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Premiê britânica tenta recuperar autoridade acenando com proteção para trabalhador freelancer

11 jul 2017 - 14h51
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A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, tentou recuperar o controle da agenda política britânica nesta terça-feira reafirmando seu compromisso de introduzir reformas sociais abrangentes no lançamento de um relatório sobre como proteger melhor os trabalhadores sem vínculo empregatício.

May quer sinalizar que tudo continua igual para seu governo depois que uma aposta eleitoral mal calculada diminuiu sua autoridade e tirou do Partido Conservador a maioria parlamentar, fortalecendo o Partido Trabalhista, principal sigla da oposição.

A revisão sobre práticas empregatícias, que ela encomendou depois de assumir como premiê um ano atrás, é vista como uma tentativa de mostrar que sua promessa de ajudar os britânicos pobres que estão "praticamente só sobrevivendo" é mais do que somente um slogan.

A análise, compilada pelo executivo-chefe da Sociedade Real das Artes, Matthew Taylor, diz que muitos dos britânicos que trabalham para empresas como o aplicativo de transporte Uber e o serviço de entrega de comida Deliveroo deveriam receber mais benefícios, como o salário mínimo.

May disse que seu governo irá levar em consideração as conclusões do relatório, mas não chegou a prometer implantá-lo na íntegra.

"O que está claro no relatório de Matthew é que nossa reação à transformação do mundo do trabalho não pode ser tentar parar o relógio", disse a premiê. "Embora evitando uma regulação opressiva, iremos fazer com que as pessoas tenham os direitos e proteções de que precisam".

Ela também exortou seus rivais políticos a "contribuir, e não só criticar" seus planos - uma medida que reflete tanto sua necessidade de ajuda para aprovar as reformas no Parlamento quanto sua determinação de seguir adiante apesar das dúvidas a respeito de seu futuro como líder.

ECONOMIA SOB DEMANDA

Cada vez mais pessoas estão trabalhando para aplicativos em setores de rápido crescimento, como serviços de entrega e táxi. Embora desejando a flexibilidade que tais trabalhos oferecem, alguns argumentam que são deixados sem as proteções que os empregos tradicionais oferecem.

Na Grã-Bretanha, os trabalhadores por conta própria não são protegidos pela legislação trabalhista, além da leis básicas de saúde e segurança e antidiscriminação.

Mas a revisão propõe renomear esses trabalhadores de "contratados dependentes", garantindo a muitos deles o direito de férias anuais, intervalos de descanso e salário mínimo.

As empresas teriam que provar que uma pessoa que trabalha relativa bastante é capaz de ganhar o salário mínimo nacional, de 7,50 libras ( 9,65 dólares) por hora para os trabalhadores com mais de 25 anos, com uma margem de erro de 20 por cento, de acordo com o relatório.

May espera que o relatório conquiste os eleitores da classe trabalhadora, mas a oposição trabalhista disse que ele fez pouco mais do que ressaltar o histórico conservador de "falhar com os trabalhadores".

"Se eles fossem sérios a respeito dos direitos dos trabalhadores, poderiam ficar à vontade para pegar emprestado o nosso manifesto trabalhista", disse Rebecca Long-Bailey, porta-voz de negócios do Partido Trabalhista.

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