‘Pior momento foi quando eu vi a Juliana’, diz alpinista que ajudou no resgate da brasileira
Agam participou do resgate do corpo de Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia
Alpinista que participou do resgate de Juliana Marins no Monte Rinjani, Indonésia, relatou o momento difícil de encontrá-la sem vida; laudo aponta morte por múltiplos traumas após queda.
O alpinista que ajudou no resgate do corpo de Juliana Marins relatou sobre o momento que a encontrou no Monte Rinjani, na Indonésia. Agam arriscou sua vida ao participar ativamente da ação para o encontro da brasileira que caiu enquanto fazia a trilha na região de Lombok.
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"O pior momento foi quando eu vi a Juliana, porque esperava que ela ainda estivesse viva”, afirmou ao Fantástico, da TV Globo, em uma entrevista que vai ao ar neste domingo, 29.
O pai da publicitária, Manoel Marins, criticou a atuação das autoridades do país. "Eles não estão nem aí. Eles não se sentem culpados", afirmou à TV. Ele foi ao país asiático para acompanhar as buscas pela filha. O resgate durou cerca de quatro dias, e o corpo foi retirado do local por alpinistas na última quarta, 25.
Resultado da autópsia
O laudo divulgado por autoridades indonésias aponta que Juliana morreu entre a madrugada de terça-feira, dia 24, e o início da tarde de quarta-feira, 25. A estimativa contradiz a versão da agência de resgates da Indonésia (Basarnas), que havia informado que a jovem foi encontrada já sem vida na noite de terça.
De acordo com o médico legista Ida Bagus Alit, os ferimentos de Juliana foram causados por um trauma contundente com múltiplas fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa, que provocaram sangramento interno e danos a órgãos vitais. A análise sugere que a brasileira morreu cerca de 20 minutos após o impacto, segundo divulgado pela BBC.
"Não havia sinais que indicassem que a morte tenha ocorrido muito tempo após os ferimentos", disse o médico. Ele também destacou que, apesar de haver um ferimento na cabeça, não havia indícios de hérnia cerebral, complicação que, em geral, leva horas para se manifestar. A ausência desse tipo de sinal reforça a hipótese de que a morte foi rápida.
A data exata da morte ainda é alvo de divergência. "De acordo com meus cálculos, a vítima morreu na quarta-feira, entre 1h e 13h", afirmou o perito. A estimativa considera variáveis como temperatura e umidade, além do fato de o corpo ter sido transportado por várias horas em um freezer, o que pode interferir na avaliação dos sinais post-mortem.
Foi vista viva por drone
Juliana caiu durante uma escalada no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, no sábado, 21, por volta das 6h (horário local). Horas após a queda inicial, ela foi vista ainda com sinais de movimento por drones operados por turistas.
No entanto, só foi localizada novamente na segunda-feira, 23, presa em uma encosta rochosa a cerca de 500 metros de profundidade. Inicialmente, ela havia caído cerca de 300 metros e, com o passar dos dias, desceu mais.
