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Profissionais de saúde da Colômbia se queixam de salários atrasados em meio à pandemia

2 abr 2020 - 14h28
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Enfermeiras e médicos colombianos foram às ruas da capital Bogotá em ambulâncias com sirenes ligadas, na quarta-feira, para mostrar seu apoio aos colegas e se queixar de salários atrasados em meio à pandemia do coronavírus.

Profissionais de saúde protestam em carreata de ambulâncias em Bogotá
01/04/2020
REUTERS/Nelson Bocanegra
Profissionais de saúde protestam em carreata de ambulâncias em Bogotá 01/04/2020 REUTERS/Nelson Bocanegra
Foto: Reuters

Escoltados pela polícia, os profissionais de saúde pararam diante de uma clínica no norte da cidade para aplaudir colegas que trabalhavam do lado de dentro.

Há mais de 1 mil casos confirmados de Covid-19 no país andino, e 17 pessoas morreram da doença.

O motorista de ambulâncias Carlos Camargo está comprometido com a luta contra o vírus, mas se disse frustrado com as pessoas que não estão obedecendo o isolamento nacional de 19 dias iniciado na semana passada.

"É muito gratificante fazer este trabalho", afirmou. "Mas é muito duro lutar sozinho, é duro ver a comunidade não colaborar, ver pessoas andando nas ruas sem proteção".

A quarentena deve durar até 13 de abril, mas o governo não descarta uma prorrogação. As pessoas devem ficar em casa, a não ser para trabalhar em serviços essenciais, comprar alimento e remédios e ir a consultas médicas, entre outras exceções.

A caravana de ambulâncias pretendia chamar atenção para o atraso nos pagamentos de salários em alguns hospitais e clínicas. O governo anunciou mais de 1,47 bilhão de dólares em financiamento para ajudar as instalações no combate ao coronavírus, mas funcionários dizem que o dinheiro não chegou aos trabalhadores.

"Exortamos o governo a nos ajudar para que possamos ser pagos... para que nos ajude a nos entender com as empresas de saúde para nos pagarem", disse o enfermeiro Andres Merchan.

Profissionais de saúde de outras cidades também se queixaram de atraso nos pagamentos.

"Nossa tarefa é ajudar os outros, mas quem nos ajudará?", questionou Seidy Franco, assistente de enfermagem de Cartagena, na Rádio Caracol. "Heróis famintos não conseguem trabalhar".

O setor de saúde da Colômbia é cronicamente subfinanciado, e nos últimos anos arcou com o fardo adicional do influxo de mais de 1,7 milhão de imigrantes da vizinha Venezuela.

As autoridades colombianas, que correm para montar hospitais de campanha para atender casos mais brandos de Covid-19, estimam que até 4 milhões de pessoas, ou 8% da população, pode se infectar.

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