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Novo presidente de Taiwan toma posse e pede que China pare com "intimidações"

Segundo o Ministério das Relações Exteriores chinês, a independência da ilha é um "beco sem saída" e "algo fadado ao fracasso"

20 mai 2024 - 11h48
(atualizado às 11h54)
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O novo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, tomou posse nessa segunda-feira (20), iniciando um terceiro mandato consecutivo inédito para o Partido Democrático Progressista (PDP).

Novo presidente de Taiwan, Lai Ching
Novo presidente de Taiwan, Lai Ching
Foto: te - Reprodução/X / Perfil Brasil

Lai, ex-vice-presidente e médico, assumiu o cargo junto com o novo vice-presidente Hsiao Bi-khim. Ambos são desprezados por Pequim devido à defesa da soberania da ilha.

Em seu discurso inaugural, o líder transmitiu uma mensagem de paz e declarou que uma "era gloriosa da democracia" começou, reforçando a determinação de defender a soberania da ilha.

Ele afirmou que o futuro de Taiwan será decidido pelos seus 23 milhões de habitantes, destacando a ilha como um "elo importante" em uma "cadeia global de democracias".

Lai sucede Tsai Ing-wen, também do PDP, que aumentou o reconhecimento internacional da ilha durante seus oito anos de mandato. Mesmo com os avisos de Pequim sobre o aumento do risco de conflito com a reeleição do partido, os eleitores apoiaram a visão do partido de que a ilha é uma nação soberana que deve fortalecer suas defesas e aprofundar relações com países democráticos.

O novo presidente apelou à China "para cessar a sua intimidação política e militar contra Taiwan, partilhar com Taiwan a responsabilidade global de manter a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, bem como na região, e garantir que o mundo esteja livre da medo da guerra".

Durante a cerimônia de posse, estavam presentes líderes de vários países com laços diplomáticos, ex-funcionários americanos e legisladores estrangeiros.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, parabenizou Lai e "o povo por demonstrar mais uma vez a força do seu sistema democrático robusto e resiliente".

"Esperamos trabalhar com o Presidente Lai e com todo o espectro político de Taiwan para promover os nossos interesses e valores compartilhados, aprofundar a nossa relação não oficial de longa data e manter a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan", disse Blinken.

"Independência de Taiwan é um beco sem saída", diz China

Questionado sobre a posse de Lai, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que "a independência de Taiwan é um beco sem saída. Não importa que pretexto ou bandeira se use, promover a independência e a secessão da ilha é algo fadado ao fracasso".

A China tem aumentado a pressão diplomática, econômica e militar sobre a ilha enquanto Taiwan estreita seus laços informais com Washington.

No seu discurso inaugural, Lai também instou a China a "enfrentar a realidade da existência da República da China, respeitar as escolhas do povo de Taiwan" e "cooperar com o governo legítimo escolhido pelo povo".

Ele propôs a retomada do turismo e a matrícula de estudantes chineses em Taiwan como medidas para promover a paz e a prosperidade mútua.

No entanto, Lai alertou que a ambição da China de anexar a ilha não desaparecerá, mesmo que Taiwan aceitasse a posição chinesa e renunciasse à sua soberania.

Ele criticou o país por retratá-lo como um incitador de conflitos e ressaltou que, enquanto a China não renunciar ao uso da força, a ilha deve estar preparada para se defender.

Pequim, que vê a unificação com Taiwan como parte de seu objetivo de rejuvenescimento nacional, continuou a criticar Lai e a considerar as eleições como uma escolha entre paz e guerra. Menos de 10% dos taiwaneses apoiam a unificação com a China, e a maioria prefere manter o status quo.

Perfil Brasil
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