Vilarejos continuam inacessíveis no Afeganistão após terremoto que deixou mais de 2 mil mortos
Uma semana após o terremoto que destruiu vários vilarejos no Afeganistão, novos tremores deixaram pelo menos dez novos feridos e provocaram vários estragos na região, de acordo com informações divulgadas pelo governo talibã nesta sexta-feira (5). Pelo menos cinco réplicas, a mais forte de magnitude 5,6, foram registradas pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) na noite de quinta-feira (4) e na manhã de sexta-feira (5).
Uma semana após o terremoto que destruiu vários vilarejos no Afeganistão, novos tremores deixaram pelo menos dez novos feridos e provocaram vários estragos na região, de acordo com informações divulgadas pelo governo talibã nesta sexta-feira (5). Pelo menos cinco réplicas, a mais forte de magnitude 5,6, foram registradas pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) na noite de quinta-feira (4) e na manhã de sexta-feira (5).
Margot Davier, enviada especial da RFI a Kunar, com agências
Em Kunar, uma das províncias mais afetadas pelo tremor ocorrido na noite de 31 de agosto, a população permanece praticamente isolada, o que dificulta a chegada da ajuda humanitária, apesar da presença diária de comboios.
Para alcançar os primeiros vilarejos e povoados, que continuam isolados após deslizamentos de terra e quedas de rochas, são necessárias pelo menos quatro horas de carro, sendo que alguns locais só podem ser acessados após várias horas de caminhada.
A estrada que leva a Kunar está obstruída por pedras que precisam ser removidas, o que atrasa as operações. Diversos vilarejos vizinhos, situados nas províncias de Laghman e Nangarhar, também foram atingidos.
Várias réplicas de forte magnitude foram registradas. Algumas delas foram sentidas até na capital, Cabul, e em Islamabad, no Paquistão. Segundo o porta-voz da autoridade nacional de desastres, Mohammad Hammad, 10 pessoas ficaram feridas em oito províncias, incluindo Kunar, Nangarhar e Laghman.
População vive angustiada
As vítimas se sentem abandonadas e negligenciadas pelas autoridades. No vilarejo de Ghonday, por exemplo, apenas três distribuições de alimentos ocorreram em uma semana.
Para os sobreviventes, cada novo tremor gera pânico. Milhares de famílias vivem em tendas, a única ajuda que receberam, segundo elas, com medo de que seus tetos desabem ou porque suas casas foram destruídas.
De acordo com o último balanço oficial divulgado pelos talibãs, que estão no poder, mais de 2.200 pessoas morreram, pelo menos 3.700 ficaram feridas e aproximadamente 7.000 casas desabaram.
A ONU já desbloqueou 5 milhões de dólares (R$ 27 milhões) de seu fundo mundial de intervenção de emergência para ajudar a população.
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira um reforço em sua resposta de emergência para enfrentar as "imensas" necessidades e pediu mais recursos para "evitar maiores perdas". A OMS solicitou 4 milhões de dólares (R$ 21,8 milhões) para fornecer atendimento médico e distribuir ajuda.
Em 2023, dois anos após o retorno dos talibãs ao poder, um terremoto de magnitude 6,3 atingiu a região de Herat, na fronteira com o Irã, deixando mais de 1.500 mortos e destruindo mais de 63 mil moradias.