Novo Ozempic chega ao Brasil com preços acessíveis e parceria inédita.
Novo Ozempic no Brasil: parceria entre Novo Nordisk e Eurofarma lança versões acessíveis para obesidade e diabetes tipo 2. Saiba tudo sobre o lançamento.
O novo Ozempic desembarca no Brasil com as marcas Poviztra e Extensior, fruto da parceria entre Novo Nordisk e Eurofarma, com previsão de chegada às farmácias em outubro de 2025, enquanto o "Ozempic brasileiro" da EMS já está disponível com preços a partir de R$ 307,26.
Novo Ozempic: Poviztra e Extensior chegam ao Brasil
A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk anunciou em 1º de outubro de 2025 uma parceria estratégica com a Eurofarma para a distribuição exclusiva no Brasil de duas novas marcas de semaglutida injetável semanal: Poviztra e Extensior. Poviztra é indicado para o tratamento da obesidade e do sobrepeso com comorbidades, enquanto Extensior é voltado para o manejo do diabetes tipo 2. A expectativa é de que os medicamentos cheguem ao mercado ainda em outubro de 2025, ampliando o acesso a terapias com análogos de GLP-1 em todo o território nacional.
A aliança combina a liderança da Novo Nordisk em inovação científica e desenvolvimento de terapias com GLP-1 com a capilaridade comercial e força de vendas da Eurofarma, uma das maiores farmacêuticas brasileiras. "Esta parceria é um passo estratégico para garantir que nossa inovação chegue a ainda mais pessoas em todo o Brasil, com a mesma confiança e qualidade de sempre", afirmou Allan Finkel, vice-presidente da Novo Nordisk para América Latina e Brasil. A Eurofarma, com mais de 13,5 mil colaboradores e 11 fábricas, atuará como distribuidora exclusiva, promovendo a expansão da cobertura para especialidades médicas, farmácias e regiões antes não atendidas diretamente pela Novo Nordisk.
O que são Poviztra e Extensior?
Poviztra e Extensior são medicamentos à base de semaglutida, molécula que atua como análogo do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1), um hormônio intestinal que regula o apetite e a glicemia. A semaglutida, já presente no Ozempic e no Wegovy, tem revolucionado o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2, comprovando eficácia em estudos clínicos na redução de peso e controle glicêmico. Ambos os novos produtos são administrados por injeção subcutânea semanal, seguindo o mesmo protocolo de uso dos medicamentos já consagrados no mercado.
A principal diferença entre os dois novos lançamentos está na indicação clínica: Poviztra é voltado especificamente para pacientes com obesidade ou sobrepeso acompanhado de comorbidades como hipertensão ou dislipidemia, enquanto Extensior é indicado para o controle do diabetes tipo 2. A Novo Nordisk reforça que, apesar da popularização dos termos "canetas emagrecedoras", os medicamentos não são milagrosos e devem ser usados exclusivamente sob prescrição e acompanhamento médico, integrados a mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios. A empresa destaca seu compromisso com a segurança e a eficácia dos tratamentos, buscando combater o uso de versões manipuladas ou falsificadas que representam riscos à saúde.
O mercado das "canetas emagrecedoras" no Brasil
O mercado brasileiro de medicamentos com análogos de GLP-1 já movimenta mais de R$ 6 bilhões por ano e está em franca expansão, impulsionado pela alta prevalência de obesidade e diabetes no país. Globalmente, estima-se que o setor alcance US$ 150 bilhões até 2030, tornando-se um dos pilares da nova era farmacêutica. A entrada de novos players, como a parceria Novo Nordisk-Eurofarma e o lançamento da EMS, intensifica a concorrência em um segmento antes dominado por gigantes como a própria Novo Nordisk e a Eli Lilly, com seu Mounjaro.
A concorrência crescente tem forçado ajustes de preços e estratégias de mercado. A Novo Nordisk, por exemplo, reduziu em 20% o preço de seus medicamentos Ozempic e Wegovy no Brasil em junho de 2025, com o Ozempic 1mg passando de R$ 1.110 para cerca de R$ 999. A medida foi vista como uma resposta direta à entrada do Mounjaro no mercado brasileiro, que começou a ser vendido em maio de 2025. A guerra comercial no setor promete se acirrar, com impactos diretos no acesso dos pacientes a esses tratamentos de alto custo.
