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Tribunal Constitucional da Romênia ordena recontagem de votos da eleição presidencial

28 nov 2024 - 13h59
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O principal tribunal da Romênia ordenou a recontagem dos votos no primeiro turno da eleição presidencial, disse o órgão nesta quinta-feira, em uma decisão que, segundo observadores, pode manchar a credibilidade das instituições estatais antes de mais duas votações.

O Tribunal Constitucional "ordenou por unanimidade a re-verificação e recontagem das cédulas de votação para a eleição presidencial de 24 de novembro", afirmou, em um comunicado.

Depois de ter obtido apenas um dígito nas pesquisas antes da votação de domingo, o político independente de extrema-direita Calin Georgescu, de 62 anos, alcançou uma vitória que levantou questões sobre como essa surpresa foi possível no país integrante da União Europeia e da Otan.

A decisão aumenta a turbulência em torno do processo eleitoral na Romênia, que está programada para realizar três votações em algumas semanas, cruciais para a direção de um país que tem sido pró-ocidental e um aliado fiel da Ucrânia.

Georgescu já elogiou políticos fascistas romenos da década de 1930 como heróis e mártires nacionais, criticou a Otan e a posição da Romênia em relação à Ucrânia e disse que o país deveria se relacionar com a Rússia, não desafiá-la.

Ele deverá enfrentar a candidata de centro Elena Lasconi em um segundo turno em 8 de dezembro. Enquanto isso, uma eleição parlamentar está marcada para domingo.

"JOGOS DE BASTIDORES"

Lasconi condenou a decisão do Tribunal Constitucional em uma publicação em suas contas de redes sociais.

"O Tribunal Constitucional está interferindo no processo democrático pela segunda vez", escreveu, referindo-se a uma decisão anterior do tribunal de proibir um político de extrema-direita de concorrer à eleição presidencial. "Combate-se o extremismo por meio de votos, não de jogos de bastidores."

Em outubro, o Tribunal Constitucional proibiu que um político de extrema-direita concorresse à eleição presidencial em uma decisão que, segundo analistas, grupos de direitos civis e alguns partidos, extrapolou seus poderes

A decisão de pedir uma recontagem foi tomada após o candidato presidencial conservador Cristian Terhes, que obteve 1% dos votos no domingo, contestar o resultado da votação.

Terhes pediu que o Tribunal anulasse o resultado da eleição. O tribunal adiou uma decisão para 29 de novembro, mas também pediu uma recontagem.

O chefe da autoridade eleitoral do país, Toni Grebla, disse que, uma vez recebida a solicitação oficial, levaria dias para recontar os votos. Foram registrados 9,46 milhões de votos na eleição.

O primeiro-ministro social-democrata, Marcel Ciolacu, ficou em terceiro lugar no domingo, apenas 2.740 votos atrás da segunda colocada, Lasconi.

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