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Trump larga na frente de Kamala na apuração dos Estados na eleição presidencial dos EUA

6 nov 2024 - 00h44
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O republicano Donald Trump venceu em 15 Estados na eleição presidencial de terça-feira nos EUA, enquanto a democrata Kamala Harris conquistou sete Estados e Washington D.C., segundo projeção da Edison Research, mas a disputa permanecia incerta, com Estados cruciais que provavelmente não serão definidos por horas ou mesmo dias.

Os primeiros resultados foram os previstos, com a expectativa de que a disputa se resumisse a sete Estados decisivos: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. As pesquisas de opinião mostraram os rivais empatados em todos os sete Estados no dia da eleição.

Até as 23h30 (horário de Brasília), as urnas haviam sido fechadas em 41 Estados e em Washington D.C. Neste cenário, Trump tinha 162 votos do Colégio Eleitoral contra 81 votos de Kamala, mas ambos ainda tinham vários caminhos para a vitória. Um candidato precisa de um total de 270 votos no Colégio Eleitoral para conquistar a Presidência.

O Decision Desk HQ já projetou que Trump venceria na Carolina do Norte, mas outros veículos de mídia e Edison ainda não haviam definido a disputa naquele Estado.

Na Geórgia, Trump abriu uma vantagem de 52,3% a 47,1% com 77% dos votos estimados, de acordo com a Edison.

O controle de ambas as Casas do Congresso também está em disputa. Os democratas tinham apenas um caminho estreito para defender sua maioria no Senado, depois que o republicano Jim Justice conquistou uma cadeira na Virgínia Ocidental na terça-feira. A Câmara dos Deputados parecia uma disputa acirrada.

Na Flórida, uma medida eleitoral que teria garantido direitos ao aborto não conseguiu atingir os 60% necessários para ser aprovada, de acordo com a Edison, deixando em vigor uma proibição após seis semanas. Nove outros Estados têm medidas relacionadas ao aborto em votação.

Quase três quartos dos eleitores dizem que a democracia norte-americana está ameaçada, de acordo com as pesquisas de boca de urna nacionais da Edison, ressaltando a profundidade da polarização em uma nação onde as divisões só aumentaram durante uma corrida ferozmente competitiva.

Trump empregou uma retórica cada vez mais apocalíptica enquanto alimentava temores infundados de que não se pode confiar no sistema eleitoral. Kamala alertou que um segundo mandato de Trump ameaçaria as bases da democracia norte-americana.

Horas antes do fechamento das urnas, Trump alegou em seu site Truth Social, sem evidências, que havia "muita conversa sobre trapaça maciça" na Filadélfia, repetindo suas falsas alegações em 2020 de que havia ocorrido fraude em grandes cidades dominadas pelos democratas. Em uma postagem posterior, ele também afirmou que havia fraude em Detroit.

Um comissário da cidade da Filadélfia, Seth Bluestein, respondeu no X: "Não há absolutamente nenhuma verdade nessa alegação. É mais um exemplo de desinformação. A votação na Filadélfia tem sido segura e protegida".

Trump, cujos apoiadores atacaram o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, depois que ele afirmou que a eleição de 2020 foi fraudada, votou mais cedo perto de sua casa em Palm Beach, Flórida.

"Se eu perder uma eleição, se for uma eleição justa, serei o primeiro a reconhecer isso", disse Trump aos repórteres.

Sua equipe de campanha sugeriu que ele pode declarar vitória na noite da eleição, mesmo quando milhões de cédulas ainda não tiverem sido contadas, como fez há quatro anos. O vencedor pode não ser conhecido por dias se as margens nos Estados decisivos forem tão pequenas quanto o esperado.

Kamala, que já havia enviado sua cédula pelo correio para seu Estado natal, a Califórnia, passou parte da terça-feira em entrevistas de rádio incentivando os ouvintes a votar. Mais tarde, ela deveria se dirigir aos alunos da Howard University, uma faculdade historicamente negra em Washington, onde estudou.

ABORTO, ECONOMIA E IMIGRAÇÃO

A votação de terça-feira encerrou uma corrida vertiginosa, marcada por eventos sem precedentes, incluindo duas tentativas de assassinato contra Trump, a desistência surpresa do presidente norte-americano, Joe Biden, e a rápida ascensão de Kamala.

Independentemente de quem vencer, a história será feita.

Kamala, de 60 anos, a primeira vice-presidente mulher, se tornaria a primeira mulher, mulher negra e sul-asiática norte-americana a ganhar a Presidência. Trump, de 78 anos, o único presidente a sofrer impeachment duas vezes e o primeiro ex-presidente a ser condenado criminalmente, também se tornaria o primeiro presidente a conquistar mandatos não consecutivos em mais de um século.

Em Dearborn, Michigan, Nakita Hogue, de 50 anos, foi acompanhada por sua filha estudante universitária de 18 anos, Niemah Hogue, para votar em Kamala. A filha disse que toma anticoncepcionais para ajudar a regular a menstruação, enquanto a mãe lembrou que precisou de cirurgia depois de sofrer um aborto espontâneo aos 20 anos, e ambas temiam que os parlamentares republicanos tentassem restringir a saúde reprodutiva.

"Para minha filha, que está indo para o mundo e trilhando seu próprio caminho, quero que ela tenha essa escolha", disse Nakita Hogue. "Ela deve ser capaz de tomar suas próprias decisões."

Em uma biblioteca em Phoenix, Arizona, Felicia Navajo, de 34 anos, e seu marido Jesse Miranda, 52 anos, chegaram com um de seus três filhos pequenos para votar em Trump.

Miranda, um encanador sindicalizado, imigrou do México para os EUA quando tinha 4 anos de idade e disse acreditar que Trump faria um trabalho melhor no combate à inflação e no controle da imigração.

"Quero ver pessoas boas chegando a esta cidade, pessoas dispostas a trabalhar, pessoas dispostas a viver o sonho americano", disse Miranda.

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