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Premiê da Itália enfrenta dificuldades para reconstruir maioria

Começam a circular possíveis nomes alternativos a Conte

28 jan 2021 - 09h17
(atualizado às 09h29)
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O presidente da Itália, Sergio Mattarella, faz nesta quinta-feira (28) o segundo dia de consultas sobre a formação de um novo governo, enquanto o premiê demissionário Giuseppe Conte enfrenta dificuldades para reconstruir sua maioria parlamentar.

Giuseppe Conte tenta obter terceiro mandato como primeiro-ministro em menos de três anos
Giuseppe Conte tenta obter terceiro mandato como primeiro-ministro em menos de três anos
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Após ter recebido os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado na última quarta (27), Mattarella se reúne nesta quinta com lideranças dos partidos políticos e grupos parlamentares, incluindo o centrista Itália Viva (IV), do ex-premiê Matteo Renzi, que deflagrou a crise ao romper com o governo Conte.

Até agora, o primeiro-ministro não conseguiu assegurar o número mínimo de 161 votos (de um total de 320) para obter maioria absoluta no Senado. Conte chegou a sobreviver a um voto de confiança na semana passada, mas com maioria relativa de 156 senadores, possibilitada pela abstenção do IV.

Esse número, no entanto, deixaria o governo permanentemente na corda bamba, e o premiê decidiu renunciar antes de ser derrotado em alguma votação no Parlamento. Seu objetivo era ganhar tempo para negociar a formação de uma nova base aliada, porém as tratativas não andaram.

Um senador conservador que havia anunciado apoio a Conte, Luigi Vitali, do Força Itália (FI), recuou nesta quinta-feira e disse que não vai se juntar ao governo. O próprio Vitali admitiu ter mudado de ideia após conversas com o presidente de seu partido, Silvio Berlusconi, e com o líder de extrema direita Matteo Salvini, da Liga.

"Berlusconi me disse: 'Você não viu que eu abri a uma ampla coalizão? Eu me preocupo com os problemas do país'. Salvini, por sua vez, me disse que está disposto a falar com qualquer um sobre as reformas", justificou o senador, que é contra a antecipação das eleições previstas para 2023.

Alternativas

Para ter direito a um terceiro governo, Conte precisará atrair mais parlamentares de oposição ou reconstruir a aliança com o IV, que cobra profundas mudanças nas políticas econômicas do governo, especialmente em relação ao uso de repasses europeus.

Com isso, começam a ganhar força rumores sobre nomes alternativos a Conte e que possam restabelecer a coalizão vigente entre setembro de 2019 e janeiro de 2021, com o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), o centro-esquerdista Partido Democrático (PD), o Itália Viva e algumas legendas nanicas.

As especulações giram em torno dos ministros das Relações Exteriores, Luigi Di Maio (M5S), e dos Bens Culturais, Dario Franceschini (PD), do comissário de Economia da União Europeia, Paolo Gentiloni (PD), e até do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi, que guiaria um gabinete técnico capaz de atrair parte da oposição conservadora.

As consultas com os partidos terminam nesta sexta-feira (29), e a decisão sobre o próximo premiê encarregado cabe ao presidente Mattarella, que pode, inclusive, estender as negociações. 

Ansa - Brasil   
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