Tribunal diz que não há provas de que Hezbollah matou Hariri
Quatro alegados membros do grupo são réus no julgamento
O Tribunal Especial para o Líbano (STL, na sigla em inglês), com sede em Haia, nos Países Baixos, estabeleceu nesta terça-feira (18) que não há provas do envolvimento do comando do grupo xiita Hezbollah no assassinato do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri, ocorrido em fevereiro de 2005.
De acordo com o presidente do STL, David Re, os juízes concluíram que o Hezbollah e a Síria, que, na época, ocupava o Líbano, "podem ter tido motivos para eliminar Hariri e seus aliados políticos", mas "não há provas de que a liderança" do grupo xiita "tenha tido qualquer envolvimento em seu homicídio".
"E não há provas diretas do envolvimento sírio", acrescentou. A sentença no caso estava prevista para 7 de agosto, mas foi adiada em função da explosão que matou pelo menos 177 pessoas em Beirute, capital libanesa, no último dia 5.
O início da audiência desta terça-feira teve um minuto de silêncio em homenagem às vítimas. O tribunal ainda não pronunciou a sentença contra os quatro alegados membros do Hezbollah que são acusados de participação no assassinato.
Símbolo da reconstrução do Líbano após a Guerra Civil encerrada em 1990, Hariri governou de 1992 a 1998 e de 2000 a 2004, mas foi morto em fevereiro de 2005, em um atentado a bomba que também tirou as vidas de outras 21 pessoas.
Os réus são julgados à revelia, já que o Hezbollah se recusou a entregá-los à Justiça e não reconhece a legitimidade do STL. O ataque contra Hariri desencadeou uma onda de protestos que levaria à retirada das tropas sírias do Líbano após três décadas de ocupação.