Trump admite risco de 25% de fracasso em cúpula com Putin sobre Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estimou nesta quinta-feira (14) que há "25%" de probabilidade de que a cúpula de sexta-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia, fracasse. Trump já cogita uma nova reunião, desta vez incluindo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estimou nesta quinta-feira (14) que há "25%" de probabilidade de que a cúpula de sexta-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia, fracasse. Trump já cogita uma nova reunião, desta vez incluindo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Em um encontro histórico no Alasca, Putin e Trump discutirão "principalmente" como resolver o conflito armado na Ucrânia, informou o Kremlin.
"Esta reunião prepara a segunda reunião, mas há 25% de chance de que não seja bem-sucedida", disse Trump à rádio Fox News. "A segunda reunião será muito, muito importante, porque será uma reunião onde se chegará a um acordo. E não quero usar a palavra 'repartir as coisas'. Mas, até certo ponto, não é um termo ruim", acrescentou o americano.
A reunião entre Putin e Trump é considerada decisiva para tentar encerrar o pior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Nenhum líder europeu, no entanto, foi convidado a participar. Zelensky, que se encontrou com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, nesta quinta-feira (14) em Londres, também estará ausente.
Troca de prisioneiros
Rússia e Ucrânia trocaram, nesta quinta-feira, 84 prisioneiros de guerra, anunciou o Ministério da Defesa russo. Segundo a pasta, "84 militares russos voltaram do território controlado pelo regime de Kiev. Em troca, 84 prisioneiros de guerra das Forças Armadas ucranianas foram entregues".
As trocas de prisioneiros e de corpos de soldados mortos são um dos poucos contextos em que Moscou e Kiev continuam cooperando, mais de três anos e meio após o início da ofensiva russa contra a Ucrânia.
As partes trocaram milhares de prisioneiros neste ano, após acordos alcançados durante três rodadas de negociações diretas em Istambul, de maio a julho. As trocas foram o único resultado concreto desses encontros.
Alasca
A reunião de sexta-feira começará com um encontro "cara a cara" entre Putin e Trump, na presença de intérpretes, segundo o Kremlin. As negociações entre as delegações continuarão durante o almoço, com a participação de um grupo de especialistas, explicou o conselheiro diplomático de Putin, Yuri Ushakov.
"A agenda se concentrará principalmente na resolução da crise ucraniana", acrescentou Ushakov, que também mencionou os temas "paz" e "segurança", "questões internacionais importantes" e "cooperação bilateral".
A Rússia exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e ao projeto de adesão à Otan. Para Kiev, essas exigências são inaceitáveis.
As negociações começarão às 11h30 (16h30 no horário de Brasília), e os dois líderes concederão uma entrevista coletiva conjunta na base aérea de Elmendorf, em Anchorage, Alasca.
A última coletiva de imprensa conjunta de Putin e Trump aconteceu em 2018, quando se encontraram em Helsinque.
Putin elogia os esforços "sinceros"
Irritado com reportagens da imprensa que retrataram a cúpula como uma vitória diplomática para Vladimir Putin, o presidente americano também afirmou que a Rússia enfrentaria "consequências gravíssimas" se não concordasse em encerrar os combates, sem especificar quais seriam os impactos da ameaça.
O presidente russo elogiou os "esforços enérgicos e sinceros para encerrar as hostilidades, sair da crise e alcançar acordos que satisfaçam todas as partes envolvidas", durante uma reunião sobre os preparativos para a cúpula, segundo o Kremlin.
A pressão sobre as tropas de Kiev, em menor número, está aumentando. Nos últimos dias, elas enfrentaram um rápido avanço do exército russo na frente de batalha na região leste de Donetsk, onde o Kremlin reivindicou a captura de dois novos vilarejos nesta quinta-feira.
Dezenas de drones disparados pela Ucrânia durante a noite de quarta-feira causaram um incêndio em uma refinaria e deixaram três feridos perto da cidade de Volgogrado, no sul da Rússia, segundo autoridades locais.