Rússia lamenta fracasso de aproximação com EUA para acabar com guerra na Ucrânia
A Rússia lamentou nesta quarta-feira (8) que a aproximação entre Moscou e Washington não tenha evoluído e resultado em avanços concretos, após o encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump em agosto, durante a cúpula em Anchorage, no Alasca.
A Rússia lamentou nesta quarta-feira (8) que a aproximação entre Moscou e Washington não tenha evoluído e resultado em avanços concretos, após o encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump em agosto, durante a cúpula em Anchorage, no Alasca.
O objetivo da cúpula proposta por Tump foi encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia, que começou em 2022. "Infelizmente, é preciso reconhecer que o impulso dado em Anchorage se esgotou", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, citado pela agência de notícias RIA Novosti.
Para ele, as "ações destrutivas, principalmente dos europeus", impediram o avanço das negociações para se chegar a um "acordo" sobre a resolução do conflito na Ucrânia, que já causou, desde fevereiro de 2022, dezenas de milhares de mortes. Riabkov também afirmou que as relações entre Rússia e Estados Unidos estão "desmoronando". "E isso é culpa dos americanos", acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tentou, após retornar ao poder em janeiro, se aproximar de Moscou para encontrar uma saída para a guerra na Ucrânia, especialmente ao receber Vladimir Putin no Alasca, em 15 de agosto. Mas isso não resultou em avanços nas negociações. A Rússia exige a anexação de cinco regiões ucranianas ao seu território.
A Ucrânia, que já perdeu a península da Crimeia, anexada em 2014, rejeita o que considera como uma capitulação. Nas últimas semanas, Trump se disse frustrado com a Rússia e comparou o país a um "tigre de papel", devido à sua situação econômica crítica.
Nesse contexto, autoridades americanas consideraram a hipótese de vender mísseis de cruzeiro de longo alcance Tomahawk aos europeus para que fossem entregues à Ucrânia. Na quinta-feira passada, Vladimir Putin alertou que o envio desses armamentos a Kiev provocaria "uma nova escalada" entre Moscou e Washington, pois "usar Tomahawks é impossível sem a participação direta de militares americanos".
Infraestruturas energéticas
Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, a Rússia tem bombardeado o país, que responde com ataques de mísseis e drones de menor alcance. Nesta quarta-feira (8), na região russa de Belgorod, na fronteira, um "ataque com míssil" ucraniano contra uma vila matou três pessoas e feriu nove, segundo o governador local.
Já na cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, dois civis morreram em um bombardeio russo, segundo autoridades ucranianas. Na parte da região de Kherson ocupada pela Rússia, o responsável local nomeado por Moscou, Vladimir Saldo, afirmou que três pessoas morreram em um ataque ucraniano contra Zalizny Port, cidade às margens do mar Negro.
Na noite de terça para quarta-feira, os russos atacaram a Ucrânia com 183 drones, dos quais 154 foram abatidos, segundo a força aérea ucraniana.
Na plataforma X, o principal operador energético da Ucrânia, DTEK, informou que a Rússia atacou uma usina termelétrica, sem revelar sua localização, ferindo dois funcionários e causando "danos graves".
Desde 2022, as forças russas têm bombardeado instalações energéticas ucranianas, principalmente elétricas, provocando repetidas quedas de energia e aquecimento.
Já o Exército russo anunciou nesta quarta-feira ter neutralizado 53 drones ucranianos que sobrevoavam o território russo. Nas últimas semanas, Kiev realizou ataques contra refinarias russas, provocando aumento no preço da gasolina.
(Com agências)