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Tunísia liga contatos locais da Al Qaeda a ataque ao Museu do Bardo

26 mar 2015 - 11h32
(atualizado às 11h32)
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A Tunísia afirmou nesta quinta-feira que o ataque da semana passada a um museu de Túnis foi realizado por uma célula de 23 militantes, incluindo um argelino e marroquinos, que têm alianças em comum com uma série de grupos islâmicos radicais.

O ministro do Interior da Tunísia, Najem Gharsalli, disse que 80 por cento do grupo já foi preso pelo ataque que matou 20 turistas, entre eles japoneses, franceses e italianos, no atentado reivindicado pelo Estado Islâmico.

“Esta célula está ligada ao (grupo) Okba Ibn Nafaa e à Al Qaeda no Magreb Islâmico, a maioria deles é originária do (grupo) Ansar al Sharia”, afirmou Gharsalli.

“É um grupo de 23 pessoas, incluindo dois marroquinos e um argelino, mas 80 por cento deles já foram presos”.

A Ansar al Sharia está na lista de organizações terroristas de Washington. O Okba tem como base as montanhas de Chaambi, que fazem fronteira com a Argélia, e foi ligado à liderança argelina original da Al Qaeda no Magreb Islâmico, mas fez declarações ambíguas sobre o Estado Islâmico.

São cada vez mais tênues as linhas que separam os militantes islâmicos do norte da África, já que membros de filiadas locais da Al Qaeda estão sendo atraídos pelos ataques de grande repercussão do Estado Islâmico na esteira de seu sucesso na conquista de vastas porções de territórios no Iraque e na Síria no ano passado. 

Embora seja uma dissidência da Al Qaeda, o Estado Islâmico compartilha sua violenta ideologia muçulmana salafista.  Alguns militantes que já fizeram parte da Al Qaeda se uniram ao auto-proclamado “califado” do Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Mais de três mil tunisianos foram a estes dois países para lutar, e o governo teme que aqueles que retornam realizam mais ataques em casa.

O Estado Islâmico já está ganhando terreno em meio ao caos que assola a vizinha Líbia, onde dois governos rivais disputam o poder.

O ataque ao Museu do Bardo é um teste para a Tunísia, que vem sendo elogiada como exemplo de transição democrática quatro anos depois de o levante da Primavera Árabe ter levado à queda do autocrata Zine El-Abidine Ben Ali.

Líderes ocidentais como o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, são esperados para uma grande passeata de solidariedade no domingo, informaram autoridades locais.

(Reportagem adicional de Tarek Amara)

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