundamentado em garantias de segurança e impulso econômico para a Ucrânia.

Enquanto Rússia e Ucrânia negociam plano de paz, população se protege de ataques em Kiev em guerra que dura quase quatro anos
Enquanto Rússia e Ucrânia negociam plano de paz, população se protege de ataques em Kiev em guerra que dura quase quatro anos
Foto: DW / Deutsche Welle

A versão apresentada por Zelenski foi, segundo ele, enviada à Rússia após negociação entre os governos ucraniano e americano. O presidente especulou diante de jornalistas que poderia haver avanço nas conversas com o Kremlin na quinta-feira.

Semanas de conversas para modificar uma versão anterior, com 28 pontos que apoiavam várias das demandas da Rússia, resultaram numa aproximação às posições da Ucrânia, ele disse ainda.

O texto poderia se tornar a base para futuros acordos para terminar a guerra, iniciada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. O documento seria ainda complementado por acordos bilaterais entre EUA e a Ucrânia, com foco em segurança e reconstrução.

Pelo plano, a Ucrânia teria um Exército com 800 mil membros e receberia o compromisso de aliados em fornecer apoio para a sua defesa. A retirada de tropas russas em Dnipropetrovsk, Mykolaiv, Sumy e Kharkiv é condição para que o acordo entre em vigor.

"Se a Rússia invadir a Ucrânia, para além de uma resposta militar coordenada, todas as sanções globais contra a Rússia serão restabelecidas", disse Zelenski durante a leitura para jornalistas dos pontos do acordo. O texto não foi divulgado por escrito.

Pontos sensíveis em aberto

Dois grandes pontos permanecem em aberto: eventuais cessões territoriais pela Ucrânia e a usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul do país, ocupada pela Rússia desde 2022.

Zelenski se diz disposto a alcançar um acordo sobre o Donbass, região composta pelas províncias de Luhansk e Donetsk. A Rússia mantém exigências maximalistas, insistindo que a Ucrânia ceda o território que ainda não foi capturado.

As forças russas conquistaram a maior parte de Luhansk e cerca de 70% de Donetsk. O governo ucraniano diz preferir o congelamento na linha de frente à alternativa sobre a mesa, que envolveria a criação de uma ou mais zonas econômicas.

Para negociar a segunda opção, Kiev quer mais garantias de segurança. "Se esta decisão for tomada, será assinado um acordo separado entre Ucrânia, EUA e Rússia que determinará o status da zona econômica especial e os passos que as duas partes do conflito darão de maneira equivalente para retirar suas forças", afirmou o presidente.

A zona econômica especial seria administrada pela Ucrânia, mesmo com uma desmobilização militar, e forças internacionais precisariam estar presentes para evitar a entrada de forças russas, prosseguiu Zelenski. Uma eventual retirada de tropas ucranianas exigiria legitimação por referendo.

A versão atual prevê ainda que a central nuclear de Zaporizhzhia será operada conjuntamente por Ucrânia, Estados Unidos e Rússia. Zelenski expressou reservas quanto a este ponto, chamando a proposta de "inadequada" e "não totalmente realista."

Ajuda externa

Por outro lado, os 20 pontos não fazem referência às ambições ucranianas de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Parte dos membros resiste à adesão, enquanto Zelenski afirma que a renunciar a esta aspiração está fora de cogitação. Uma versão anterior do plano de paz exigia que a Ucrânia se comprometesse legalmente a não entrar na Otan.

O texto recitado por Zelenski prevê que a Ucrânia se tornará membro da União Europeia (UE) num prazo precisamente definido e beneficiará, a curto prazo, de um acesso preferencial ao mercado europeu.

Um robusto programa de desenvolvimento global para a Ucrânia seria elaborado. Isso envolveria a criação de um fundo de desenvolvimento, a colaboração dos EUA e de empresas norte-americanas e uma linha de financiamento especial do Banco Mundial.

Se o plano for aceito pela Rússia, deverá ser submetido a um referendo na Ucrânia, passar pelo Parlamento e ser executado ao mesmo tempo que novas eleições presidenciais, o que deverá ser precedido por um cessar-fogo de 60 dias. Não há garantia de que Moscou concordará com o plano.

Questionado sobre o plano, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia definirá sua posição com base nas informações recebidas pelo enviado presidencial russo Kirill Dmitriev, que se reuniu com representantes dos EUA na Flórida no fim de semana.

Ele se recusou a compartilhar mais detalhes, dizendo que o Kremlin considera "altamente inadequado conduzir qualquer tipo de comunicação por meio da mídia".

ht (AP, Efe, Lusa)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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