Tailândia lança ataques aéreos contra Camboja e deixa mortos
Países retomaram tensões em meio à disputa fronteiriça
A Tailândia realizou ataques aéreos nesta segunda-feira (8) na fronteira com o Camboja, em meio a novos confrontos entre os dois países que deixaram um soldado tailandês e quatro civis cambojanos mortos, segundo informações de ambas as nações.
Durante a madrugada, autoridades cambojanas afirmaram que ao menos quatro civis morreram na nova ofensiva tailandesa e outros dez ficaram feridos.
"Pelo menos quatro civis cambojanos foram mortos em ataques tailandeses nas províncias de Oddar Meanchey e Preah Vihear", declarou à AFP o ministro da Informação do Camboja, Neth Pheaktra.
O governo cambojano acusou a Tailândia de "disparar inúmeros projéteis de tanque contra o templo de Tamone Thom e outras áreas próximas a Preah Vihear", embora tenha garantido que não retaliou. Fontes locais relataram ainda tiroteios perto do templo centenário de Ta Krabei e a fuga de moradores das zonas fronteiriças para áreas seguras.
Do lado tailandês, foi registrada a morte de um soldado e oito feridos nos confrontos. O porta-voz das Forças Armadas, Winthai Suvaree, afirmou em comunicado que o país passou a "usar aeronaves para atacar alvos militares em várias áreas" em resposta aos ataques do Exército cambojano.
Envolvidos há décadas em disputas fronteiriças, os dois países travaram em julho um conflito de cinco dias que deixou 43 mortos e quase 300 mil deslocados, encerrado por uma trégua.
Impulsionado pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o cessar-fogo foi ratificado no fim de outubro, mas suspenso semanas depois pela Tailândia, após a explosão de uma mina que feriu vários soldados. Desde então, ambos os lados trocam acusações de ataques esporádicos ao longo da fronteira.
Os dois lados trocaram acusações subsequentes de novos confrontos, nos quais Phnom Penh alega que um civil foi morto. A disputa gira em torno de um desacordo secular sobre as fronteiras traçadas durante o domínio colonial francês na região, com ambos os lados reivindicando alguns templos fronteiriços. .