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Síria promete recuperar Golã depois de Trump apoiar ocupação de Israel

22 mar 2019 - 08h33
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O governo da Síria prometeu nesta sexta-feira recuperar as Colinas de Golã ocupadas por Israel, enquanto aliados e inimigos criticaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por indicar que reconhece a soberania israelense sobre o território tomado durante uma guerra.

Tanques e soldados israelenses  perto da fronteira com a Síria nas Colinas de Golã
09/05/2018
REUTERS/Amir Cohen
Tanques e soldados israelenses perto da fronteira com a Síria nas Colinas de Golã 09/05/2018 REUTERS/Amir Cohen
Foto: Reuters

O comentário feito por Trump na quinta-feira marcou uma mudança dramática na diretriz norte-americana sobre a condição legal de uma área disputada que Israel capturou da Síria na Guerra dos Seis Dias de 1967 e anexou em 1981, em uma manobra sem reconhecimento internacional.

Rússia e Irã, aliados militares de Damasco, repudiaram o reconhecimento, que o governo sírio disse revelar o viés pró-israelense "cego" de Washington.

"A nação síria está mais determinada a libertar esta parte preciosa da terra nacional síria através de todos os meios disponíveis", disse uma fonte oficial, segundo a agência estatal de notícias síria.

As Colinas de Golã continuarão "sírias, árabes", disse, afirmando que a declaração de Trump mostrou desprezo pela lei internacional.

A Turquia, aliada dos EUA e adversária do governo de Damasco, também criticou o gesto, dizendo que colocou o Oriente Médio à beira de uma nova crise e que não se pode permitir a legitimação da ocupação das Colinas de Golã.

"O comunicado infeliz do presidente Trump dos EUA ontem colocou a região à beira de uma nova crise", disse o presidente turco, Tayyip Erdogan.

O Irã disse que a posição norte-americana é ilegal e inaceitável, e a Rússia disse que uma mudança no status das Colinas de Golã seria uma violação direta de resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU).

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que faz uma turnê pela região, segue nesta sexta-feira para Beirute, onde se encontrará com aliados políticos do Hezbollah, grupo poderoso e aliado do Irã, incluindo o presidente Michel Aoun.

Tanto a Rússia quanto o Irã enviaram forças à Síria para apoiar o presidente Bashar al-Assad durante o conflito sírio - Teerã despachou suas próprias forças e também apoia milícias xiitas regionais, como o libanês Hezbollah, que vêm auxiliando Damasco.

"Este reconhecimento ilegal e inaceitável não muda o fato de que elas (Colinas de Golã) pertencem à Síria", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano na televisão estatal.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pressionou os EUA para que reconhecessem sua reivindicação e aventou essa possibilidade em sua primeira reunião com Trump na Casa Branca em fevereiro de 2017. O comentário de Trump ajudou Netanyahu em sua atual campanha de reeleição.

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