"Ozempic brasileiro" da EMS já está nas farmácias
Enquanto a Novo Nordisk se prepara para lançar Poviztra e Extensior, a farmacêutica brasileira EMS já colocou no mercado seus medicamentos à base de liraglutida, molécula da mesma classe dos GLP-1, comercializados como Olire (para obesidade) e Lirux (para diabetes tipo 2). As primeiras unidades começaram a ser vendidas em 4 de agosto de 2025 nas redes Raia Drogasil, Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco, inicialmente nas regiões Sul e Sudeste, com expansão prevista para todo o país até o fim de 2025.
Os preços sugeridos pela EMS são consideravelmente mais baixos que os dos medicamentos da Novo Nordisk: a partir de R$ 307,26 para uma caneta de Olire ou Lirux, R$ 507,07 para Lirux com duas canetas e R$ 760,61 para Olire com três canetas. Essa redução de até 70% em relação ao Ozempic original (que pode ultrapassar R$ 1.300) representa um avanço significativo no acesso a tratamentos para obesidade e diabetes no Brasil. A EMS investiu mais de R$ 1 bilhão na construção de uma fábrica de peptídeos em Hortolândia (SP), inaugurada em 2024, para produzir as canetas integralmente no país.
Preços e acessibilidade dos novos medicamentos
Apesar da promessa de maior acesso, os preços exatos de Poviztra e Extensior ainda não foram divulgados oficialmente pela Novo Nordisk ou pela Eurofarma. No entanto, especialistas e analistas do setor acreditam que a parceria com a Eurofarma, somada à concorrência da EMS e da Eli Lilly, deve pressionar os valores para baixo no médio prazo. A expectativa é de que os novos medicamentos sejam comercializados com preços competitivos, possivelmente alinhados ao programa de suporte ao paciente da Novo Nordisk, que já oferece o Ozempic 1mg por R$ 999 no e-commerce.
A acessibilidade, no entanto, ainda é um desafio. Mesmo com os preços reduzidos, os medicamentos permanecem fora do alcance da maioria da população brasileira, especialmente para tratamentos de longo prazo. A discussão sobre a incorporação da semaglutida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) está em curso, com um relatório preliminar do Ministério da Saúde estimando um impacto orçamentário de R$ 3,7 bilhões em cinco anos para a incorporação do medicamento. A decisão final ainda depende de análises econômicas e de custo-efetividade, mas representa um passo importante para democratizar o acesso.
Impacto da Anvisa e retenção de receitas
Em abril de 2025, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que medicamentos à base de GLP-1, como Ozempic, Wegovy, Mounjaro e Saxenda, só poderão ser vendidos com retenção da receita médica. A medida, que entrou em vigor em 16 de abril, exige que uma das duas vias da receita fique retida na farmácia, com o objetivo de combater a automedicação, o uso descontrolado e a falsificação de canetas. A decisão foi comemorada por médicos e especialistas, que veem na medida uma forma de garantir a segurança dos pacientes e evitar a escassez dos medicamentos para quem realmente precisa.
A retenção de receitas também pode impactar o mercado de versões manipuladas, que proliferaram nos últimos anos devido ao alto custo dos medicamentos originais. A Novo Nordisk afirmou que a redução de preços de seus produtos também tem como objetivo conter o uso de alternativas irregulares, falsificadas e manipuladas, que representam riscos graves à saúde. A combinação de preços mais acessíveis, maior oferta de produtos originais e fiscalização mais rigorosa pode transformar o mercado brasileiro de "canetas emagrecedoras" nos próximos anos.
Um novo capítulo para o tratamento da obesidade
A chegada de Poviztra e Extensior ao Brasil, aliada ao lançamento do "Ozempic brasileiro" pela EMS, marca um novo capítulo no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2 no país. A combinação de inovação científica, parcerias estratégicas e produção nacional está ampliando o acesso a terapias eficazes, antes restritas a uma parcela pequena da população. Embora os desafios de preço e acessibilidade persistam, a concorrência crescente e as políticas de regulação da Anvisa indicam um caminho promissor para a democratização desses tratamentos.
O mercado das "canetas emagrecedoras" no Brasil está se transformando rapidamente, com impactos diretos na saúde pública e na economia da indústria farmacêutica. A parceria entre a dinamarquesa Novo Nordisk e a brasileira Eurofarma é um exemplo claro de como a colaboração entre empresas globais e locais pode acelerar a inovação e o acesso a medicamentos. Com preços mais competitivos e uma oferta mais ampla, os pacientes brasileiros têm agora mais opções para tratar doenças crônicas que afetam milhões de pessoas.